Quem neste nosso imenso Brasil, independentemente
de credo ou religião, não atirou uma rosa ao mar, derramou algumas gotas
de perfume, disse uma oração mesmo sem saber rezar pedindo aos orixás
proteção, amor, saúde, dinheiro ou paz? Mas, para pular as sete ondas ou
seguir qualquer outro ritual, há que se ter, além da fé, conhecimento e
sabedoria. Por isso fomos consultar três pais-de- santo, que explicaram
direitinho o que é preciso fazer para atrair todas as energias
positivas. Podem-se escolher dois horários para entregar as
oferendas: meia-noite, como manda a tradição, ou o primeiro nascer do
sol do ano.
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As rosas
utilizadas nos rituais não podem ter espinhos. Relacionados com a dor e
com as dificuldades, eles não combinam com nenhum pedido alto-astral.
Depois de entrar na água para fazer os seus pedidos, não saia de costas
para o mar em sinal de respeito aos orixás. E, mesmo longe de casa, não
se esqueça dela na passagem do ano. Deixe algumas lâmpadas acesas e
espalhe um pouco de arroz pelos cômodos. É importante começar
o ano com luz e de preferência vestida de branco, a cor de Oxalá, deus
do princípio de uma nova vida.
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Para atrair ou manter um
grande amor: se você for casada, acenda duas velas amarelas, de
preferência de mel. Caso seja solteira, apenas uma. Peça a Oxum (deusa
do amor, da fertilidade, da pureza e do ouro) tranqüilidade e
estabilidade no relacionamento ou, se estiver sozinha, que apareça uma
pessoa especial. Ao redor da vela, que deve estar queimando, derrame
mel. Coloque quatro búzios, quatro moedas do mesmo valor e, por último,
oito ou dezesseis rosas amarelas (os números de Oxum). Fique na praia
até a vela queimar.
(Fonte: Pai-de-santo Francelino de
Shapanan, coordenador do Instituto Nacional da Tradição e Cultura
Afro-Brasileira no Estado de São Paulo)
Para afastar os maus fluidos: vá para a beira do mar e,
com a água batendo na sua canela, derrame pipoca no seu corpo da cabeça
aos pés. Deixe a água do mar levar a pipoca, que pertence ao orixá
Omolu, senhor da vida, da cura e da saúde.
(Fonte: Pai-de-santo Francelino de
Shapanan)
Seu amor de
volta: pegue oito fitas de cores diferentes (só não utilize preto e
vermelho), cada uma com 1 metro. Olhe para o mar e coloque quatro fitas
em cada ombro deixando que elas escorreguem pelo seu corpo. Em seguida,
com os pés na água, tire as pétalas de três rosas amarelas, jogue-as por
cima da sua cabeça e deixe que caiam no mar. Depois, solte as fitas na
água, uma de cada vez, pedindo a Oxum para trazer de volta o seu
amor.
(Fonte: Pai-de-santo
Aristides Oliveira Mascarenhas, vice-presidente da Federação Baiana do
Culto Afro-Brasileiro)
Garantia de paz,
tranqüilidade e prosperidade: misture pétalas de rosa branca, arroz
cru e uma essência de sua preferência e passe pelo corpo. Olhe para o
mar e reze pedindo paz e prosperidade para o ano novo. Em seguida, tire os
sapatos e entre vestida com uma roupa branca no mar. Dê três mergulhos e
saia da água de costas para a areia.
(Fonte: Pai-de-santo Francelino de
Shapanan)
Sorte no amor: pegue cinco ou oito rosas
brancas (números ligados a Iemanjá e a Oxum), perfume de alfazema, fitas
das cores da harmonia – azul, amarelo, rosa, branco e verde –, espelho,
talco, sabonete e bijuterias. Forre uma cesta com celofane, amarre uma
fita no caule de cada flor e derrame um pouco de talco. Derrame também
um pouco de perfume. Em seguida, coloque o espelho, o sabonete e as
bijuterias na cesta e leve-a para o mar. Conte três ondas e, na quarta,
ofereça a cesta a Iemanjá e a Oxum.
(Fonte: Pai-de-santo Aristides Oliveira
Mascarenhas)
Dinheiro o ano
inteiro: leve para a praia sete rosas brancas, sete moedas do mesmo
valor, perfume de alfazema e um champanhe. Faça uma oração a Iemanjá e a
todos os orixás que possuem força no mar, conte sete ondas e jogue as
rosas ao mar. A seguir, despeje o conteúdo do champanhe e ofereça aos
orixás. Lave as moedas com o perfume de alfazema e coloque-as na
mão direita. Mergulhe a mão na água e peça proteção financeira. Deixe o
mar levar seis moedas e fique com uma, que deve ser guardada o ano
inteiro como amuleto.
(Fonte:
Pai-de-santo Cássio Lopes Ribeiro, presidente da Federação de Umbanda e
Culto Afro-Brasileiro, em São
Paulo)