SERMÃO DA MONTANHA
(5)
 
O Mestre acrescenta ainda:
-  Bem-aventurados os que pacificam, porque eles serão chamados filhos de Deus.

Os cordatos, os tranqüilos herdarão a Terra; porém os apaziguadores, aqueles que transformam as onças e os ursos em carneiros, terão ainda mais, porque nada querendo para si neste mundo, serão chamados "filhos de Deus", e não pode haver título maior de glória.      Por que herdarão a Terra os brandos, os tranqüilos?
Pela força moral.
Nada há que mais desarme os coléricos do que a brandura. E é preciso não confundir a brandura com a cobardia, a transigência degradante. Muitas vezes, o Bem exige atitudes enérgicas, porém a verdadeira energia é aquela que não se agita desordenadamente, que não apresenta a máscara feroz do ódio ou do orgulho. O próprio Jesus, cuja vida é o maior de seus discursos, precisou, muitas vezes, de ser enérgico para com os fariseus e os escribas, e mesmo com os discípulos. Mas a firmeza das atitudes do Mestre e, justamente, impressionante, porque se apresenta sob a forma da energia austera.
O argumento decisivo não é o que irrita, e sim o que esclarece. Um esclarecimento persuade mais do que um punho fechado.
A verdade é como o sol; só aparece quando não há nuvens. É preciso ter sempre em vista que, no fundo, os homens não são maus e que todas as tormentas da cólera provêm, exclusivamente, da falta de compreensão mútua.
Cumpre evitar as más palavras que ferem as íntimas susceptibilidades. São as palavras pronunciadas em momentos de exaltação que cavam abismos entre duas criaturas. Jamais alguém se arrependeu de não haver dado uma certa resposta humilhadora em certa circunstância, porém, nenhum de nós deixou de sentir um indizível mal-estar à lembrança de uma ofensa grave ao nosso próximo.
É mil vezes preferível sofrer do que fazer sofrer uma ofensa. No primeiro caso, a impressão é dolorosa, mas no segundo é sempre desesperadora, principalmente quando já não há remédio para o mal que se fez.
Um dia, o nosso semelhante, que foi por nós humilhado, será colhido pela morte; então, a evocação da sua imagem nos será suportável. Teremos ímpeto de lhe dizer "perdoa!", porém, ele dorme na sombra do sepulcro. Sentiremos, nesses momentos, a nossa baixeza, ainda que o nosso orgulho não o confesse.
É necessário que nenhuma sepultura se feche, levando um desgosto contra nós; e que em nenhum lar haja um coração que, ao ouvir o nosso nome, tenha uma lágrima ou um gesto de revolta.
*
As almas estão sedentas de bondade.
A luta pela vida é tão bravia, as incertezas são tantas, os desgostos amargam de tal maneira, os males físicos e morais atormentam com tamanha intensidade, que é natural existirem os irritadiços e impulsivos; e aquele, que não concorre para agravar esse estado de nervos, é recebido com alegria e chamado sempre, pelos homens, o "bem-vindo", o "amigo", o "irmão".
E conquistará toda a Terra.
Continua......
 
(De "Vida de Jesus", de Plínio Salgado - Capítulo Divisor das Águas - Sermão da Montanha)
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