Imagino que matemáticos profissionais, na fronteira do conhecimento, devem
usar os resultados que estiverem disponíveis, por mais obscuros e
complicados que sejam.
A "book proof" sempre fica pra depois.

Mas eu não sou um matemático profissional. Não tenho nenhuma pressão pra
publicar nada.
Quero apenas entender a matemática que está ao meu alcance.

Assim, prefiro as demonstrações que iluminam, que mostram porque o
resultado é verdadeiro.
Por isso, gosto daquela usando o lema de D'Alembert.
Pois consigo fazer um desenho e ver o que faz a demonstração funcionar.

Confesso que, dos teoremas de Picard (e também o de Gelfond-Schneider),
conheço apenas os enunciados.
Assim, procuro usá-los somente em último caso (tal como no seu problema do
x^n = n^x), já que, pra mim, são caixas-pretas que não ajudam a esclarecer
porque o resultado é verdadeiro.

Por muito tempo, análise complexa foi, pra mim, uma caixa-preta deste tipo.
Daí eu comprei o livro Visual Complex Analysis, do Tristan Needham, que
mudou tudo.
É um livro que praticamente não tem demonstrações rigorosas, mas tem
inúmeras ilustrações e algumas ótimas ideias pra mostrar porque certos
teoremas são verdadeiros.
Recomendo especialmente a discussão do teorema de Cauchy no cap. 8, que
mostra claramente porque a integral de uma função analítica num contorno
fechado é nula.
E porque é essencial que a função seja aproximável por uma função afim
complexa (a diferenciabilidade real não é suficiente).
O livro abriu, pra mim, algumas caixas-pretas. Não todas, infelizmente...

[]s,
Claudio.



2018-03-25 20:33 GMT-03:00 Artur Costa Steiner <steinerar...@gmail.com>:

> No problem, man! Quem nunca se enganou?
>
> Mas eu só consigo provar isso recorrendo ao T. de Picard. Alguns top dogs
> da análise complexa acham que conta ponto provar teoremas sem aplicar
> Picard, porque muitas vezes Picard facilita mesmo. Não sei se isso procede.
> Picard queimou os neurônios para  provar um dos mais importantes teoremas
> da análise e não querem que o usem.
>
> Um outro resultado interessante no qual Picard facilita é mostrar que, se
> f é inteira e ímpar, então f é sobrejetora.
>
> Abraços
>
> Artur
>
> Enviado do meu iPad
>
> Em 25 de mar de 2018, à(s) 8:00 PM, Claudio Buffara <
> claudio.buff...@gmail.com> escreveu:
>
> Falei besteira...
> Ao elevar os módulos ao quadrado, o lado direito fica e^(2x)  (z =
> x+iy), mas o lado esquerdo vira um polinômio em x e y, de modo que não
> recaímos no caso real (de 1 variável).
>
> []s,
> Claudio.
>
>
> 2018-03-25 19:11 GMT-03:00 Artur Costa Steiner <
> artur.costa.stei...@gmail.com>:
>
>> Na realidade, se p não for identicamente nulo, há uma infinidade de
>> soluções.
>>
>> Se p <> 0 for constante, há infinitas soluções, pois exp é periódica
>> e assume todos complexos não nulos.
>>
>> Se p não for constante, f(z) = p(z)/exp(z) é inteira (pois exp nunca se
>> anula) e seus zeros são precisamente os de p, que formam um conjunto
>> finito não vazio. Pelo Grande Teorema de Picard, com possível exceção
>> de um único complexo, f assume todos os outros uma infinidade de vezes.
>> Logo, no caso de f, 0 é justamente a exceção do T. de Picard. Temos
>> portanto, para uma infinidade de complexos z, que
>>
>> f(z) = p(z)/exp(z) = 1 => p(z) = exp(z) para infinitos z’s (estes z’s
>> formam um conjunto infinito enumerável, com todos seus pontos isolados).
>>
>> Mas em toda reta do plano a equação tem um número finito de
>> soluções. Deixo pra vc provar isto. Basta provar para o eixo real.
>>
>> Abs
>>
>> Artur
>>
>>
>>
>> Enviado do meu iPad
>>
>> Em 25 de mar de 2018, Ã (s) 4:14 PM, Claudio Buffara <
>> claudio.buff...@gmail.com> escreveu:
>>
>> > Tenta igualar os quadrados dos módulos de cada lado. Acho q vc recai
>> no caso real.
>> >
>> > Enviado do meu iPhone
>> >
>> > Em 25 de mar de 2018, Ã (s) 15:07, Carlos P. <
>> carlosp...@outlook.com.br> escreveu:
>> >
>> >> Boa tarde
>> >>
>> >> Na reta real, a equação p(x) = exp(x), p um polinômio não
>> constante, tem um número finito de soluções. Isto também é
>> verdade quando estas funções são definidas nos complexos?
>> Considerando agora que os coeficientes de p são complexos.
>> >>
>> >> Obrigado
>> >>
>> >> Carlos
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>> > http://www.mat.puc-rio.br/~obmlistas/obm-l.html
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