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O Pentágono anunciou ontem ter abandonado o seu programa para permitir que soldados e outros cidadãos norte-americanos no exterior votem via Internet, porque o sistema era tão vulnerável a hackers que poderia gerar dúvidas sobre a integridade dos resultados eleitorais norte-americanos.
O Pentágono acatou o conselho dos especialistas em segurança da computação que pediram, em um relatório de 21 de janeiro, que o programa fosse abandonado já que era impossível criar um sistema de votação, com a atual geração de computadores pessoais e via Internet, capaz de impedir hackers ou terroristas de interferirem no resultado da votação. O Secure Electronic Registration and Voting Experiment, ou SERVE, um programa de US$ 22 milhões, deveria permitir que 100 mil soldados e civis norte-americanos localizados no exterior votassem via Internet na eleição presidencial deste ano. Paul Wolfowitz, secretário assistente da Defesa, escreveu um memorando em 30 de janeiro dizendo que o Pentágono "não vai usar o projeto SERVE de votação via Internet tendo em vista a incapacidade de garantir legitimidade dos votos depositados usando o sistema, o que acarretaria dúvidas sobre a integridade dos resultados eleitorais", disse um funcionário do Departamento da Defesa, que pediu que seu nome não fosse revelado. Funcionários do Pentágono haviam anteriormente defendido o sistema e afirmado que procedimentos de segurança aperfeiçoados seriam implementados. A primeira experiência com o SERVE tinha sido marcada para a primária presidencial da Carolina do Sul, na terça-feira passada, mas o Pentágono suspendeu o uso do sistema. "Eu percebo a necessidade de oferecer um melhor sistema para votação a distância aos militares e civis no exterior. Mas não acredito que a Internet seja a maneira de fazê-lo. Aplaudo a decisão", disse Avi Rubin, diretor técnico do Information Security Institute, na Johns Hopkins University, e um dos autores do relatório. Os norte-americanos no exterior atualmente podem votar pelo correio, em papel. Mas obter e remeter as cédulas para votação à distância pode ser frustrante, e depende de serviços postais estrangeiros, nem sempre confiáveis. | |
Reuters |