Amigos,

Sem descartar o tema do "abafa" os partidos pequenos citado no texto do
Saulo, percebi também o porque da repulsa indefinida que sempre senti,
aparentemente sem motivo:
candidatos são eleitos sem voto específico, vale dizer, são eleitos pelo
voto na legenda.

Agora vejo que isso é uma aberração democrática, e tento fundamentar.

Primeiro, isso contraria a positividade do voto e a responsabilidade do
eleitor.
Ninguém pode ser responsável por um candidato que ninguém elegeu.

Segundo, porque contraria princípios democráticos, ao permitir a eleição de
candidatos rechaçados pelo voto.
Tão ou mais grave que abafar candidatos pequenos nominalmente votados é
eleger candidatos recusados pelo próprio voto.

As frases abaixo, todas de chamamento à cidadania pelo controle eleitoral do
candidato, são típicas de épocas eleitorais mas omitem essa lacuna,
disfarçam-na até:

"Você é responsável por quem elege, cuide do seu voto."
"Vote bem nessa eleição, estude o seu candidato."
"Elimine um deputado ruim, votando melhor na próxima eleição."
"Aperfeiçoe a Democracia, escolha bem o seu candidato."
"Seu deputado trabalha bem ?"

Pois é, todas elas são apenas parcialmente verdadeiras !
A parcela mentirosa não é explícita: é o voto de legenda, que elege pessoas
de interesse do partidos e não da sociedade votante.

Que reconduzem ao governo candidatos descartados no voto, na decisão
popular, sem que possamos impedir.
Nossa soberania do voto fica, assim, discreta e interessantemente baldada...
Somos soberanos, mais uma vez, apenas da boca para fora...
Os partidos elegem com esses votos quem eles quiserem, e não quem nós
quisemos.

O voto de legenda facilita o "abafa" e a perpetuação de quem interessa aos
partidos.
E a responsabilidade é nossa...

Sutil manipulação.
Mais uma.
E sempre a dano da sociedade.

Abraços
Cordioli


----- Original Message -----
From: "Saulo Henrique Freitas Seabra da Rocha" <[EMAIL PROTECTED]>
To: <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Friday, August 16, 2002 7:24 AM
Subject: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Dúvida_ interessante


Caro Amlicar,



Essa seqüência começando por deputado
federal, (e no caso das eleições para
prefeito, começando por vereador), tem o
único objetivo de reduzir a democracia
promovida quando as diferentes formas de
pensar se manifestam nos partidos
pequenos. Isso porque, os grandes
partidos, trabalham a exaustão o numero
de sua legenda, que para o eleitor menos
habituado a informática, será a primeira
coisa que fará. Digitará a legenda de
seu candidato a presidência, que ao
invés de realizar o seu desejo, somará
um voto para deputado federal na legenda
escolhida. Isso é muito fácil de
confirmar. Basta entrar no
www.tse.gov.br e verificar a imensa
quantidade que os partidos com
candidatos a presidente tiveram de voto
de legenda reduzindo ainda mais as vagas
para os partidos menores. E quem achar
que não é essa a razão, basta lembrar
que nas cédulas de papel, começava
sempre com o majoritário (presidente,
governador ou prefeito)



Atenciosamente



Saulo Henrique Freitas Seabra da Rocha
Metal Engineer
Phones:
(+55) (31) 9159-9971
(+55) (31) 3082-4342
ICQ: 35822228
[EMAIL PROTECTED]
www.jovensverdes.org

----- Original Message -----
From: Amilcar Brunazo Filho
To: [EMAIL PROTECTED]
Sent: Friday, August 16, 2002 12:02 AM
Subject: [VotoEletronico] Dúvida_
interessante


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Oi,

At 19:39 15/08/02 -0300, you wrote:
>Outra coisa que eu não entendo direito.
Acabaram, primeiro, com o voto
>parcial por causa do voto impresso.
Agora o eleitor do voto impresso vai ter
>um tratamento e o do voto tradicional
vai ter outro tratamento.
>  Por que não desenvolveram o mesmo
tipo de soft para o MIE (módulo
impressor
>externo), de maneira que, ao ocorrer a
suspensão por voto parcial, fosse
>impresso no papel os votos nulos para
os outros cargos!? Tem coisa que é
>difícil, né!?
>  []'s
>Lut.

Eu achava que a solução adotada para
este ano estava correta. Enquanto o
eleitor não confirmar todo o voto
considera-se que ele ainda não votou e ,
portanto se desistir no meio, significa
que desistiu do ato de votar. Ele
poderia voltar a votar mais tarde.

Alias, era assim com o voto tradicional
em papel.
O eleitor só completava o seu voto
quando do depositava a cédula única
preenchida (total ou parcilmente) na
urna. Este era o ato de votar,
personalissímo. Se antes disso ele
tivesse um piripaque e morresse antes de
colocar seu voto na urna, ninguém
poderia pegar a cédula já preenchida de
colocar na urna por ele.

Quando os técnicos do TSE decidiram
fazer esta máquina de opinar com os
votos sendo escritos em forma sequêncial
forcaram o eleitor a um
comportamenyto que não é natural: votar
em sequência forçada!

Esta solução (voto sequencial) não é
tecnicamente obrigatória. Foi uma
(infeliz) decisão de projeto. Nas urnas
que a Diebold (dona da  Procomp)
vendeu este ano para o Estado da
Georgia, EUA, um equivalente 'a Cédula
Única é apresentada na tela "soft touch"
da urna e o eleitor digitando
diratamente na tela vai preenchendo a
"tela-cédula-única" na ordem que
quiser, e deixando em branco o que
quiser. (dá até para deixar espaço para
o eleitor escrever alguma mensagem que
quiser).
O ato de confirmar o voto, completo ou
não, equivale de depositá-lo na urna.

Aqui, POR CAUSA E UNICAMENTE POR CAUSA
do voto sequencial, tem-se um
problema cujas soluções são ambas ruins
caso o eleitor não complete a
sequencia correta do voto:

1- DESCONSIDERA-SE os votos dados até o
momento da desistência do eleitor e
permite-se que o eleitor volte, mais
tarde, para votar novamente.
2- Permite-se ao mesário ANULAR o voto
do eleitor para os cargos restantes
e condira-se o voto completo. O eleitor
não poderá voltar a votar.

Está segunda solução, que era adotada
até 2000 é, antes de mais nada, ILEGAL.
Os advogados daqui podem ir ver o
capitulo que trata "Das Nulidades" no
código eleitoral e na lei 9.504 e verá
que somente o juiz eleitoral que
controla a apuração pode decretar que um
voto é nulo ou não.
A nenhum mesário ou escritunador é dado
este poder!

Por isto entendo que a solução (1) que o
TSE tinha adotado este ano, tanto
para a urna com voto impresso como para
a urna sem voto impresso, era a
mais adequada.
Desta vez a Jobim tinha dado uma dentro
(me parece que foi ideia dele
padronizar os procedimentos nos tipos de
urna)
Mas foram os próprios deputados, que
deveriam exigir o cumprimento da lei
que foram pedir ao Jobim para voltar a
desrespeitá-la.
Este país, não é sério...

Lut. na urna com voto impresso não dá
para fazer como você disse por que só
o eleitor pode dar aquele "confirma"
final que equivale ao ato de
introduzir o voto na urna. Se fosse dado
poder a um mesário de completar o
voto do eleitor anulando os que faltam e
ainda depositar este voto (agora
completo) na urna seria muito louco, Se
estaria dando poder ao mesário de,
lá do seu terminal, completar o voto e
votar pelo eleitor!!!

Parodiando o Cordiolli... elimine,
então, o eleitor....



1-

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