A omissão de um fato essencial, numa análise, permite se criar uma meia
verdade ou falsa verdade que quem tiver mais poder pode se utilizar dela à
vontade e manter intacta a verdade do stablishment.
É o caso do relatório da UNICAMP. Ao omitir a questão fundamental do voto
impresso, ele pode fornecer a meia verdade para Jobin torcer para onde lhe
aprouver e manter intacta a verdade oficial.
No artigo abaixo, falta entre outras coisas, como a existência da fraude nas
urnas, a manipulação dos índices de pesquisa etc., a constatação de que o
Serra, nos seus ataques a Ciro, teve apoio decisivo das bases organizadas do
PT e do PCdoB, além de diversos setores da imprensa. Eu viví isso na pele,
porque milito no meio sindical há mais de vinte anos, atualmente mais no
sindicato dos Professores das Universidades Federais. Além do que a própria
Universidade fervilha de política. Mesmo antes de Serra atacar Ciro, já
havia uma santa cruzada contra ele vinda da mídia e respaldada pelas
esquerdas em suas bases, chamando-o de novo Collor. Passeatas, minicomícios,
palestras, debates direcionados, cartazes, pixações, artigos comentários,
caricaturas, charges, contra Ciro, começaram antes do ataque de Serra, e
ainda prosseguem embora bem mais atenuados. Na propaganda da TV da coligação
pró Lula, na Bahia, ainda há referências depreciativas ao Ciro.
Daí ter sido fácil para Serra agredir o Ciro.
E a existência dessa aliança tácita entre esquerda, mídia e governo para
aniquilar o Ciro, merece uma reflexão especial.
Já no caso da futura guerra Serra contra Lula, a mídia e a imprensa já estão
se encarregando de desmoralizá-la denunciando-a e desqualificando-a por
antecipação para abortá-la. Vide revista ÉPOCA, de propriedade da família
Marinho.
Outro ponto que merece uma reflexão especial. Por quê setor tão poderoso e
governista da mídia defende Lula contra Serra? (Embora tente disfarçar de
furo de reportagem apenas).
----- Original Message -----
From: Roger Chadel <[EMAIL PROTECTED]>
To: Lista do Voto Eletronico <[EMAIL PROTECTED]>
Sent: Sunday, September 22, 2002 10:57 AM
Subject: [VotoEletronico] FC - Luiz Antonio Novaes - No Balanço da Campanha
Amigos da lista,
Bastante tendencioso, mas vale a pena ler.
Luiz Antonio Novaes
No Balanço da Campanha
Guerra preventiva
A tentativa de desconstrução de Luiz Inácio começou, do jeito que Ciro
Gomes falou. Na semana em que escolheu Santo André como padroeiro de sua
campanha, o tucano José Serra não se esqueceu de cobrar do petista nem mesmo
o anel de doutor. Acuado pelas pesquisas, que põem o ex-operário a poucos
passos do paraíso, o mestre de Cornell não teve alternativa senão deixar
para trás o prometido debate de idéias e partir para o abate do adversário.
Em contraste com o Lulinha Paz e Amor, que já pede timidamente para ser
ungido no primeiro turno, o humilde filho único da Moóca, que só não prestou
serviço militar porque a mãe não deixou, transformou-se no destemido senhor
da guerra. A duas semanas das eleições, e com apenas mais quatro programas
na TV, os tucanos jogam tudo para levar Serra ao segundo turno, mesmo
sabendo que a mínima falha pode acelerar a tendência pelo voto útil e
antecipar a decisão para 6 de outubro.
Na guerra do horário eleitoral, Nizan Guanaes destruiu Ciro, já na
lanterna segundo o Datafolha, e criou um virtual segundo turno contra Lula.
Mostrou rara habilidade para desconstruir reputações, mas estranhamente não
consegue construir Serra, encostado nos 19% de acordo com todos os
institutos de pesquisa. Somente seus adversários ganham ou trocam eleitores
entre si. Lula perdeu dois pontos no Ibope, mas ganhou quatro no Datafolha,
no qual Garotinho se aproxima perigosamente de Serra, que cai com aumento de
rejeição.
Talibãs do marketing, por meio do qual tentam provar que oito é maior
que dez, os tucanos têm, no entanto, a consciência de que a artilharia de
Nizan na TV não basta para estragar a festa de Lula. Todo o esforço terá
sido inútil se não entrar em cena a infantaria, expressão usada pelo
publicitário para se referir aos candidatos a governos estaduais. O problema
é que esta é exatamente a fase em que a "ola" petista costuma arrastar seus
candidatos para cima, como já se vê no Rio Grande do Sul.
Antes de abandonar a guerra fria e, à moda Bush, optar pela guerra
preventiva e unilateral, Serra esteve no Ministério da Defesa, na ESG e em
reunião secreta com banqueiros. Foi quando, na expressão de um dos
participantes, caiu a ficha do mercado sobre a chance real da vitória
imediata de Lula. A partir daí, Lula apanhou como nunca. Num só dia foi
acusado de defender a bomba atômica e de não ter capacidade de governar,
pela falta de diploma universitário. "O PT da TV, maquiado, bonzinho e
equilibrado" foi denunciado e substituído pelo partido da baderna que, em
ligação com o MST e a guerrilha colombiana, incentiva a surra pública de
autoridades. Para não polarizar com Serra, que no GLOBO classificou como um
afogado em busca de socorro, Lula chamou o tucano de preconceituoso,
deixando-o mal com 93% do eleitorado, que não têm diploma, e transferiu para
Duda Mendonça a tarefa de ir ao front de guerra. Mas, na TV, viu-se o
primeiro grande erro de Duda, flagrado repetindo para Lula a propaganda
sobre farmácias populares feita para Maluf em 98. Nunca os tucanos tiveram
munição tão forte para mostrar que parte do novo Lula é de fato produto de
marketing. Nunca o PT se viu diante de deslize tão sem remédio.
Acreditando-se herdeiro universal da desconstrução, Garotinho continua
batendo em Serra, Ciro e especialmente em Lula, a ponto de já incomodar a
cúpula do PT. Na semana, foi procurado por uma missão de paz do partido, que
também correu a Ciro com acenos idênticos. O ex-governador do Ceará ensaiou
reclamar dos ataques de Serra a Lula, mas acabou fechado com Roberto Freire,
presidente de seu partido, que comemorou o início da caçada ao petista como
uma grande contribuição à democracia. Não é o que pensam Roberto Jefferson,
líder do PTB, para quem o trem de Ciro já passou, nem o candidato do PPS ao
governo de Mato Grosso, Blairo Maggi, que chegou a recomendar sua renúncia
em favor de Lula. E assim o palanque de Ciro vai se esvaziando na mesma
medida em que o candidato mostra ser hoje o que leva mais a sério a
advertência de especialistas sobre o papel da mulher nas eleições: Patrícia
Pillar, que jamais o abandonou, passou a organizar o Abrace 23, manifestação
de apoio ao marido. Aberta exclusivamente às mulheres.
PESQUISA
Por que o economista José Alexandre Scheinkman resolveu batizar de
"agenda perdida" o pacote de propostas que preparou para Ciro Gomes?
CARTEADO ELEITORAL
Uma semana após aderir à legalização do jogo, Garotinho corre o risco
de cair no vício. Sua propaganda na TV já montou a mesa e distribuiu as
cartas do baralho. Com a cara dos candidatos.
A CARÁTER
Grande criador de palavras, Ciro continua a pleno vapor. Na
inauguração de um comitê negro, por esses dias, explicou que emprego é coisa
tão séria que não pode ser manipulada de forma "acaráter". Era só mais uma
acusação a Serra.
PASSADOS
Alckmin passou Maluf e lidera em São Paulo. Aloizio Mercadante, que
passara Quércia, encostou no líder Romeu Tuma na disputa pelo Senado.
Ronaldo Lessa ampliou a vantagem sobre Collor em Alagoas.
HORA DO CHORO
O candidato pefelista Hugo Napoleão, ultrapassado pelo petista
Wellington Dias na disputa pelo governo do Piauí, foi quem nos primeiros
dias da campanha eleitoral recomendou a Serra sorrir mais para cativar o
eleitor.
Nizan desconstrói o que vê pela frente, mas só faz crescer a rejeição
de Serra
FRASES DA SEMANA
"Se depender do meu esforço, vou fazer o que puder para ganhar estas
eleições o mais rapidamente possível"
Lula
"Lula é a favor da bomba atômica"
Serra
"É muito triste constatar que os tucanos estão virando urubus"
João Paulo Cunha, líder do PT na Câmara
"Ele está repetindo com o Lula o que fez comigo. É simplesmente um ato
de fascismo"
Ciro, sobre a nova onda de ataques de Serra
"Vou ganhar no primeiro turno, ele vai para o segundo e vão nascer
cabelos em minha careca"
Esperidião Amin, ao sair da reunião que decidiu intensificar os
ataques de Serra a Lula
"Ele está apavorado, sentindo que será ultrapassado por mim nos
próximos dias"
Garotinho, sobre Serra
"Secou tudo. Está aquela tristeza. Lula está campeão. Vai dar voto
útil"
Roberto Jefferson, líder do PTB
"Ele foi criado no interior do Ceará, sobreviveu à doença e à
repetência escolar"
Patrícia Pillar, sobre Ciro
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Grande abraço,
Roger Chadel
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O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E
O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
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