Mais que isso: o OSM parte do princípio que ninguém melhor que um mapeador local para verificar se as edições locais são, de fato, válidas. Um editor remoto poderia verificar se uma determinada edição é maliciosa, mas apenas até certo limite, apenas se o "mal" feito for bastante óbvio (deleção de vias etc).
Por outro lado, outros tipos de edições (digamos, adição de POIs como bares, restaurantes, farmácias etc.) totalmente fictícias poderiam ser verificadas só por editores locais. Precisamos, essencialmente de mais braços. *Precisamos de muitos fazendo o suficiente, não de poucos fazendo muito.* Por isso a "chatice" de alguns membros, porque o malfeito de um ou outro pode colocar em risco todas as demais contribuições (seguindo regras internacionais do projeto, nada que definimos por aqui, e que quem quiser contribuir tem necessariamente de seguir). []s Arlindo 2015-12-25 20:14 GMT-02:00 Gerald Weber <gwebe...@gmail.com>: > Oi Paulo, > > interessantes as suas colocações, mas tenho algumas observações a fazer > > 2015-12-25 14:37 GMT-02:00 Paulo Carvalho <paulo.r.m.carva...@gmail.com>: > >> A coisa é muito simples e funciona. Darei dois exemplos de sucesso já >> comprovado: software open-source e publicações científicas. >> > > Nenhum dos dois modelos involve leigos, mas pessoas altamente > especializadas. Ninguém contribui num projeto de software sem ao menos um > domínio básico das linguagens envolvidas. Ninguém publica em revistas > científicas sem muitos anos de especialização. Outro ponto é que o número > de pessoas envolvido num projeto de software é bastante restrito, assim > como o número de pessoas que estão envolvidas numa publicação caberiam numa > sala (exceto nas colaborações de física de partículas, exemplo LHC). > > Já o modelo do OSM envolve uma variedade de pessoas muito grandes, desde > especialistas em GIS até leigos totais em cartografia (como eu por > exemplo). Também o número de pessoas envolvido aqui é bem maior do que em > qualquer projeto de software típico. > > >> Ambos os processos são pautados no princípio do terceiro confiável. O >> OSM não aplica esse princípio, ou seja assume que uma das partes (no caso >> os usuários) é confiável, e o resultado são as frustrações e as >> consequentes perdas de tempo consertando que vemos com frequência. >> Conclusão: o modelo de colaboração do OSM é ineficiente. A solução para >> essa ineficiência está aí. Não fazem porque não querem. >> > > Não sei como se poderia operacionalizar um modelo de validação eficiente > no OSM diante de um público tão heterogêneo. Qualquer que seja a solução > ela envolve gente para operacionalizar isto. A lógica dominante no OSM é > que tendo uma massa grande de mapeadores qualquer problema seja rapidamente > solucionado. O nosso problema aqui na América do Sul é que não temos essa > massa de gente e por isto a lógica que funciona na Europa não funciona para > nós. > > >> >> Os mapas do OSM existem em forma de XML, o que seria perfeito de se >> sujeitar a um sistema de versionamento moderno como o Git e o Mercurial. >> >> O ser humano é falho, seja por má intenção ou por descuido. O peer >> review e o merge request são mecanismos criados para justamente impedir >> tais falhas de contaminem os respectivos produtos de forma que o reparo >> seja muito custoso ou que traga consequências ruins. >> >> > Bom, eu trabalho com peer review diariamente e posso te contar cada > história, mas isto é outra conversa ;) > > Agora, como o atual sistema funciona bem na Europa, eu percebo uma > resistência muito grande em introduzir qualquer mecanismo que possa ser > visto como uma barreira. A recente tentativa do Arlindo de solicitar um > simples aviso no Id é bem emblemático disto, os desenvolvedores do Id nem > deram papo e fecharam a requisição horas depois. > > Mas uma idéia que eu acho que podemos emprestar da área de software é > trabalhar com versões beta e versões estáveis da base. Por exemplo, fazemos > uma cópia local da base do OSM (digamos só do Brasil) da qual temos > razoável confiança de não ter nenhum problema maior e declaramos ela como > versão estável. A partir desta versão poderíamos produzir um índice de > qualidade calculado a partir de validações e testes. A versão estável só > seria substituída periódicamente por uma versão com índice de qualidade > maior, ou algo do gênero. A gente só usaria a versão estável para gerar > mapas para dispositivos ou quaisquer outros fins. A gente poderia até > eliminar localmente os changesets duvidoso da base estável, da mesma > maneira como bugs são corrigidos em versões estáveis de software. Bom, é só > uma idéia que precisa de amadurecer, mas se a gente conseguir por algo > assim para funcionar eu acho que a gente poderia conseguir a aceitação > disto de muita gente por aí que depende de maneira crítica da base. > > abraço > > Gerald > > > > > _______________________________________________ > Talk-br mailing list > Talk-br@openstreetmap.org > https://lists.openstreetmap.org/listinfo/talk-br > >
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