Após um mês ou mais, estou pondo leituras em dia. Ainda não retornei aquele
tópico sobre meritocracia.

Se for pra falar em termos suposto custo da hora de mapeamento doada, sou
favor de usar valores mais reais. Calculemos algo por cima, sem preciosismo
legal. Digamos que um funcionário público ganhe 1,5 salário mínimo para
mapear, numa jornada de 40 horas semanais, sem os descontos trabalhistas...

880 x 1,5 = 1320 reais é o salário

1320 / (4 x 40) = 1320 / 160 = 8,25 reais é quanto ele ganha por hora de
mapeamento

Pronto! Estão aí meus dois centavos.

Digamos que essa pessoa ganha isso com outro trabalho qualquer, não com
mapeamento, que todo dia de semana ele doa 1 hora mapeada, e que no sábado
ele doa 3 horas, e que no domingo ele doa 4 horas. Ele doa:

4 x (5 x 1) + 4 x (3 + 4) = 4 x 5 + 4 x 7 = 20 + 28 = 48 são as horas de
mapeamento que essa pessoa doa por mês

Vamos arredonda: 50

Agora imagine que o cara fique satisfeito, comparando com sua função
primária, em cobrar apenas 7 reais.

Essa pessoa doa todos os meses, em mapa, 50 x 7 = R$ 350,00

Isso é 26,5% do salário que a pessoa ganha! Não todo mundo que devolve a
Deus um "dízimo" desses... é interessante fazer esse link, já que a
Pastoral da Criança foi mencionada.

Agora, ao meu ver, o mais importante é seguinte: se é coisa DOADA, não há
razão para tais cálculos. Eu os fiz aqui apenas com a finalidade de ao
menos ser mais realista. Mas logo quero me desvencilhar de tais assuntos.
Eles não são benéficos. Incitam a uma menor generosidade.

Se a OSM-BR fosse uma organização formalizada (com CNPJ), essas horas
> poderiam ser registradas pela contabilidade, e usadas não só para
> demonstrar o "curriculum da OSM", o valor seria também demonstração de
> contrapartida em parcerias com o governo (prefeituras, autarquias, etc.) ou
> entidades de fomento, para formalizar as parcerias.
>

Ah, OK! Perfeito. Compreendido.

É interessante lembrar que a Pastoral da Criança, em alguns lugares,
segundo me lembro, inclusive dá uma ajuda de custo aos voluntários, o que
às vezes não inclui apenas transporte mas também alimentação. Então é, de
fato, importante ter uma "contrapartida em reais" quando buscando recursos
financeiros para a entidade sem fins lucrativos. Quem sabe se o OSM-BR não
poderá, num futuro, dar ajudas de custo a quem faz "*surveys*"?!

Alexandre Magno



Em 5 de fevereiro de 2016 21:31, Peter Krauss <ppkra...@gmail.com> escreveu:

> Qual aplicativo você usa?  Edita mapas com o iD
> <http://wiki.openstreetmap.org/wiki/ID>? Com o JOSM
> <http://wiki.openstreetmap.org/wiki/JOSM>?
> E quantas "horas liquidas" de trabalho você já consumiu contribuindo com
> edições?
> Pode até ser um chute, por baixo... muitas horas por mês... E se o valor
> da hora fosse digamos R$1, parece pouco?
> Quantas horas ao todo já foram doadas para a OSM?
>
> Abaixo um trecho bem didático, sobre o registro de tempo numa associação
> sem fins lucrativos brasileira, que contabiliza as horas dos seus
> voluntários,
> “
>   Uma outra forma de aproveitar a equivalência valor do tempo é a
> avaliação do trabalho prestado por voluntários.
>   Para muitos, trata-se de atividade pouco importante, 'marginal' do ponto
> de vista econômico.
>   O exemplo da Pastoral da Criança <http://www.pastoraldacrianca.org.br/>
> é neste sentido significativo.
>   A Pastoral trabalha com 350 mil voluntários, e está na origem, nas
> regiões de atividade,
>   de 50% da redução da mortalidade infantil e 80% da redução das
> hospitalizações.
>   Em termos de contabilidade tradicional, esta atividade não é positiva:
> pelo contrário,
>   ao reduzir o consumo de medicamentos, uso de ambulâncias e dias de
> hospitalização, reduz o PIB.
>   E a atividade, como não é remunerada, não aparece no PIB como
> contribuição positiva.
>   Se estimarmos o trabalho das voluntárias da Pastoral dedicado a crianças
> em 1 hora por dia,
>   a R$3,30 a hora, podemos avaliar a contribuição da pastoral como
> equivalente a R$1.155.000 por dia.
> ”, L. Dowbor, akatu.org.br, "O valor economico do tempo livre"
> <http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/O-valor-economico-do-tempo-livre>
>
>
> Se a OSM-BR fosse uma organização formalizada (com CNPJ), essas horas
> poderiam ser registradas pela contabilidade,
> e usadas não só para demonstrar o "curriculum da OSM", o valor seria
> também demonstração de contrapartida em
> parcerias com o governo (prefeituras, autarquias, etc.) ou entidades de
> fomento, para formalizar as parcerias.
>
> O registro das horas voluntárias é uma prática pouco conhecida do público,
> mas comum entre entidades que buscam parcerias transparentes e duradouras.
>
>
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