Matéria do Irlam Rocha Lima no jornal Correio Braziliense de hoje traz o roteiro de rodas de choro em bares e restaurantes de Brasília. Caio Tiburcio Correio passeia pela rodas de choro da cidade Irlam Rocha Lima
Publicação: 11/02/2011 07:44 Atualização: 11/02/2011 08:11 Fernando Lopes enche-se de felicidade numa roda de choro: "é uma bênção" O brasiliense pode curtir rodas de choro quase todos os dias da semana. Quem sai de casa para prestigiá-las tem um dos melhores programas da babel sonora em que transformou-se a capital, onde se ouve ritmos diversos. Há os que são espectadores assíduos e os que comparecem eventualmente. Mas todos saem desses lugares certos que o velho e bom chorinho tem intérpretes competentes em Brasília. A programação começa na terça-feira, com o projeto Sambando no choro, que, desde o primeiro semestre do ano passado, ocupa o Feitiço Mineiro (306 Norte), a partir das 21h, com o grupo Baixo Clero, formado por alunos da Escola Brasileira de Choro Raphael Rabello. Às quintas-feiras, a partir das 20h, ocorre, no Senhoritas Café (408 Norte), outra concorrida roda. Liderado pelo violonista Fernando César, o encontro musical tem a participação fixa de Dudu Maia (bandolim), Pedro Vasconcelos (cavaquinho) e Valerinho (pandeiro). Conta também com outros músicos que aparecem para dar canja. Flautista, ex-aluna da Escola de Choro, Maria Carolina Figueiredo Veloso marca presença na roda de choro comandada por Fernando César. “Sou frequentadora assídua do Clube do Choro e venho com alguma frequência ao Senhoritas. Aqui, o que se vê é uma autêntica roda de choro, com os músicos tocando em volta de uma mesa. Ultimamente, tenho trazido minha filha, Júlia, no colo para que ela comece, desde cedo, a ter contato com esse estilo musical, pelo qual sou apaixonada.” No bar e restaurante Tartaruga (Entrequadra 714/715 Sul), o choro dá o tom às sextas-feiras, com uma roda que tem início às 18h30. “Começamos no quiosque que tínhamos na UnB. Viemos para cá em 2005. Tem pessoas que vêm aqui desde o começo para usufruir gratuitamente da música de qualidade”, comemora Rogerinho, percussionista e sócio da casa, que toca em companhia do irmão Paulão (bandolim), de Léo Benon (cavaquinho), de Laércio Pinheiro (violão sete cordas), de Dudu Sete Cordas c(avaquinho) e de Gabi Tunes (flauta). Diversidade Músico de muitos instrumentos, Carlinhos Docebar enche de belos sons o Bar do Farol, no Iate Clube, às sextas-feiras, das 19h às 23h. Tocando violão, cavaquinho, sax e teclado, ele tem, no chorinho, o carro-chefe de recital. “Durante muitos anos, toquei em casas noturnas, como a Flor Amorosa, na 102 Norte e do meu repertório o choro sempre teve espaço destacado, até por fazer parte da minha formação musical”, explica. Aos sábados, a oferta de rodas de choro cresce. No bar do Mercado Municipal (509 Sul), há quatro meses, o festejado violonista, cavaquinista e produtor musical Evandro Barcelos, de 35 anos de carreira, reúne-se com Augusto Contreras (violão sete cordas), Antônio Afonso (pandeiro), das 13h às 16h, para mostrar o choro tradicional. Nas mesas que se espalham pela calçada da W3 Sul, é expressiva a presença de fãs do gênero. Walcir Tavares bate ponto no chorinho do Mercado Quem não perde por nada é Walcir Tavares, ex-presidente e ex-diretor do Clube do Choro, figurinha carimbada no circuito musical da cidade. “Começo meu périplo por casas que oferecem música ao vivo aos sábados pelo Mercado Municipal. Ouvir Evandro Barcelos e seus companheiros tocar é sempre prazeroso. Quanto mais roda de choro tiver, melhor para quem gosta da autêntica música brasileira”, afirma Walcir. Os veteranos chorões Eli do Cavaco e o pandeirista Valdecir, que integraram o conjunto de Waldir Azevedo, quando o mestre do cavaquinho morou em Brasília, na década de 1970, estão ao lado de Paulo Henrique (violão) e Denival (sax) na roda de choro que rola aos sábados, das 13h às 17h, no Bar do Ferreira, área externa do Shopping Que (Avenida das Castanheiras, em Águas Claras). “Para nós, é um privilégio ter na casa músicas que ajudaram a fazer a história do choro em Brasília”, destaca Mauro Calichman, gerente do grupo Jorge Ferreira. Um dos pioneiros do choro na capital é Dionísio Della Penna, mais conhecido por Coqueiro, 80 anos, mecânico aposentado, que há quase quatro anos, aos sábados e domingos, das 18h às 22h, organiza uma roda de choro na Entrequadra 13/14, no canteiro central do Lago Norte, na calçada do bar Grau. Entre os muitos músicos que tomam parte da “grande confraternização”, o único que atua profissionalmente é Paulinho do Cavaco. Entre eles, há servidores públicos, militares, profissionais liberais e, também, instrumentistas que ajudaram a fazer a história do choro brasiliense como Pernambuco do Pandeiro, Carlinhos Sete Cordas e Dolores Thomé. “Para mim, que moro na vizinhança, essa roda de choro comandada pelo grande Coqueiro é uma benção. É um deleite poder ouvir, no fim de semana, músicos de tanta qualidade, num ambiente tão democrático”, elogia o aposentado Fernando Lopes. PROGRAME-SE Terça-feira » Às 21h, no Feitiço Mineiro (306 Norte), couvert artístico R$ 15. Não recomendado para menores de 18 anos. Quinta-feira » Às 20h, no Senhoritas Café (408 Norte). Couvert artístico R$ 8. Classificação indicativa livre. Sexta-feira » Às 18h30, no Bar e Restaurante Tartaruga (Entrequadra 714/715 Sul). Não há cobrança de couvert artístico. Não recomendado para menores de 18 anos. » Às 19h, no Bar do Farol (Iate Clube. Setor de Clubes Sul). Não há cobrança de couvert artístico. Classificação indicativa livre. Sábado » Às 13h, no bar do Mercado Municipal (509 Sul). Couvert artístico R$ 4. Classificação indicativa livre. » Às 13h, no Bar do Ferreira (Shopping Que, Avenida das Castanheiras, em Águas Claras). Classificação indicativa livre. Sábado e domingo » Às 18h, na calçado do Nar Grau (entrequadra 13/14, no canteiro central do Lago Norte). Não há cobrança de couvert artístico. Classificação indicativa livre. Templo em recesso » Ponto de confluência dos amantes da música criada por Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e outros mestres, o Clube do Choro está em recesso e só deve retomar sua programação em março. Isso, porém, não impede que chorões de carterinha reúnam-se em diferentes locais do Distrito Federal para participar de rodas, nas quais instrumentistas de gerações distintas buscam manter viva a chama de uma das mais legítimas manifestações da cultura popular brasileira. http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/02/11/interna_diversao_arte,237210/correio-passeia-pela-rodas-de-choro-da-cidade.shtml
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