Correio Braziliense
 Morre Pernambuco do Pandeiro, um dos fundadores do Clube do Choro 
 Um dos músicos que ajudaram a fazer a história do choro
brasiliense, Pernambuco do Pandeiro morreu na madrugada de hoje, no
Hospital Santa Luzia, devido à falência múltipla de órgãos. Ele
faria 87 anos no próximo dia 30. Estava internado desde o último
sábado, quando chegou ao hospital com febre alta e falta de ar. A
diabetes agravou o quadro de pneumonia. O velório será neste
domingo, a partir das 10h, na Capela 10 do Campo da Esperança. O
enterro está marcado para as 15h30. 
 Pernambuco do Pandeiro — na certidão, Inácio Pinheiro Sobrinho
— nasceu em Gravatá de Bezerro (PE), em 30 de julho de 1924. Antes
de completar um ano, mudou-se com a família para Lagoa de Roça (PB),
onde viveu até o começo da adolescência. De lá, seguiu de navio,
com a mãe e dois irmãos, para o Rio de Janeiro. Foi na capital
fluminense que iniciou a carreira de músico, aos 15 anos, após ser
aprovado, em primeiro lugar, no programa de calouros A hora do pato,
na Rádio Mayrink Veiga.
 No Rio, o músico viveu seus tempos de glória na era de ouro do
rádio. Integrou conjuntos regionais sob a batuta de maestros como
Radamés Gnattali e Severino Araújo, e acompanhou cantores do naipe
de Francisco Alves, Orlando Silva, Nelson Gonçalves e Aracy de
Almeida. Ele veio para Brasília em 1959, a convite de Juscelino
Kubistchek. "Vim para ser músico da Rádio Nacional, mas não deu
muito certo e aí fui fichado na Novacap, na qual me aposentei",
contou, em entrevista ao Correio, em janeiro de 2010. 
 Na década de 1970, Pernambuco do Pandeiro frequentava rodas de choro
promovidas em apartamentos da cidade, como o da flautista Odette
Ernest Dias e o do jornalista Raimundo de Brito. Foram nesses
encontros — com músicos cariocas transferidos para a capital —
que se formou a turma que daria origem ao Clube do Choro, fundado em
1977.
 Reco do Bandolim, presidente do Clube do Choro, credita a Pernambuco
do Pandeiro os papéis de músico influente e grande estimulador das
novas gerações de instrumentistas. "Ele foi pioneiro. Sempre esteve
presente no movimento do choro", comenta o bandolinista. "Era uma
pessoa da maior generosidade e dedicou a vida inteira ao pandeiro,
instrumento aparentemente pequeno, mas que é essencial na música
brasileira. Ele tinha uma noção clara disso."
 Nos últimos anos, Pernambuco morava num apartamento modesto da 410
Sul e participava de uma roda de choro nas tardes de sábado, na
comercial da QI 13 do Lago Norte. Era um dos mais entusiasmados da
turma. "Além de grande músico, ele era uma simpatia, alegre,
animado. A música brasileira deve muito a ele", diz o bandolinista
Dyonisio Della Penna, o Coqueiro, organizador dos encontros semanais
no Lago Norte. 
 
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2011/07/09/interna_diversao_arte,260456/morre-pernambuco-do-pandeiro-um-dos-fundadores-do-clube-do-choro.shtml
[1]
 JORNAL DE BRASÍLIA
 Morre Pernambuco do Pandeiro, um dos fundadores do Clube do Choro de
Brasília   
        Morreu na madrugada de hoje (9), perto de fazer 87 anos, o
percussionista e compositor Pernambuco do Pandeiro. Ele estava
internado há uma semana e morreu em decorrência da falência
múltipla de órgãos. 

        Em depoimento à Rádio Nacional, gravado em 2008, Inácio Pinheiro
Sobrinho (nome de batismo) lembrou que faz parte da história de
Brasília, aonde chegou em 1959, a convite do presidente Juscelino
Kubitschek, para tocar na Rádio Nacional.
 Junto com outros músicos que eram funcionários públicos e foram
transferidos para a capital, como Avena de Castro, Nilo Costa, Tio
João, Hamilton Costa, Neuza França e Odete Ernest Dias, começaram
as reuniões musicais nas próprias casas dos “chorões”. 

        Na década de 70, começaram as apresentações públicas. O então
governador Elmo Serejo Farias assistiu a uma delas e cedeu as
instalações de um antigo vestiário do Centro de Convenções para
as reuniões dos músicos. A partir daí, foi fundado o Clube do Choro
de Brasília no dia 09 de setembro de 1977. 

        Pernambuco do Pandeiro começou a carreira na década de 1940, no Rio
de Janeiro, com apresentações na Rádio Clube Fluminense em Niterói
e nas boates Dancing Brasil e Farolito. 

        Depois, passou a integrar o regional de César Farias, pai de
Paulinho da Viola. Também tocou com Pixinguinha e Benedito Lacerda na
Rádio Tupi. Na década de 50, criou seu próprio conjunto, quando
lançou Hermeto Pascoal. 
        Percorreu vários países divulgando a música brasileira e tocou
também no conjunto que acompanhava Waldir Azevedo. Ainda em
Brasília, em 1982, apadrinhou e deu o nome à dupla Dois de Ouro,
formada por Hamilton de Holanda – na época com seis anos de idade
– e o irmão, Fernando César. 

        O velório será amanhã, no cemitério Campo da Esperança, em
Brasília, a partir das 10h, na Capela 10. O enterro está marcado
para as 15h30.
 Fonte: Agência Brasil 
 
http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/noticia.php?id=352487&secao=N
[2]
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