Pois é, foi o que passou pela minha cabeça, também.  Ficou parecendo que
Linux é coisa de anticapitalista! :D

On 4/25/07, Clóvis Alberto <[EMAIL PROTECTED]> wrote:
>
> Flávio Araújo escreveu:
> > Nascido como um sistema alternativo, o programa tornou-se fonte de
> receitas
> > para fornecedores tradicionais.
> >
> > Há um adágio segundo o qual quem nunca foi comunista na juventude não
> tem
> > coração, mas quem continua comunista depois da maturidade não tem razão.
> O
> > provérbio é controverso, mas parece ser seguido à risca no setor de
> > software. É o que sugere a história do Linux, sistema criado no início
> dos
> > anos 90 que se diferencia por não cobrar licenças de uso e permitir que
> seu
> > código-fonte seja livremente copiado e modificado. Com essa proposta, o
> > Linux caiu no gosto de programadores espalhados pelos quatro cantos do
> > mundo. Trabalhando de forma voluntária, com o reconhecimento intelectual
> > como única recompensa, essa comunidade aprimora constantemente o
> sistema. O
> > apoio dessa turma é tão entusiasmado que por vezes ganha contornos
> > ideológicos. Alguns parecem acreditar que o programa libertará o mundo
> da
> > ganância dos fornecedores tradicionais, cuja maior imagem é a Microsoft.
> O
> > Linux seria o principal representante de uma espécie de socialismo dos
> bits.
> > Ironicamente, o crescente sucesso que o produto vem conquistando se deve
> > justamente à sua conversão ao mercado.
> >
> > Saem os jovens programadores trajando bermudas e tênis, entram os
> executivos
> > engravatados. Alguns dos maiores e mais tradicionais fornecedores de
> > tecnologia, como IBM, Oracle e HP, abraçaram o Linux e gradativamente o
> > colocaram no centro de suas estratégias. Essas empresas estão faturando
> alto
> > com o sistema que outrora se apresentava como alternativa ao status quo
> do
> > mercado tecnológico. É verdade que o Linux nem sequer arranha a
> supremacia
> > do Windows nos computadores pessoais. Mas já é uma séria alternativa
> para
> > servidores, os grandes computadores que controlam as redes corporativas.
> A
> > consultoria IDC estima que o conjunto de produtos e serviços que
> gravitam ao
> > redor do Linux vá gerar 35 bilhões de dólares mundialmente em 2008. No
> > Brasil, dos 850 milhões de dólares que a venda de servidores movimentou
> em
> > 2006, cerca de 12% vieram de negócios envolvendo máquinas munidas com o
> > sistema que tem o pingüim como símbolo. No começo da década, esse número
> era
> > apenas 2%. Um estudo da Fundação Getulio Var gas mostra que mais de 16%
> dos
> > servidores instalados nas empresas nacionais rodam Linux -- participação
> que
> > aumenta a cada ano. "Grandes fornecedoras que competem com a Microsoft
> em
> > vários mercados precisavam de uma alternativa", diz Fernando Meirelles,
> da
> > FGV. "Elas têm interesse estratégico e legítimo de apoiar o Linux."
> >
> > E é exatamente o que estão fazendo. Atualmente, todos os equipamentos
> que a
> > IBM vende são adaptados para o sistema de código aberto. Além disso,
> mais de
> > 700 softwares que a companhia desenvolve, desde banco de dados até
> programas
> > de e-mail, rodam sobre o sistema operacional. "O Linux tornou-se um dos
> > eixos centrais da atuação da IBM", diz Haroldo Hoffmann, diretor de
> > iniciativas estratégicas da Big Blue. A Oracle segue uma tática
> semelhante.
> > A companhia apóia o Linux desde 1998, por orientação direta de seu
> > executivo-chefe, Larry Ellison. "No último ano fiscal, ultrapassamos a
> marca
> > de 1 bilhão de dólares em receitas de produtos e serviços relacionados
> ao
> > Linux", diz Luiz Meisler, vice-presidente sênior da Oracle para a
> América
> > Latina.
> >
> > À primeira vista, parece natural supor que a conta nunca vai fechar para
> > fornecedores que trabalham com um produto conhecido justamente por ser
> > entregue de graça. Natural -- e equivocado. O Linux é realmente
> oferecido
> > sem cobrar a tradicional licença de uso. Mas o fato é que um sistema
> > operacional não significa nada sozinho e representa apenas uma fração
> dos
> > custos totais de grandes projetos de tecnologia nas empresas -- que
> também
> > incluem o apoio de uma consultoria, compra de máquinas e acordos de
> > assistência técnica. Uma fornecedora como a IBM fatura alto com cada um
> > desses itens. A conta fecha -- e geralmente com muitos zeros à direita.
> >
> > A comunidade do Linux também ganha com isso. Sua disseminação no
> ambiente
> > empresarial deve-se a esse apoio de grandes fornecedores. Petrobras,
> Casas
> > Bahia e Itautec -- para ficar só em casos brasileiros -- não adotaram a
> > tecnologia só por suas qualidades técnicas. É fundamental ter um
> contrato de
> > instalação, suporte e atualização com um prestador de serviços
> confiável,
> > que não vai desaparecer do dia para a noite. Da mesma forma, é preciso
> uma
> > ampla oferta de software e máquinas preparadas para trabalhar num
> ambiente
> > de Linux. As fornecedoras tradicionais de tecnologia garantem essas
> > condições. Algumas fizeram ainda mais: a Oracle, por exemplo, realizou
> nos
> > últimos anos uma migração completa dos sistemas que garantem seu próprio
> > funcionamento para Linux. "Somos uma vitrine do sucesso do Linux", diz
> > Meisler. Hoje, todos os 12 000 servidores da companhia, que emprega 75
> 000
> > pessoas, rodam o software livre. Nada mau para um programa que, em sua
> > juventude, pretendia ser a esquerda do mercado de tecnologia. Que
> diferença
> > fazem alguns cabelos brancos.
> >
> >
> >
>
>
> Uma pergunta não me sai da cabeça:
>
> "O linux se rendeu ao mercado ou o mercado corporativo abriu os braços
> para o linux?"
>
>
> Saudações
>
>
>
> --
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