Sei que isso vai sair do tópico, mas vale a pena fazer um comentário a respeito.

A questão não está em haver ou não um open source de peso.
Recentemente, houve o III Encontro de Software Livre do Serpro
Curitiba. Nele, o Coordenador do Projeto Documento Digital do Governo
do Paraná, sr. Vanderlei Vilhanova Ortêncio, proferiu uma palestra
sobre o estudo que a Celepar fez sobre técnicas para conservar
documentos digitais por longos períodos. A pesquisa constatou que hoje
não existe uma maneira de conservar documentos arquitetônicos (plantas
de prédios, plantas de cidades, etc.) em meios digitais, apenas por um
motivo:

Existe uma proliferação, em todas as áreas da engenharia, de um padrão
fechado de documentos, pertencente a uma empresa chamada Autodesk.
Isso é de uma ambiguidade tão grande que chega a ser cômico.
Justamente a área do conhecimento humano que mais se utiliza da
padronização, está amarrada deliberadamente ao formato de documento
proprietário da Autodesk.

Isso tem implicações importantes na conservação histórica, porque nada
pode garantir que alguém possa ter acesso a um documento feito no
Autocad daqui há cinco ou dez anos, que dirá daqui a 100 ou 200 anos.

Soluções de engenharia de qualidade inquestionável existem várias. O
que falta é a compreensão de que permitir que um padrão de documento
proprietário como DWG, é um tiro no pé e um risco, não só para as
empresas, mas principalmente para a sociedade e para as gerações
futuras.

A briga nessa área vai ser boa, mas se os padrões abertos estão
ganhando a guerra contra a gigante das janelas quebradas, pode ser que
num futuro não muito distante tenhamos padrões abertos para documentos
de engenharia também. Se os engenheiros não se mexerem quanto a isso,
a sociedade com certeza vai.

Abraço.
Em 11 de junho de 2010 19:28, Alfterhaang <alfterha...@gmail.com> escreveu:
>  Na verdade vejo como muito positiva a iniciativa da Bricsys porque na área
> de cad o linux está bem diferente de outras, programas bons a maioria até
> bem melhores aos amplamente utilizados no windows não faltam, no entanto na
> área de projeto arquitetônico/civil e correlatos não existia uma opção
> viável. Claro que assim que houver um open-source a comunidade deve apoiar
> em peso mas até o momento não encontrei nem um que satisfaça o volume de
> trabalho de uma empresa de engenharia ou arquitetura, sem falar que ele deve
> poder trabalhar com todos os arquivos já criados em várias versões do
> AutoCAD (que na empresa onde trabalho passa de 500GB ) e abrir os arquivos
> enviados pelos clientes.
>
>  A noticia é muito boa porque até ontem se você ligasse na Autodesk
> (empresa que desenvolve o AutoCAD) e pedisse uma versão para Linux os caras
> desligavam na sua cara e até hoje é assim, assim como tem o briscad tem o
> progecad, o intelicad, zwcad, *cad, em qualquer empresa que você ligar os
> caras não estão nem aí para o Linux, quando você pede sobre o assunto dá
> para sentir na voz do atendente: "problema seu, muda para o windows".
>
>  Diante de tantas empresas que simplesmente ignoram os usuários linux, uma
> empresa que se preocupou em desenvolver uma versão do seu software para
> rodar nativamente no linux tem de ser valorizada, ao empregarem recursos
> para tanto estão dizendo claramente que acreditam ser um sistema operacional
> viável, depois que o briscad funcionar as outras não terão mérito nenhum em
> investir em uma parcela do mercado que existe, a Bricsys na realidade está
> vindo no escuro simplesmente acreditando que é um projeto viável mas
> notadamente um investimento de risco, e mesmo assim ela o está fazendo.
>
>  Será sacanagem nossa fazer o que o pessoal do windows faz, começar a
> crackear o programa e fazer cópias piratas, logo nós que usamos como um dos
> primeiros argumentos em uma conversa sobre linux o fato de não usarmos
> programas piratas.
>
>  Onde trabalho entramos em um processo de acabar com o software pirata,
> se fôssemos comprar o AutoCAD, gastaríamos em média 5.000,00R$ por máquina,
> levando em consideração que alguns computadores iriam ter o
> cad+implementações relativas ao setor, onde o preço seria superior a
> 5.000,00R$ e outros onde seria instalado o Cad básico com
> preço levemente inferior a isso.
>  Por fim escolhemos o Progecad (se tivesse o briscad para linux naquela
> época tinha lutado mais por esse porque o passo windows para linux já
> estaria praticamente dado) em média o gasto com ele foi 1.500,00R$ e tem
> algumas vantagens como licença corporativa e instalação em rede ilimitada.
>  O briscad está em torno desse valor e ainda é multi-plataforma, para uma
> empresa que pensava em gastar 5.000,00R$ só com o cad agora gastar 1/3 disso
> e ainda conseguir se livrar de outras licenças (como a do windows) parece
> justo.
>
>  Existem soluções open-source, mas era necessário um programa muito
> semelhante ao CAD para que não houvesse uma perda muito grande de
> produtividade e parece que o Briscad conseguiu isso.
>
>  O Briscad é proprietário e até que a Bricsys libere o código dele sob a
> GPL (isso que é sonho!), ou outro programa open-source apareça (como muitos
> casos de sucesso como OOo, Firefox e companhia) pela primeira vez desde que
> instalei o linux  ( antes de 2000 mandrake, e desinstalei depois de um mês
> porque não conseguia iniciar o X) sinto a realização de não precisar do
> windows para nada, para outras áreas é um outro programa qualquer mas para
> nós que estávamos desesperados por um solução cad o *Briscad v10 beta *é um
> marco.
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