Fonte: Folha de S. Paulo, Ciência, segunda-feira, 13 de junho de 2005

ASTRONOMIA

Grupo internacional de cientistas esperava ver nascimento de pulsar; observação 
ajuda a refinar os modelos

Hubble falha em achar resto de supernova 
      France Presse/Nasa
     Imagem do Hubble mostra área em que está a supernova 1987A 


SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL 

"Procura-se cadáver estelar." Colocar um anúncio no jornal pode bem ser o 
próximo passo de uma pesquisa conduzida por um grupo internacional de 
pesquisadores. Eles usaram o Telescópio Espacial Hubble à procura dos restos de 
uma famosa supernova, que foi vista explodir em 1987. Não encontraram nada.
Esse astro é tão importante justamente porque foi o mais próximo a surgir nos 
tempos modernos, com sofisticados telescópios em terra e no espaço para estudar 
sua evolução. Claro, próximo em termos astronômicos, porque ele está na Grande 
Nuvem de Magalhães, uma galáxia satélite da Via Láctea, onde fica o Sistema 
Solar.
Uma estrela vive de grudar átomos de hidrogênio e convertê-los em hélio 
(processo chamado tecnicamente de "fusão nuclear"). Quando ela é muito maciça, 
ao final de sua vida ela vira uma supernova. Isso ocorre quando ela esgota seu 
combustível e entra em colapso, explodindo suas camadas exteriores e aumentando 
imensamente o seu brilho por um curto período de tempo.

Histórias de supernova
As mais famosas explosões estelares da história provavelmente foram as que 
Galileu Galilei e Johannes Kepler estudaram em 1572 e 1604. Elas foram 
importantes para provar que o céu não era imutável, como sugeriam Aristóteles e 
a Igreja Católica, mas não permitiram grandes estudos.
Já a chamada SN1987A surgiu numa época mais aprazível. É a supernova mais 
próxima dos últimos 300 anos. Desde a explosão, os astrônomos têm observado 
atentamente o astro, na expectativa de ver que fim ele vai levar. Segundo os 
modelos, o que sobrasse do cataclismo formaria, dependendo da massa disponível, 
uma estrela de nêutrons (que mais tarde daria origem a um pulsar, emissor 
regular de ondas de rádio) ou um buraco negro (se ele tiver matéria suficiente 
para se espremer a ponto de criar um ambiente em que a força gravitacional não 
deixa nem mesmo a luz escapar dele).
No caso da 1987A, os astrônomos esperavam uma estrela de nêutrons, que se 
tornaria um pulsar. Mas ficaram surpresos ao notar que, mesmo com os "olhos de 
águia" do Hubble, não puderam ver sequer o ponto de onde a supernova se 
originou. A essa altura, a poeira circundante já teria se dissipado e o que 
restou depois da supernova deveria ser visível.
"Isso foi surpreendente", diz Genevieve Graves, astrônoma da Universidade da 
Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos, principal autora do estudo. "Nós, 
a comunidade astronômica, esperávamos testemunhar o nascimento de um pulsar."

Busca continua
Embora o astro remanescente da explosão siga desaparecido, os cientistas ainda 
acreditam que ele esteja lá. E encaram o fato de não o terem visto como uma boa 
notícia: poderão testar com precisão os modelos que levam à formação de um 
pulsar. Segundo diferentes modelagens, o surgimento de um campo magnético forte 
ao redor de uma estrela de nêutrons -o que cria as características de um 
pulsar- leva de cem a 10 mil anos para se formar. Considerando que a explosão 
da supernova foi em 1987, os cientistas terão uma oportunidade para ver esse 
processo se desenrolando.
"Por isso até que a dificuldade em vermos o objeto é frustrante, mas não 
totalmente inesperada", diz Graves. "A observação reforça os modelos de pulsar 
em que leva algum tempo para que ele se forme, após uma supernova. Antes da 
SN1987A, não tínhamos meio de testar modelos para a formação com escalas de 
tempo menores que mil anos."
E a caça ao que restou da estrela continua. Os cientistas liderados por Graves, 
que divulgaram seus últimos resultados em um estudo disponível em www.arxiv.org 
(site que os físicos e astrofísicos usam para divulgar seus resultados 
antecipadamente), pretendem fazer mais observações com o Hubble, na freqüência 
do infravermelho próximo. Também tentarão usar o Spitzer, telescópio espacial 
de infravermelho da Nasa.



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