08/11/2007 - 17h10 - Atualizado em 08/11/2007 - 19h23 
  Físicos decifram mistério da origem de raios que bombardeiam a Terra  Debate 
de 50 anos acaba com resultados de observatório internacional. 
Pesquisa inaugura nova era do estudo do espaço.
    Marília Juste
   
     NASA/JPL-Caltech
  Ilustração mostra como seria um buraco negro supermaciço, possível fonte dos 
raios cósmicos mais energéticos (Foto: NASA/JPL-Caltech)
   


   
  Um grupo internacional de físicos, que conta com participação brasileira, 
pode ter resolvido um debate de quase 50 anos, dado o primeiro passo para 
resolver um dos maiores mistérios da astronomia, e, de quebra, inaugurado uma 
“nova era” da pesquisa espacial. Eles acreditam ter decifrado a origem das mais 
energéticas partículas que bombardeiam nosso planeta vindas do espaço –- mais 
de 100 milhões de vezes mais fortes do que qualquer coisa que já vimos aqui na 
Terra. 

O uso de condicionais no parágrafo acima não é à toa. A ciência dos raios 
cósmicos é tão complexa que é quase impossível afirmar alguma coisa com 100% de 
certeza. Por enquanto, o que sabemos é isto: diariamente, nosso planeta é 
bombardeado por raios altamente energéticos vindos do espaço. A grande maioria 
deles tem origem conhecida: o Sol. Os demais vêm, em grande parte, de outras 
partes da nossa galáxia. Mas, de tempos em tempos, raios extremamente 
energéticos chegam por aqui. Não sabemos onde eles surgem, como surgem, ou como 
atravessam o espaço e chegam até aqui -– na verdade, não sabemos quase nada. 

Quase, porque o grupo do Observatório Pierre Auger, na Argentina, acaba de dar 
o primeiro passo, em um trabalho publicado nesta quinta-feira (8) na revista 
especializada "Science". Com uma rede de detecção maior que a cidade de São 
Paulo, eles concluíram pelo menos de onde esses raios superenergéticos não vêm: 
da nossa galáxia, a Via Láctea. Suas observações indicam que o local de 
nascimento dessas partículas está nas galáxias vizinhas, provavelmente nos 
buracos negros supermaciços, que existem no centro delas. 

Parece pouco? Pois é muito. Essa é a primeira grande vitória de uma área 
científica que promete grandes descobertas para o futuro. “O que estamos 
investigando é o que há de mais interessante e desafiador no campo da física de 
raios cósmicos”, afirmou ao G1 o brasileiro Carlos Escobar, da Unicamp, que 
coordena a participação brasileira no projeto. 
   
     Cortesia/Observatório Pierre Auger
  Um detector do Observatório Pierre Auger, com a Cordilheira dos Andes ao 
fundo (Foto: Cortesia/Observatório Pierre Auger)
   

  Escobar explica o tamanho do desafio. “Com toda a tecnologia que 
desenvolvemos ao longo de toda a história da humanidade o máximo que 
conseguimos produzir é uma partícula 100 milhões de vezes mais fraca que uma 
vinda de um raio cósmico superenergético. E não temos qualquer perspectiva de 
irmos muito mais longe que isso”, diz ele. “É uma energia brutal, monstruosa e 
é impressionante que algo assim ocorra naturalmente. Temos a obrigação de 
descobrir de onde esses raios vêm e o que eles são”, afirma o físico. 

O feito do grupo do observatório dá um passo importante para responder essas 
perguntas ao eliminar uma série de teorias que os cientistas tinham sobre a 
origem desses raios. Se eles realmente não vêm da Via Láctea, os pesquisadores 
podem concentrar seus estudos nas vizinhas, que possuam os chamados “núcleos 
ativos” -– os gigantescos buracos negros citados acima. Vale lembrar que os 
cientistas acreditam que todas as galáxias possuem buracos negros em seus 
centros (até mesmo a nossa), mas nem todas têm os buracos supermaciços, que 
geram quantidades absurdas de energia. 
   
   Quanto maior, melhor 
  A física de raios cósmicos é uma dor de cabeça para os cientistas, porque 
investigar qualquer coisa sobre eles é muito difícil e exige muita 
infraestrutura. Até mesmo os raios vindos do Sol, aqui do lado, são em grande 
parte um mistério -– que está sendo investigado pela sondas da Nasa e da ESA 
(Agência Espacial Européia). 
   
  Até os raios menos energéticos, que deveriam, pela lógica, ser mais fáceis de 
estudar as origens, dificultam a vida dos astrônomos. Suas trajetórias são 
atrapalhadas por basicamente qualquer coisa que cruze o seu caminho. Assim, não 
dá para saber de onde eles vieram. 

Os mais energéticos, por serem mais fortes, ignoram os obstáculos e surgem aqui 
diretamente de seu ponto de origem. No entanto, eles são (bem) mais raros. Em 
média há apenas um evento por quilômetro quadrado por século. E é por isso que 
um grande observatório, como o Pierre Auger, foi necessário. 

O Brasil participa da iniciativa desde seus primeiros momentos, em 1995, com 
dinheiro, equipamentos e com o trabalho de um grupo de 25 cientistas. 
   
   Conhecimento útil
  E se você é daqueles que acha que é desperdício de dinheiro estudar 
astronomia, é bom mudar seus conceitos. “Os raios cósmicos estão extremamente 
ligados com a vida na Terra. É errado compartimentalizar a natureza. É errado 
dizer que certas coisas não vale a pena estudar. Os raios cósmicos estão aqui 
desde que a Terra existe. As partículas que caíram aqui influenciaram a 
evolução da vida no planeta. Tudo está conectado”, explica Escobar. “E, nenhuma 
cultura, nenhum país jamais foi prejudicado por saber demais”, conclui.
   
  Fonte:  
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL174508-5603,00-FISICOS+DECIFRAM+MISTERIO+DA+ORIGEM+DE+RAIOS+QUE+BOMBARDEIAM+A+TERRA.html
   


    Mauro de Rezende 
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