Psicodelia explicada por neurônios em
curto<http://lablogatorios.com.br/100nexos/2008/12/01/psicodelia-explicada-por-neurnios-em-curto/>
[image: bowmandsa]

"Está cheio de estrelas", disse o astronauta Bowman enquanto era absorvido
pelo *Monolito Negro* em "*2001 – Uma Odisséia no Espaço*". Uma sucessão de
imagens psicodélicas (criadas com fotografia
slit-scan<http://www.underview.com/howscan.html>)
representavam então um contato com o Divino, ou o que quer que fosse, já que
o próprio Kubrick nunca deixou claro o que diabos aquele final significava.
Mas era algo grande, místico, mesmo religioso.

Imagens espirais e túneis de luz afins emergem repetidamente em experiências
com drogas alucinógenas, e talvez não por mera coincidência, em iconografias
religiosas resultantes de "visões", como
mandalas<http://www.google.com/images?q=mandala>,
arte islâmica <http://www.google.com/images?q=islamic+art> ou catedrais
cristãs <http://www.google.com/images?q=cathedral+stained+glass>. Não apenas
isso, surgem também em experiências de "quase-morte", alucinações de
sinestésicos, cefaléias, epilepsia, distúrbios psicóticos, sífilis avançada,
distúrbios do sono, tontura e mesmo em pinturas rupestres de milhares de
anos.

Esta universalidade parece indicar algo maior, quiçá contato com planos
superiores, ainda que cefaléias, sífilis avançada ou distúrbios psicóticos
como meio de se aproximar de deus pareça um tanto bizarro. A neurociência
aliada à matemática sugere uma explicação um pouco mais mundana. Porque a
ciência já anda investigando o tema.

Nos anos 1920, o neurologista alemão *Heinrich Klüver* dedicou-se com afinco
a estudar os efeitos da mescalina (peyote), e notou como tais padrões
geométricos eram repetidamente relatados por diferentes sujeitos (incluindo
ele mesmo, mas esta é outra história). Os padrões acabaram classificados no
que ele chamou de "constantes de
forma<http://www.nationmaster.com/encyclopedia/Form-constants>",
de quatro tipos: (I) túneis, (II) espirais, (III) colméias e (IV) teias.

[image: formconstantda]

Pois estudos recentes, aliando descobertas sobre o funcionamento do córtex
visual a modelos do funcionamento de neurônios sugerem que tais padrões
podem surgir simplesmente de uma espécie de *curto-circuito no cérebro*.
Perturbações simples no córtex visual, quando mapeadas ao correspondente que
o sujeito perceberia, podem gerar padrões notavelmente similares às
constantes de forma psicodélicas.

[image: mariajoanacortexvisual32hjk]

À esquerda, a representação da alucinação de um maconhado. Ao lado, a
simulação da percepção gerada pela perturbação do córtex visual. Simples
assim. Nada de enxergar deus, e sim um produto da forma como nossos
neurônios processam imagens, e como reagem assim a perturbações em seu
funcionamento. "Está cheio de estrelas", mas todas em seu cérebro.

Ou não tão simples, é preciso ressalvar. Neurocientistas, cientistas que
são, admitem que ainda não conseguem explicar todas as alucinações
relatadas. O próprio exemplo acima envolve uma complexidade maior do que os
modelos usados, e a simulação envolve mais especulação. Mesmo o modelo
utilizado para simular a percepção dos sujeitos frente às perturbações em
seu córtex visual é, ainda, rudimentar, envolvendo diversas simplificações.
É uma área ainda em exploração, mas pelo visto, extremamente promissora.
Explicaria bem porque tanto religiosos em transe quanto drogados e
sifilíticos em estado avançado poderiam partilhar as mesmas alucinações
visuais. São seres humanos partilhando a mesma estrutura cerebral submetida
a alguma perturbação.

O caso lembra um episódio que aconteceu há algum tempo comigo. Escrevo uma
coluna promovendo uma "*Dúvida
Razoável<http://www.sedentario.org/category/colunas/duvida-razoavel>
*" no blog S&H, tendo como colega o amigo *Marcelo del Debbio*, que promove
sua "*Teoria da
Conspiração<http://www.sedentario.org/category/colunas/teoria-da-conspiracao>
*".

Em uma das 
colunas<http://www.sedentario.org/colunas/teoria-da-conspiracao/seria-yeshua-um-x-men-4084>,
o Marcelo propôs um exercício para que qualquer um pudesse ver o "Prana":
olhar o céu, relaxando os olhos e focar o infinito. Com o tempo, "será
possível ver minúsculas bolinhas brancas, às vezes com um pronto preto.
Surgem por um segundo ou dois, deixam um ligeiro traço e tornam a
desaparecer. Se você persistir na observação e expandir a visão, começará a
ver que todo o campo pulsa num ritmo sincronizado".

[image: Fig_5.0]

Bem, ao ler sobre tal imediatamente comentei que o exercício e a observação
era exatamente o processo indicado para ver *"floaters" ou "moscas
voadoras"<http://www.ceticismoaberto.com/fortianismo/moscas_voadoras.htm>
* (Muscae Volitantes). Não são elementos espirituais, e sim efeitos óticos:
as "bolinhas brancas" ou pretas podem ser desde poeira sobre o olho até
partículas flutuando *dentro *de seu globo ocular. É possível mesmo enxergar
a pulsação de glóbulos em veias capilares na retina, "em ritmo
sincronizado".

O Marcelo esclareceu depois que o "Prana" a que se referia seria diferente
destes efeitos óticos, que teriam movimento próprio e "formaria emanações a
partir de seres vivos", mas não posso deixar de imaginar que tais
características podem ser apenas fruto de impressões subjetivas. Por que,
afinal, ver "Prana" tem que envolver um processo idêntico ao usado para ver
floaters, que têm uma explicação física simples?

E, voltando à psicodelia: afinal, por que ver tais imagens em transe
induzido de diversas formas – a mais simples das quais é a ingestão de
drogas alucinógenas, como em diversos
cultos<http://en.wikipedia.org/wiki/Santo_Daime>– envolve exatamente o
processo para gerar perturbações no córtex visual?
Por que a iconografia religiosa é tão similar a imagens padrão resultado de
curto-circuitos em nosso cérebro?

Místicos podem dizer que é "mera coincidência", mas estarão violando o dogma
misticóide número 1 de que…

"Coincidências não existem<http://www.ceticismoaberto.com/paranormal/coinc.htm>
".

- - -

Esta nota nem tentou explicar em detalhe os estudos envolvidos. Para tal:
- Physics Makes a Toy of the
Brain<http://scienceblogs.com/sunclipse/2008/11/physics_makes_a_toy_of_the_bra.php>(Science
after Sunclipse);
- "What Geometric Visual Hallucinations Tell Us about the Visual
Cortex<http://www.math.uh.edu/%7Edynamics/reprints/papers/nc.pdf>"
(PDF) Neural Computation 14 (2002):473–491.


[As partes desta mensagem que não continham texto foram removidas]


------------------------------------

========================================================
 Ja pensou em fazer um site para você ou seu grupo de
 pesquisa ufológica?

 A A1WebSolutions tem um plano especial para você!

 Utilize o código promocional "BURN" no fechamento do
 pedido e ganhe o primeiro mês de hospedagem gratuíto
 no pacote ONG!

 Acesse agora:      http://www.a1web.com.br/

========================================================
Brazilian UFO Research Network - http://www.burn.org.br/
========================================================

"Os incapazes de atacar um pensamento atacam o pensador"
                                         [ Paul Valéry ]

--------------------------------------------------------

  Duvidas sobre a lista? Ler historico? Como mudar suas
  configurações? Quer sair da lista? Acesse agora mesmo
  nossa seção de Perguntas Frequentes no endereço:

   http://www.burn.org.br/perguntasfrequentes
--------------------------------------------------------Links do Yahoo! Grupos

<*> Para visitar o site do seu grupo na web, acesse:
    http://br.groups.yahoo.com/group/ufoburn/

<*> Para sair deste grupo, envie um e-mail para:
    [EMAIL PROTECTED]

<*> O uso que você faz do Yahoo! Grupos está sujeito aos:
    http://br.yahoo.com/info/utos.html


Responder a