Amigos, sou assinante da lista 3setor, uma lista séria, e lá foi divulgada 
esta pérola, assinada por [EMAIL PROTECTED], que ainda não sei direito 
quem é, mas me parece ser um jornalista de Minas Gerais. Já mandei email 
para ele, mas de qualquer forma, vale a pena ler as informações postadas por 
ele na lista Terceiro Setor.

Osvaldo Maneschy

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REPASSANDO

Com extensa documentação da movimentação financeira, Novo Jornal revela como 
funcionou o "valerioduto" 
Reprodução

Valério abasteceu caixa 2 de Azeredo 
O Novo Jornal revela nesta reportagem como funcionou o esquema denominado 
de "valerioduto" na campanha à reeleição, em 1998, do então governador de 
Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), e mostra toda a documentação da 
movimentação financeira do caixa 2, o uso irregular de verbas públicas e de 
recursos provenientes de empréstimos bancários obtidos tendo como aval 
contratos estaduais. 

O Novo Jornal constatou que as irregularidades cometidas naquele ano foram 
feitas pelos mesmos atores que protagonizaram os escândalos do mensalão e 
caixa 2 do ano passado: BMG, Banco Rural, DNA, SMP&B, Marcos Valério, Duda 
Mendonça e outros. 

A seguir, relatamos, em detalhes, todos os passos dados pelo esquema 
do "valerioduto".

1º - No ano de 1996, após o misterioso e mal explicado falecimento de um dos 
sócios, Sr. Maurício Moreira da Silva, e a entrada de Marcos Valério e 
Clésio Andrade para a sociedade, a agência SMP&B Propaganda passa a ser 
denominada SMP&B Comunicação. Com esta mudança, a empresa deixou de ser 
exclusivamente uma elaboradora de propagandas e passou a atuar na obtenção 
de recursos para campanhas eleitorais. 

2º - Entre os dias 25 de maio e quatro de setembro de 1998, o governo do 
Estado promoveu a transferência de R$ 3 milhões para a empresa SMP&B, com 
conta no Banco Rural. O dinheiro foi repassado através de dois órgãos da 
administração indireta do Estado de Minas Gerais, as estatais Copasa e 
Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig). A referida importância foi 
utilizada para patrocinar o evento denominado "Enduro da Independência", 
realizado pelo Estado com os trabalhos da SMP&B. O Ministério Público 
Estadual entrou com ação civil pública por atos de improbidade 
administrativa contra o atual senador Eduardo Azeredo e outros dez réus, que 
foi acolhida e tramita, agora, no Superior Tribunal Federal. Não houve 
licitação e não há comprovação de serviços de publicidade prestados.

3º - O Sr. Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha de Azeredo, moveu 
contra ele uma ação por danos morais e materiais sob a justificativa de que 
teria contraído dívidas para cobrir gastos da campanha de 98. Nesta, Mourão 
afirma que "no epílogo da campanha existia uma dívida de mais de R$ 20 
milhões". Na Justiça Eleitoral, o então candidato declarou o gasto de R$ 8,5 
milhões, não tendo apresentado dívida alguma. Dá-se então, como assumiram o 
próprio senador Eduardo Azeredo, então presidente do PSDB nacional, e Nárcio 
Rodrigues, que preside o estadual, o uso inequívoco de um imenso caixa 2 via 
empresas de Marcos Valério. Ressaltamos que, sem nenhuma justificativa, o 
Sr. Cláudio Mourão retirou a ação, permitindo suspeita de acordo 
incompreensível.

4º - A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) efetuou diversos 
pagamentos à SMP&B Comunicação em 1998 e em 1999, no valor total de R$ 
2.182.512,72.

5º - Em 22 de outubro de 1998 a SMP&B efetuou vários pagamentos a políticos 
ligados ao ex-governador e atual senador Eduardo Azeredo. Os mesmos são 
comprovados por doc`s do Banco de Crédito Nacional e totalizam 
R$1.162.459,28. Ressalta-se também que foram feitos, através de doc`s do 
Banco Rural, no dia 28 de setembro de 1998, à véspera do primeiro turno, 
depósitos que totalizam R$ 718.025,00, a pessoas também ligadas ao PSDB, PFL 
e aliados, com dinheiro proveniente da conta da SMP&B. Os destinatários dos 
valores foram apresentados por Marcos Valério, no dia 9 de agosto do ano 
passado à CPI do Mensalão. Ou seja, dia 21 a Cemig repassa a SMP&B R$ 
1.673.981,90 e a empresa, no dia seguinte, o distribui a políticos para 
ajudar na campanha de segundo turno de Azeredo. Os deputados federais Romeu 
Anízio e Custódio Mattos foram beneficiados, além do atual deputado federal 
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), filho do então relator da CPI do Mensalão, Ibraim 
Abi-Ackel, e diversos deputados estaduais. 

6º - O Sr. Nilton Monteiro, que participou, à época, da campanha de Azeredo, 
denuncia que o valor total das contas da mesma chegou a R$ 53 milhões. Ele 
apresentou os doc`s bancários dos repasses aos políticos ligados a Azeredo; 
uma lista manuscrita, que foi assumida pelo deputado federal Walfrido dos 
Mares Guia (PTB), ex-vice-governador de Minas Gerais, e atual ministro das 
Relações Institucionais, e uma lista não comprovada que envolve outros 
possíveis beneficiários do caixa 2 e que, segundo Monteiro, pode ter 
veracidade comprovada pelo Sr. Cláudio Mourão. O próprio Marcos Valério 
disse em seu depoimento à CPI que existem, além dos nomes já apresentados, 
nomes "graúdos" de outros receptores dos recursos. Tal lista, portanto, deve 
ser averiguada.

7º - O Dr. Rogério Tolentino integrou a corte do Tribunal Regional Eleitoral 
de Minas Gerais (TRE). Após sua saída do TRE, tornou-se advogado de Marcos 
Valério e sócio do mesmo na empresa "Tolentino e Melo Assessoria 
Empresarial". Especula-se que ele tenha agido, enquanto juiz eleitoral, 
influenciado por suas relações com Valério. Inclusive na votação da 
prestação de contas, poderia vir a anulá-la.

8º - Para tentar esclarecer os fatos, o PT apresentou, à época, na 
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, pedido de instalação de uma CPI para 
apuração de contratos firmados entre as empresas SMP&B Comunicação, DNA 
Propaganda e outras agências, com órgãos públicos em Minas Gerais. A mesma 
não pôde ser instalada por não ter conseguido recolher o número de 
assinaturas necessárias, pois os deputados do PSDB, PFL e aliados não 
quiseram aderir. Além disto, toda a documentação foi entregue pelo PT ao 
Ministério Público Estadual, para o promotor Dr. Leonardo Barbabela, e ao 
Ministério Público Federal, nas mãos do Dr. Eduardo Morato Fonseca.

9º - Na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, o PT apresentou requerimento 
e ofício pedindo informações à Cemig e ao atual presidente, Djalma Morais, 
referentes aos pagamentos feitos a SMP&B, em 1998 e 1999. Foi solicitada 
ainda a realização de audiência pública para debater o assunto. No entanto, 
as informações não foram dadas e a audiência não aconteceu. 

10º - Ao assumir o governo de Minas Gerais, Itamar Franco imediatamente 
desfez todos os contratos da SMP&B com o governo. Azeredo ficou em situação 
difícil, pois tinha prometido para Marcos Valério que caso fosse reeleito a 
empresa continuaria operando no estado. O tucano pediu ajuda ao então 
ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, que colocou a SMP&B atuando a 
nível nacional. O primeiro contrato no governo FHC foi com os Correios. 
Assim que Aécio Cunha assumiu o governo de Minas em 2003, ele refez os 
contratos com a empresa de Marcos Valério. Foi um tempo de prosperidade, 
pois a SMP&B tinha contratos com o governo federal e o governo mineiro. De 
Minas, o empresário operava para tucanos de outros estados.

11º - Quando Lula venceu as eleições presidenciais em 2002, Marcos Valério 
ficou conhecendo o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Em pouco tempo, 
já eram grandes amigos. Portanto, a SMP&B continuou operando no governo 
Lula, no famoso esquema que ficou conhecido como mensalão. 

12º - O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, denunciou, 
na época, o mensalão, chegando a chamar de "esquema de José Dirceu com os 40 
ladrões". Mas até hoje o procurador-geral não tomou nenhuma providência com 
relação ao "valerioduto" mineiro. A Assembléia Legislativa de Minas Gerais 
já cobrou providências, mas nada ainda foi feito. Fica a indagação: será que 
o procurador-geral fez algum acordo com o senador Eduardo Azeredo?

Fontes:

Movimentação financeira da campanha de Azeredo apresentada por seu 
coordenador Cláudio Mourão, Auto de Apreensão desta documentação pela 
Polícia Federal em 24 de novembro de 2005

Comprovantes de depósitos feitos por Azeredo para os candidatos através da 
SMP&B 

Relatório encaminhado pela Cemig ao deputado Rogério Correia informando 
sobre os pagamentos efetuados à SMP&B em 1998 e 1999 







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