Prezado Didymo (com cópias) Embora outros pontos de seu texto mereçam discussão mais aprofundada, concordo plenamente com sua afirmação de que '..os problemas do Judiciário jamais serão diagnosticados pelos magistrados e jurisconsultos... ' Ou seja, sem fiscalização externa, é regra geral que nenhuma entidade tem interesse em reduzir seu próprio poder.
Na mesma linha de idéias, o que você diria de um Poder com desmedido poder que tem ao mesmo tempo atribuições executivas, legislativas, judiciárias, estabelece as regras de sua própria fiscalização, impede o quanto pode essa fiscalização, recebe as queixas, protela os julgamentos e, quando julga-se, absolve-se? E se você reclama na instância superior, os mesmos sob reclamação participam de seu próprio julgamento... E sua maciça propaganda nos meios de comunicação falseia a realidade, anestesiando o eleitor leigo (e alguns não leigos...). Pois tal aberração existe, chama-se TSE - Tribunal Superior Eleitoral e a instância superior é o STF, do qual provêm os componentes do TSE! O TSE realiza as eleições (executivo), impõe leis por meio de portarias e/ou pressão sobre os congressistas (legislativo), julga delitos eleitorais (judiciário), dificulta ao máximo qualquer fiscalização, impõe as regras dessa fiscalização (caso sui-generis de fiscalizado decretando as regras da própria fiscalização...). E as ações judiciais referentes às suspeitas de fraudes eleitorais normalmente são proteladas por anos até perderem o objeto, teminando em nada (vide Guarulhos, Marília, Umuarama, agora Alagoas etc. etc.). Como não há possibilidade de auditoria dos resultados eleitorais, somos forçados a aceitar os números que os controladores do sistema nos impingem. Há anos nosso Fórum do voto eletrônico ( www.votoseguro.org ) solicita a possibilidade de um teste público técnico, quando provaríamos que a urna eletrônica é facilmente fraudável, o programa podendo desviar votos e identificar o voto dado pelo eleitor, pois o número de nosso título é digitado na urna antes de votarmos!! (como fica a garantia constitucional do voto secreto?). O TSE nega o teste. Nosso Manifesto em www.votoseguro.com/alertaprofessores tem a adesão de cerca de três mil cidadãos, entre eles grandes juristas brasileiros e professores universitários. Mas o TSE foge de quaisquer debates e/ou estudos para melhorias na segurança da urna-e. Essa fuga constante e a negativa ao teste técnico são os maiores indícios de que nossas afirmações são procedentes. Aguardo sua abalizada opinião e seu apoio. Walter Del Picchia - Prof. Titular da Escola Politécnica da USP EU SEI EM QUEM VOTEI. ELES TAMBÉM. MAS SÓ ELES SABEM QUEM RECEBEU O MEU VOTO! ================================================== Em Seg, Maio 14, 2007 03:09, Didymo Borges escreveu: > O vice-presidente da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) publicou um > artigo noticiando supostos desenvolvimentos no exercício da magistratura num artigo intitulado "Judiciário se Renova". O articulista reconhece expressamente que até agora a AMB tem se comportado de forma corporativa : "A participação ativa nas discussões dos grandes temas nacionais e o compromisso com um país menos desigual e corrupto fez com que os líderes classistas eliminassem a pauta que tratava quase que única, e exclusivamente, dos interesses pessoais e das práticas corporativas, que na maioria das vezes iam de encontro aos anseios da sociedade". Ou seja, até agora a atuação da AMB tem sido "quase que única e exclusivamente" dedicada aos interesses corporativos da categoria. > Mas o viés corporativista continua prevalecendo na AMB que se recusa a ir ao âmago dos problemas do judiciário emperrado pela ineficiência na administração da justiça e aplicação das leis. Veja-se como se pronuncia o articulista acerca da perpetuação de alguns magistrados no exercício da função de magistrado: "Além disso, podemos citar também a manutenção, até o presente momento, da aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade, proporcionando uma salutar oxigenação do Poder e impedindo que alguns poucos se perpetuem nos tribunais, utilizando o espaço público para cuidar de interesses particulares em detrimento dos interesses republicanos" .Ou seja, a AMB continua a considerar que a aposentadoria compulsaria aos 70 anos se constitui em satisfatório meio para "salutar oxigenação do Poder , impedindo que alguns poucos se perpetuem nos tribunais, utilizando o espaço público para cuidar de interesses particulares em detrimento dos interesses republicanos". Nenhuma palavra é dada quanto a verdadeira e legítima forma de renovação e oxigenação do Poder Judiciário que seria a extinção da vitaliciedade para os membros das cortes de justiça e a eliminação dos privilégios conferidos pelo Art. 95 da CF/88 que confere aos magistrados as chamadas "garantias" da magistratura. Alguém já disse que os problemas do judiciário jamais serão diagnosticados pelos magistrados e jurisconsultos mas pelos usuários da justiça, por aqueles que recorrem à Justiça para a defesa dos seus direitos e para cumprimento dos contratos. Ou seja, o diagnóstico certo é daqueles mais frágeis na estrutura social, dos mais pobres e carentes, dos injustiçados pelos poderosos. Não se pode esperar da AMB um diagnóstico do Poder Judiciário que não seja inquinado pelo sentimento corporativista e patrimonialista. > > Didymo Borges > --------------------------------- > JUDICIÁRIO SE RENOVA Jornal do Commercio - Publicado em 12.05.2007 Mozart Valadares Pires > O movimento associativo, através da atuação das entidades classistas dos > juízes, liderado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), vivencia um momento de efetiva ação em prol do Poder Judiciário e do Estado Democrático de Direito. A preocupação quase que restrita em propiciar lazer e reivindicar melhorias salariais em favor dos seus filiados deixou de figurar como prioridade principal das associações. A participação ativa nas discussões dos grandes temas nacionais e o compromisso com um país menos desigual e corrupto fez com que os líderes classistas eliminassem a pauta que tratava quase que única, e exclusivamente, dos interesses pessoais e das práticas corporativas, que na maioria das vezes iam de encontro aos anseios da sociedade. > A AMB vem atuando de forma decisiva para tornar o Judiciário um poder mais > ético e transparente, objetivo almejado pela grande maioria dos juízes e juízas do nosso País. Para que não fiquemos somente no discurso, podemos elencar algumas vitórias alcançadas através da luta associativa, como, por exemplo, a extinção da nefasta prática do nepotismo em alguns tribunais, que transformava o espaço público em propriedade privada, e o voto aberto e fundamentado nas promoções por merecimento dos magistrados, processo que busca eliminar "critérios" de subserviência, parentesco e amizade que, infelizmente, predominaram por longo período na maioria dos tribunais. > Além disso, podemos citar também a manutenção, até o presente momento, da aposentadoria compulsória aos 70 anos de idade, proporcionando uma salutar oxigenação do Poder e impedindo que alguns poucos se perpetuem nos tribunais, utilizando o espaço público para cuidar de interesses particulares em detrimento dos interesses republicanos. Também não podemos esquecer o ajuizamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal, culminando com a revogação de uma resolução editada pelo Conselho Nacional de Justiça, que colocava as justiças Federal e do Trabalho em patamar superior ao Poder Judiciário Estadual, cujo julgamento constituiu uma verdadeira declaração da importância da Justiça Comum para o aperfeiçoamento da democracia brasileira. A eleição de metade dos componentes da corte especial dos tribunais pelos respectivos plenos, iniciando um necessário e tão esperado processo de democracia interna no Judiciário, também é um exemplo de vitória alcançada através da luta associativa. > A denominada Operação Furação, recentemente desencadeada pela Polícia > Federal, que resultou na prisão de advogados, procuradores e magistrados, dentre outros, somente foi exitosa em razão da atuação do próprio Poder Judiciário, pois foi o ministro Cezar Peluso, magistrado de carreira, que emprestou todo o suporte jurídico para que as investigações chegassem aos acusados. Foi através das decisões judiciais proferidas pelo ministro que os acusados foram detidos, tiveram o sigilo telefônico violado e o bloqueio de seus bens, numa demonstração de que a imensa maioria da magistratura brasileira não compactua com aqueles que se utilizam do cargo para praticar condutas ilícitas. > Diante desse lamentável episódio, que atingiu parcela ínfima da magistratura, > a nossa entidade nacional de classe - a AMB - não silenciou, exigindo publicamente uma apuração rigorosa das acusações e a punição exemplar para os que forem encontrados em culpa. Esse é o Judiciário que todos queremos: transparente, ético e democrático. » Mozart Valadares é juiz, presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Pernambuco (Amepe) e vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). > > ATENÇÃO: Cancele o endereço [EMAIL PROTECTED] do seu Catálogo de Endereços. Substitua ele pelo endereço [EMAIL PROTECTED] . > ____________ > Esta mensagem destina-se à promoção do exercício da cidadania. Seu interesse > e sua opinião serão devidamente respeitados e considerados como é imperioso numa democracia. Não deixe de opinar caso considere ter uma contribuição positiva como cidadão. 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