Eleição eletrônica: sucesso para exportação
Ana Paula Macedo
BRASÍLIA. A eleição de domingo, a primeira 100% informatizada do mundo, despertou o interesse de vários países pelo projeto brasileiro, que começou a ser implementado pelos técnicos da Justiça Eleitoral há quatro anos. Uma delegação de 44 especialistas eleitorais da América Latina e representantes da Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais (Ifes), com sede em Washington e que apóia sistemas eleitorais em 90 países, acompanharam no Paraná o desempenho da urna eletrônica, cuja tecnologia poderá se tornar o mais novo produto de exportação brasileiro.
O desempenho do voto informatizado, inicialmente testado em 1996 em 30% do eleitorado nacional, foi destaque na imprensa americana. O jornal ‘‘The New York Times’’ não poupou elogios às soluções criadas para atender à diversidade brasileira.
Desde a primeira experiência, o voto eletrônico chamou a atenção no exterior. A novidade mal estava implantada quando o México saiu na frente, em busca da alternativas para seu sistema eleitoral. Passados quatro anos, os mexicanos contam com cartões eletrônicos para identificar o eleitor, algo que já vem sendo pensado para substituir o título eleitoral brasileiro, mas não o voto informatizado.
Outra interessada, a Venezuela tem a apuração eletrônica, mas não o voto. No último domingo, uruguaios, argentinos, paraguaios, panamenhos e bolivianos vieram conferir de perto o desempenho das máquinas de votar.
Nas eleições do ano passado, a Justiça Eleitoral da Argentina pleiteou a ajuda brasileira para fazer uma espécie de eleição paralela com urna eletrônica. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recusou o pedido, porque faltavam apenas 30 dias para a votação.
O TSE considera plenamente aprovado o sistema de informatização das urnas. Os poucos casos de confusão com eleitores - como os ocorridos em Barcarena, Vizeu e Ourém, no Pará - se deveram aos resultados das eleições, e não ao método de votação.
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