Prezados colegas,

Sobre o merito da proposta do Leamartine:

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1) Quanto 'a proposta do "voto em rolo":

Discordo inteiramente. "Data venia", Leamartine, e' uma ingenuidade muito 
grande achar que seria possivel evitar a violacao dos votos feitos em um 
rolo sequencial. O rompimento do sigilo nao ocorre somente quando todos os 
votos de uma urna sao descobertos. Basta que um so' seja violado para 
prejudicar o processo eleitoral.
Assim, basta um so' coronel colocar um so' eleitor como primeiro para votar 
na fila para depois conferir no rolo em quem ele votou...
E, claro, qualquer mesario pode ir anotando a ordem de votacao dos 
eleitores para depois conferir com o rolo de votos.
E mesmo qualquer fiscal ou transeunte.

Com o voto em rolo, ficaria tao facil violar o voto que fazer associacoes 
de voto/eleitor atraves da digitacao do titulo no terminal, ou mesmo ficar 
ouvindo os bipes da digitacao dos numeros dos candidatos, seria de uma 
inutilidade tremenda.

Nao basta existir lei punindo quem violar o sigilo dos votos, se o proprio 
sistema fosse uma ameaca em potencial 'a violacao, como e' o caso desta 
proposta.
Lamento, Leamartine, mas discordo totalmente de voce neste aspecto.

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2) Quanto 'a necessidade de aposicao das assinaturas dos mesarios:

Concordo que, quanto mais elementos de seguranca existirem para a 
autenticacao dos votos impressos, mais confiavel se torna o resultado.
Contudo, a verdade e' que, tecnicamente, nao existe como implementar esta 
proposta de forma que assegure as outras garantias do voto.

A ideia do Aristoteles, de cedula individual impresso numa fenda (como os 
preenchedores automaticos de cheques) nao cai bem. E' algo parecido com o 
que previa as propostas iniciais do Requiao, mas foi abandonada porque 
torna necessario o manuseio dos votos, o que deve ser banido.

O Leamartine sugeriu que o "rolo" de papel a ser usado na impressao de 
votos seja assinado em toda a sua extensao pelos mesarios.
O Machado ate' sugeriu que o rolo fosse picotado, para que os mesarios 
soubessem onde comeca e termina cada voto, o que e' ate' boa ideia.

Todavia, nao creio ser conveniente que o rolo seja manuseado pelos 
mesarios, pela propria dificuldade tecnica de desenrola'-lo e enrola'-lo 
novamente (o papel pode embolar dentro da urna...).

Creio que o rolo pode vir ja' instalado na impressora, com lacre 
inviolavel. Quanto ao risco de troca de votos, basta que a urna 
plastica  (e tambem o que sobrou do rolo) seja protegida com lacre 
inviolavel, e so' possa ser retirada na sede da Justica Eleitoral, mediante 
rigorosa fiscalizacao. Se o lacre estiver rompido, os votos impressos 
daquela urna ficam sob suspeita, e deve haver rigorosa conferencia da urna.

A autenticacao dos votos pode ser feita por outras formas, como pela 
geracao de numeros, barras e codigos aleatorios, que poderiam ate' mesmo 
ser gravados no proprio disquete a ser apurado para conferencia.
E' possivel que apos a votacao, sejam gerados novos votos falsos, para 
substituir os verdadeiros, usando os codigos aleatorios ja' gerados?
Sim, mas para tanto seria preciso:
1) falsificar os votos impressos (burlando o lacre inviolavel) e
2) falsificar o boletim de urna no disquete.
O que e' bem complicado de se executar em curto espaco de tempo.

Boa tambem a lembranca do Amilcar do historico das assinaturas dos 
mesarios. Se houver meios razoavelmente seguros para substitui'-las por 
codigos eletronicos aleatorios, podemos tentar.
Nao vai ser nunca 100% seguro, mas nem a urna toda e' 100% segura!
Sempre (sempre!) havera' alguma possibilidade de fraude indetectavel, em 
qualquer sistema que dependa unica e exclusivamente de meio eletronico.
O que se pode fazer e' minimiza'-las, por meio de redundancias.
A falta das assinaturas seria preocupante se o unico voto fosse o impresso, 
mas havera' sempre o disquete para conferir tudo (e pra dificultar a 
fraude, que tera' que ser dupla).

Em tempo: o projeto original do Requiao falava em "cedula" individualizada, 
e em "assinaturas" dos mesarios. Os termos foram substituidos do novo 
projeto, por sugestao do proprio TSE.
E, nestes aspectos, creio que fez bem.
A atual redacao do projeto esta' muito melhor que era antes.

Note-se que o projeto Requiao suprimiu as assinaturas, mas nada impede que 
o TSE venha a adota'-las, se assim for considerado conveniente.
O que nao podemos e' ficar a toda hora mudando o projeto, porque a cada 
mudancinha, sao pelo menos mais 6 meses esperando que o projeto volte 'a 
Comissao de Constituicao de Justica e depois novamente ao plenario....

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Acho que estes eram os principais pontos.

Nao vi mudancas no rumo da lista, como disse o Leamartine.
Apenas mal entendidos e atritos decorrentes de mensagens escritas 'as 
pressas, no calor da leitura solta de umas poucas linhas...
So' acho que devemos serenar um tanto os animos (inclusive eu) pra nao 
sermos mal compreendidos. Agora mesmo estou beeeeem sereno, quase 
cochilando no teclado..........

Corrijam-me os que discordarem, estou 'a disposicao.

Um abraco,

PAULO GUSTAVO SAMPAIO ANDRADE
Teresina - Piaui
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