Gil,
 
Essas privatizações no Brasil, especialmente as das `Teles’, tem muito mais prá estourar do que imaginamos. São realmente bombas prontas para estourarem; basta alguém acioná-las. O que não entendo (’santa ignorância ’ de minha parte...) é o porquê de Itamar Franco, ou outro qualquer que tenha provas das irregularidades, não coloca sua boca no trombone. Estão esperando o quê? O Brasil, hoje, está tão podre que está como uma fruta prestes a cair da árvore. E será que esses governantes acham que os miseráveis do país vão apenas assistir a toda essa podridão? As notícias que me chegam são fortes e de que os mais pobres e miseráveis no Rio estão extremamente organizados, com seus líderes, e se preparando até mesmo para confrontos. Aonde vamos chegar? Será que os políticos limpos (existem?) não vão se movimentar imediatamente a fim de exigirem melhoramentos VERDADEIRAMENTE sociais para nossa população? Estão esperando uma guerra civil?
 
O que estou sentindo é que os miseráveis (que só em Teresópolis são mais de 1/6 da população) estão como gado confinado: ao abrir a porteira, ninguém segura! E sabe porquê? Simplesmente porque eles não têm mais nada a perder! Não têm emprego, não têm casa, não têm comida, não têm mais nada, nem mesmo mêdo.
 
E isso, confesso-lhe me dá arrepios de mêdo...
 
Abraços,
 
Goretti.
 
----- Original Message -----
Sent: Friday, June 22, 2001 2:21 AM
Subject: [VotoEletronico] !Re: Re:Prazos legais

    A bomba só pode ser o Dossiê Cayman (o verdadeiro) ou a continuação dos grampos do tal araponga da ABIN, o Telmo Rezende (que já vou logo avisando que não é da minha família, pelo menos não que eu saiba).
 
    Eu trabalhei na TELERJ, e na época, o Serjão Motta fez uma espécie de TELE-REUNIÃO em circuito fechado corporativo, só para os funcionários da TELEBRÁS.
 
    Foi hilário. No meio das perguntas dos funcionários, colocaram uma que era das mais "caústicas", e parece que estava fora do esquema previamente combinado. O Serjão ficou possesso da vida, e começou a chingar geral na segunda e na terceira questão, igualmente espinhosas. Com o aumento da ira e a diminuição do nível do Serjão, ele (ou os seus assessores) tiraram imediatamente a teleconferência do ar, dizendo que "iriam organizar melhor as perguntas que os colaboradores do Sistema Telebrás enviaram por fax" (o eufemismo usado pelo Ministério das Comunicações em Brasília era esse mesmo: "COLABORADORES").
 
    Nem preciso dizer que as perguntas voltaram bem mais "amenas" depois. Pois eu fui testemunha disto, assim como a grande maioria dos trabalhadores da Telebrás. Ver e ouvir aquela ira senil do Serjão foi um dos momentos mais insólitos que já presenciei. E quando ele voltou a nos "responder", ele simplesmente nada nos disse. Foi puro nhém-nhém-nhém. Tava até meio gagá já, naquela época. Mais ou menos que nem o ACM agora, cheio de incontinência verbal, já ouvindo os tambores do inferno lhe chamando...
 
    Mas eu sei de onde saiu o caixa-dois dos tucanos. Foi das terceirizações nas Estatais. Se o Ministério Público quiser chegar às sobras da campanha de 1998, bastaria apenas formar uma força tarefa de promotores com aquilo roxo. É só eles quebrarem os sigilos dos donos destas empresas de terceirização daqui da Telerj (por exemplo: a CTM consultoria e recursos humanos, do RJ), nos meses anteriores das eleições de 1998 (de meados de 1997 em diante), e verificar onde cada uma das suas propinas foram depositadas.
 
    Ou seja, em vez deles (o MP) investigarem do destino para baixo (dos depósitos que geraram a conta do Serjão), eles deveriam investigar da origem dessas receitas para cima. Só assim, eles achariam o caixa-2. É como dizem os "gargantas profundas" em todos os lugares: "sigam o dinheiro".
 
    No caso que eu conheço (e provo), os ordenadores de despesa em licitações para terceirização nas ex-estatais eram sempre aliados, com a função de redistribuir o "Bolo do Serjão": um baralho com "cartas marcadas". Eles eram sempre um ex-subalterno (ou sub-chefe), liberando a verba para uma empresa escolhida pelos próprios ex-chefes, que logo em seguida eram recém-aposentados. Depois, este ex-chefe reaparecia como o Dono (ou Diretor) daquela firma que ele mesmo havia  licitado. Agora, operava na condição de "empresário-ex-colega-mas-recém-estabelecido-como-novo-colaborador-de-serviços-terceirizados". Enfim: em geral, o ordenador de despesa e os subchefes do setor são acionistas minoritários da empresa que o próprio chefe fundava. Nada difícil para este, que recebia sempre, antes disso tudo, uma grande indenização POR UMA DEMISSÃO REALMENTE VOLUNTÁRIA (E ACORDADA POR DEBAIXO DOS PANOS, EM CONTRATOS DE CONTAS POR PARTICIPAÇÃO DE SÓCIOS OCULTOS).
 
    Porém, o pior vinha logo em seguida: para calar a boca dos subalternos insatisfeitos (como eu), a terceirizada nada mais era do que um novo cabide de emprego.  Mas era um cabide ainda maior, ou melhor dizendo, muito mais amplo, do que o das antigas estatais. Só que estes "cabides terceirizados" eram simples armadilhas. Visavam transformar, a médio prazo, nossos empregos públicos (uma massa de renda salarial, familiar e formal, razoavelmente bem remuneradas e sustentadas), em funções de muito baixa remuneração e de altíssima informalidade e rotatividade, sem qualquer controle de qualidade dos recursos humanos, sem necessidade de concurso público e sem nenhum tipo de retreinamento ou de instrução inicial mínima"). 
 
    Mesmo colegas concursados botaram, pela janela, o pai, a mãe, a avó, o cunhado, e mesmo até gente semi-analfabeta, para trabalhar em uma função que necessitava, ao menos, de segundo grau.
 
    E eu fui praticamente o único que me insurgi contra tudo isto no meu setor. Fui literalmente um único Dom Quixote. Não tinha nem um Sancho Pança do meu lado.
 
    Até o PRÓPRIO sindicato dos telefônicos, da CUT (chefiado há décadas pela tchurma do Gilberto Palmares, hoje o atual Presidente do Diretório Regional do PT-RJ), foi, NO MÍNIMO, nitidamente omisso.
 
    CHEGUEI, INCLUSIVE, A OUVIR ACUSAÇÕES DIRETAS DE UMA EX-COLEGA MINHA, SOBRE O GILBERTO PALMARES E SOBRE OS SINAIS DE RÁPIDO ENRIQUECIMENTO E DE OSTENTAÇÃO DELE (ELA ME FALOU QUE ELE PASSOU A TROCAR DE CARRO TODO ANO, LOGO DEPOIS DE GANHAR A ELEIÇÃO PARA O SINDICATO, ALGO QUE O SALÁRIO DELE NUNCA LHE POSSIBILITARIA!).
 
    APÓS O GILBERTO PALMARES SE TORNAR COORDENADOR GERAL DO SINTEL-RIO, ELE SÓ SE DEU BEM! O único problema é que, pela rejeição do peleguismo e da política DO TRAMPOLIM SINDICAL, quem JÁ TRABALHOU OU TRABALHA NA TELERJ NUNCA VOTA NELE. Faço até um desafio: que me apareça AQUI uma só matrícula da TELERJ, principalmente as de número 49.000 para cima (os concursados), com o nome de alguém da ex-Telerj que já tenha votado nele! 
 
    Definitivamente, depois que o Carlos Santanna, um outro "EX"-SINDICALISTA-CHEFÃO (dos ferroviários no Rio), ganhou da CBF uns "cinquentinha mil" do Ricardo Teixeira e seus "bandidos", tenho certeza que nem o PT é assim tão virtuoso. Agora, se algum petista de Universidade, que nunca ouviu falar de sindicalismo, me vier falar mal do Brizola ou do PDT, dizendo que o PT é bem mais "confiável", eu pergunto na lata: "QUAL PT, CARA PÁLIDA"?
 
    GIL.
 
----- Original Message -----
Sent: Thursday, June 21, 2001 6:52 PM
Subject: [VotoEletronico] Re:Prazos legais

> On 21 Jun 01, at 17:30, Omaneschy wrote:
>
> > O Senado, ontem, mandou para o sal a emenda que determinava que os
> > ocupantes do Executivo se desincompatibilizassem para disputar a eleição
> > de 2002. A festa de FHC de disputar a reeleição usando fartamente a
> > máquina,
>
> Não se engane, meu admirado amigo. O circo já está montado.
> Tiveram quatro anos para planejar. Os homens certos nos lugares
> certos, leis bem ajustadas, povo faminto e seca no Nordeste.
>
> Há dois planos rumo ao poder. O plano A será para eleger Malan,
> o plano B, ou seja, uma espécie de pára-quedas de reserva, será
> Ciro Gomes.  O que o Acabão mais teme é Itamar. Ele sabe que
> Itamar sabe de muitas coisas. Coisas ainda não ditas e que
> ninguém sequer desconfia. Só o Acabão e algumas pessoas
> sabem que coisas são estas. Dizem que existe uma bomba de
> tamanho colossal sobre a privatização da Telebrás. Acho que é
> esta.
>
> O tiro só sairá pela culatra se o povo for às ruas. Com voto, já
> sabes, não mudaremos nada. Eleições no Brasil são encenações.
>
>
> Aristóteles
>
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