On 28 Jul 2001, at 0:34, Hélio Henriques de Pinho wrote:

> Prefiro ver o lado bom da coisa. Não que faça muita diferença, mas é menos
> um ladrão entre nós.

Tenho uma vizinha, lavadeira, analfabeta e velha. Durante toda sua vida 
contribuiu para a previdência com base em três SM. Pois bem, o Estado 
coloca três vistosos e bem-pagos procuradores à sua defesa para negar a esta 
senhora a possibilidade de receber o certo. Eu próprio, vítima de um acidente 
de trabalho que fez de mim um deficiente visual, tenho uma a questão na justiça 
há 24 anos para receber um direito pelo qual paguei (ao Estado) para ter: o 
seguro acidente.

No passado discutia-se o mérito; ganhei tudo. Hoje questionam o rito, a 
competência do juiz, etc. Enfim montaram uma chicana com base na coisa 
processual. Como o Estado tem prazos privilegiados e eu não, meus feitos têm 
apenas cinco/ trinta dias de prazo enquanto o Estado tem no mínimo três vezes 
isto (na prática muitíssimo mais: no mínimo um ano). 

Já estiveram com este processo, oito juízes. Uns foram até justos. Outros 
praticaram os temíveis embargos-de-gaveta. 

Cada despacho no meu processo leva no mínimo dois anos. Lalau, Cacciola, 
EJ, Barbalho e muitos outros, têm seus pedidos atendidos em no máximo 
semanas. Se algum dia eu receber o que o Estado me deve, terei que receber 
na forma de precatório. Resultado, morrerei sem receber verdadeiramente.

A questão Cacciola é mais profunda. Cacciola preso e condenado certamente 
falaria. E se Cacciola falar, amigo Hélio, algumas vestais da República serão 
envolvidas. Disso não tenho dúvida. O remédio que foi dado à questão 
Cacciola curou muita gente, Hélio.


Um abraço,


Aristóteles


__________________________________________________
Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico
       http://www.votoseguro.org
__________________________________________________

Reply via email to