Caros amigos,

 Estou tentando juntar tudo o que tem passado por aqui para ver se,
juntando tudo, não existe alguma solução simples para esse angú. Peço
desculpas por abusar da paciência. Mas não me conformo de não existir
uma solução simples para esse problema das UEs.

 Daí, lendo sobre o SELA me ocorreu cruzar esse bicho com a nossa
impressora. Faço aqui um balanço do que temos discutido e apresento no
final a idéia de juntar tudo.

 Nesses últimos dias (re)lancei duas idéias diferentes, não muito
originais e de certa forma contraditórias: 

 1) a introdução de um identificador nas cédulas para se evitar o voto
"carreirinha";
 2) que a UE se limitasse a imprimir as cédulas preenchidas junto com um
código de barras para facilitar a contagem posterior.

 Essas duas idéias receberam justificadas críticas. Creio que o maior
problema, comum às duas propostas acima, é a ainda existência de
cédulas. Não basta imprimir ou controlar melhor a manipulação das
cédulas pelo eleitor. O fato delas continuarem existindo coloca todos os
problemas de armazenagem, transporte e apuração, os quais dão margem a
inúmeras possibilidades de fraudes.

 Nesse sentido, pelo menos em intenção a idéia da UE é superior. O voto
é registrado e apurado imediatamente e todos os problemas ligados às
cédulas desaparecem. No entanto, como todos sabemos aqui, o problema
passa a ser como auditar as UEs.

 Temos lutado pela impressão do voto atrás de um vidro, picote
automático e apuração por amostragem de 3%. E vários problemas tem sido
levantados. Creio que a maioria dos problemas assinalados tem origem no
fato de que estamos re-introduzindo nesse processo urnas com cédulas.
Daí todos os problemas de armazenagem, transporte e apuração, os quais
dão margem a inúmeras possibilidades de fraudes. Daí a possibilidade de
a apuração manual não conferir, daí não se saber qual é o resultado
correto: o da urna ou o da UE.

 Bom, juntando isso tudo:

 - todas essas informações
 - proposta do Leamartine de imprimir tudo numa fita única (também
proposta agora do Saulo);
 - as reflexões do Aristóteles (entre outras, "...ou existe o voto
físico, legivel aos humanos, ou tudo isto equivale a limpar o trazeiro
com canjica";
 - essa nova "SELA", que cai do céu assim de repente;
 - e várias intervenções do Kika me corrigindo várias bobagens,

 me veio a seguinte idéia: por que não imprimir os votos numa fita
única, MAS NÃO EM SEQUÊNCIA ? 

 Poderíamos pensar num dispositivo do tipo SELA, conectado à urna, cuja
única função fosse essa: imprimir numa fita o voto do eleitor dando a
ele a oportunidade de verificá-lo antes de confirmar o voto. Se não
confirmado, o dispositivo passa uma linha encima ou marca "anulado" ao
lado.

 O grande problema da proposta do Leamartine (e do Saulo) era permitir a
identificação do eleitor observando-se a ordem do voto impresso. Mas se
esse dispositivo for equipado de uma impressora capaz de enrolar e de
desenrolar a fita de papel? Isso permitiria registrar de maneira
aleatória o voto nessa fita de papel, certo?

 O esquema seria o mesmo: impressão protegida atrás de um vidro, a UE
faria o trabalho dela normalmente e o rolinho serviria como contraprova.
Poderíamos ter marcas impressas pelo próprio dispositivo no início e no
fim da fita para delimitar a área a ser considerada, fora da qual
qualquer inscrição seria nula. 

 No final do dia esse dispositivo poderia completar todos os espaços não
preenchidos com "XXXXXXXXXXX" (por exemplo), para evitar de serem
completados posteriormente.

 A vantagem é que esse rolinho poderia ser lacrado com a assinatura dos
mesários e servir de contraprova em caso de dúvidas. Poderiam ser
armazenados junto com os BUs que partem ao TSE e usados em auditorias.

 Sendo um dispositivo muito simples, ele teria as mesmas vantagens
alegadas do SELA. Fácil de ser verificado, substituível, etc. Além
disso, ele não guardaria apenas o total mas cada voto, donde não seria
apenas um duplo da UE.

 Na verdade, acho que isso seria o cruzamento da impressora que propomos
com o SELA do TSE, será??? Chí, tô ficando doido???

 Abraços, Paulo Mora de Freitas.

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