Saúde pública, privada, no Brasil é uma vergonha. Uma afronta à 
cidadania.  Cabe ao povo rebelar-se.

Aristóteles


Tribuna da Impresa

Entidades se unem contra MP que
restringe uso de planos de saúde
SÃO PAULO - A nova Medida Provisória (MP) 2.177/43, 
conhecida 
  como Lei dos Planos de Saúde que altera a Lei nº 9.656, em 
vigor 
  desde janeiro de 1999, uniu a Fundação Procon-SP - órgão 
  de defesa do consumidor ligado ao governo estadual -, o Instituto 
Brasileiro 
  de Defesa do Consumidor (Idec), o Conselho Federal de 
Medicina (CFM), a Associação 
  Médica Brasileira (AMB), a Ordem dos Advogados do Brasil 
(OAB), o Fórum 
  de Entidades Nacionais de Defesa dos Portadores de 
Patologias e Deficiências 
  e o Fórum Nacional de Acompanhamento de Regulamentação 
  dos Planos de Saúde na batalha contra o que consideram um 
retrocesso para o consumidor na questão da saúde privada.
Todas estas entidades estão indignadas com a Medida Provisória 
  (MP) a ser votada em caráter de urgência no Congresso 
Nacional 
  para que as alterações entrem em vigor logo após sua 
publicação. 
  Para os representantes do direito do consumidor, esta MP 
restringe ainda mais os planos de saúde.
Também culpam a Agência Nacional de Saúde Suplementar 
(ANS) 
  por querer aprovar uma lei sem consultar a opinião pública e, 
  assim, alterá-la em prejuízo do consumidor e a favor das operadoras. 
  Por isso, as entidades organizam um ato público no dia 28 de agosto, 
  em frente ao Congresso Nacional, em Brasília e pretendem barrar as alterações.
Mudanças
Pelas novas regras propostas na Medida Provisória, os usuários 
  não poderão mais escolher os prestadores de serviço de 
  saúde - médicos, laboratórios, hospitais - mesmo dentro 
  da rede credenciada ou referenciada pelo plano. Segundo a presidente do Conselho 
  Regional de Medicina (CRM), Regina Parisi, médicos fariam a triagem e 
  depois encaminhariam a um especialista. Ou seja, o clínico geral seria 
  consultado primeiro, barrando o atendimento direto.
O atendimento passa a ser limitado à área geográfica. 
  Ou seja, se o serviço de que o consumidor necessita não existir 
  na área de cobertura do plano, a operadora não será obrigada 
  a prover atendimento. A única opção é ser atendido 
  pelo Sistema Único de Saúde. O plano não atenderá 
  e também não será obrigado a remover seu usuário, 
  de acordo com Lúcia Helena Magalhães, técnica da área 
  de saúde da Fundação Procon-SP.
A MP prevê a criação de planos subsegmentados. Ou seja, 
  planos que pretendem restringir ainda mais o atendimento. Por exemplo, um casal 
  que faça apenas um plano de obstetrícia. Se houver uma complicação 
  durante o parto e a paciente precisar de atendimento contra hipertensão 
  ou diabete, o plano não dará cobertura.
A nova lei também trata da adaptação dos contratos antigos 
  até dezembro de 2003. Segundo dados da Fundação Procon-SP, 
  dos 40 milhões de contratos no mercado, 70% são antigos e regulados 
  pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Os novos, por outro lado, são regulados pela lei dos planos de saúde 
  e sofrerão alteração caso a MP seja aprovada pelo congresso. 
  Com esta adaptação dos antigos para os novos, a ANS pretende viabilizar 
  a migração aplicando um percentual único de reajuste. Para 
  as entidades, isto seria forçar o consumidor a mudar de plano até 
  a data limite, porque depois a negociação seria livre.
Serra: consumidor não sairá perdendo
SÃO PAULO - O ministro da Saúde, José Serra, negou ontem que a aprovação da Medida 
Provisória (MP) 2.177/43, conhecida 
  como Lei dos Planos de Saúde, trará prejuízos ao consumidor. 
  Segundo avaliação de associações médicas, 
  Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), Ordem 
  dos Advogados do Brasil (OAB) e Instituto de Defesa e 
Orientação 
  ao Consumidor (Idec), a lei seria um retrocesso e beneficiaria 
apenas os planos 
  de saúde. O grupo pretende contestar a MP na Justiça.
"Essa MP não é um retrocesso nem vai prejudicar o consumidor. 
  Mas eles têm todo o direito de entrar na Justiça. Não vejo 
  problema nenhum e até é bom que o façam; aí, a Justiça 
  julga", afirmou Serra. Sobre o argumento de que o ministério 
estaria 
  favorecendo as empresas de saúde, com a MP, Serra foi direto: 
"Não 
  creio que estou ouvindo uma bobagem tão grande."

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