Ótima intervenção, Paulo-PI (desculpe a gracinha contigo e com o Zidane; mas é só para te diferenciar do resto da nossa "pauleira", que aqui 'tá que só aumenta...) Devemos mesmo pensar mais na economia do processo; pois é aí que a nossa impressão do voto será combatida pelo TSE: por ser um "complicador técnico" da urna-e. Mas se é assim, como então se justificaria a SELA, na opinião dos mais leigos? Ora, a visão Chupiniana do processo eleitoral com voto impresso (além de não ser cega como deve ser a Justiça, que ele representa) é curta e pouco competente. Nela, a impressão do voto se torna um mero "complicador técnico", em vez de ser uma solução jurídica óbvia e hululante. Mas como todo político com mania de jurista-chinfrim, ela mal se sustenta junto ao eleitor-médio. Na verdade, a impressão é um simplificador-materializador do voto, para o cidadão poder se posicionar melhor, visualizá-lo com mais segurança, e assim, garanti-lo em toda sua integridade, simplicidade e sigilo, no ato de 1) votar; 2) recontar votos; 3) reapurar sessões com desvios de estatística; 4) dar acesso mais célere à Justiça; 5) processar quaisquer candidatos, durante as campanhas e com rigor extremo; 6) recorrer à Tribunais AD HOC, desvinculados do TSE, por meio até de plebiscitos; 7) decidir em um rito célere (porém com ampla defesa e contraditório) quaisquer casos de fraudes ou crimes políticos, em âmbito de Juízos de Instrução no Ministério Público, mas com mérito apenas administrativo, que seria recorrido na Justiça Federal, e não na Justiça local-eleitoral; e 8)não precisar das esfarrapadas garantias invisíveis, intangíveis e inauditáveis do TSE. Não tem nada a haver o Jobim comparar votos impressos mecanicamente com os antigos votos convencionais-escritos à mão. Este permitia o voto carreirinha, aquele não permite. Ponto final. Aliás, nada obriga que o voto impresso, ou o convencional optativo (resolvi batizar assim o voto em que se opta pela urna convencional, se o eleitor não confiar na eletrônica) seja um voto com apuração "cantada"; ele pode ser reapurado na versão código de barras, e assim se eliminaria totalmente a "fraude ou erro de má cantoria" (repito, estamos falando na hipótese da reapuração). Ainda insisto, também, que os mesários podem muito bem contabilizar os votos das eleições majoritárias; e se o problema é a não confiabilidade dos mesários (acho implausível que todos se mancomunem em torno de uma fraude, mas admito a possibilidade), por que não usar as leitoras de barras à laser, acopladas nas urnas-e, para esse fim específico? Já seria um belo passo adiante. Depois, com um programa aberto, esses votos majoritários não seriam mais simplesmente votos "cantados" na apuração; eles seriam, isto sim, votos "lidos oticamente". O processo até equivale ao do voto cantado, mas gerando automaticamente um "BU intermediário" e uma ata padronizada, só para as eleições de governador e presidente. Com direito a recontagem automática, na central de totalização. Os terminais, no caso dessa sugestão, seriam as próprias impressoras (uma para cada cargo, com suas respectivas urnas lacradas). A CPU seria usada, diretamente, só nos votos proporcionais. Mas continuaria a apurar todas (isto é, se o sistema aguentar tal configuração, com uma urna-e e até com a opção do auxílio, se necessário, de um outro terminal secundário de apoio). Afinal, o grande complicador mesmo, em que as urnas-e realmente compensam, são nas eleições proporcionais; nelas, o número de candidatos e o tipo de eleição, bem mais complexa em termos de resultados (que dependem da estatística e da proporcionalidade partidária), até as justificariam, inclusive com o uso da tal SELA. E quanto à SELA, ela ainda me parece um mecanismo mais adaptável para se listar títulos de eleitores de cada sessão. No caso, ela seria acoplada naquele terminal do Presidente da mesa, e não na urna-e. Ali, o eleitor buscaria sozinho o seu número (só ele teclaria), para depois só ele ativar o comando para abrir sua urna e deletar seu número (o que automaticamente o habilitaria a votar na urna de imediato). Depois das eleições, se publicaria as listas de QUEM NÃO VOTOU EM CADA SESSÃO, com a devida obrigação de quitar algum tributo ou prestação alternativa. E mais nada (de tíquete, de comprovante, de nada!). Assim, se faria mais um esforço para a desburocratização deste país. O Paulo, no meu entender, bateu esta de primeira, sem deixar quicar; e ela foi certinha lá no ângulo, sem defesa. Pegou na veia, como se diz por aí... Golaço, Paulo, que nem aquele do Petkovic. GIL. -----Mensagem original----- De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]]Em nome de Paulo Gustavo Sampaio Andrade Enviada em: sexta-feira, 17 de agosto de 2001 20:14 Para: [EMAIL PROTECTED] Assunto: [VotoEletronico] assinatura nos votos e no lacre... Amigos, aqui vai uma opiniao que lanco para discussoes. ======================== (Fernando Koch, em resposta 'a pergunta sobre como se confere se o SELA ou MAEE nao foi adulterado:) >"Creio que da mesma forma que se verifica se uma urna com votos IMPRESSOS >nao foi adulterada ou clonada!" ======================== (resposta do Marcio Teixeira:) >É um problema GRAVÍSSIMO, que infelizmente não é solucionado pela >impressora nem pelo MAEE. Sendo que no MAEE pode ser mais crítico ainda. ======================== (meu comentario:) O que o Marcio falou so' corrobora nossa ideia principal, de que um sistema 100% eletronico sempre tem brechas. E' preciso introduzir algum "elemento humano" para certificar e validar a origem dos dados. A assinatura digital esta' sendo duramente criticada porque, conhecendo-se a chave, pode-se falsear a assinatura digital, algo que e' impensavel fazer com uma assinatura manual. Entao, por mais que pensemos em como criar meios de autenticar a origem do voto impresso, para garantir que nao foi clonado, fico achando que isto e' IMPOSSIVEL, sem que haja alguma especie de comprometimento. A unica solucao possivel seria uma autenticacao manual, assinatura pelos mesarios. O papel de rolo colocado na urna teria impresso no verso linhas pontilhadas delimitando onde seria cortado cada voto, e neste espaco entre um pontilhado e outro, seriam lancadas as assinaturas, autenticando a origem dos votos, de modo insofismavel. Ou entao o proprio papel de rolo ja' teria os devidos picotes, e a impressora, em vez de cortar o papel com uma lamina, cortaria simplesmente com uma pressao (como se faz com papel higienico). Desta forma, evita-se que uma assinatura fique na divisoria entre um voto e outro. A nao ser que todos os mesarios entrem em conluio para assinar uma outra urna fraudada, substituindo a anterior, nao ha' como fazer fraude perfeita neste caso, pois todos os votos seriam assinados por todos os mesarios... Mas acaba de me ocorrer que estamos desviando a atencao de um ponto muito importante: A urna com os votos impressos pode ser lacrada com um material confiavel o suficiente para atestar que nao possa ser aberto indevidamente sem que fique algum vestigio. Afinal, trata-se de um lacre fisico, cujo rompimento sempre deixa a POSSIBILIDADE de se ver algum microvestigio, diferentemente dos "lacres virtuais", que podem nao deixar pistas. Entao, para que assinar cada voto impresso individualmente, se bastaria assinar o lacre? Discussoes sao bem-vindas. Encerro perguntando: e' possivel fazer algo assim no SELA? Solucao 100% eletronica sempre deixa de oferecer possibilidades fisicas. Abraco, PAULO GUSTAVO SAMPAIO ANDRADE Teresina - Piaui E-mail --> [EMAIL PROTECTED] Jus Navigandi --> http://www.jus.com.br __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________ __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________
[VotoEletronico] =?iso-8859-1?Q?Assinatura_nos_votos_e_no_lacre_=3F_Paulo_Piau=ED=2C_=E9_i?==?iso-8859-1?Q?sso_a=ED_!?=
Gil Carlos Vieira de Rezende Mon, 20 Aug 2001 17:14:56 -0700