REPITO PELA ENÉSIMA VEZ : "Quando se vê um bicho, com bico de pato, pata de
pato e graznando igual a pato, tem-se que admitir que se trata realmente de
um pato".
 
O PT, o PSDB e o FMI são uma trindade única.
 
----- Original Message -----
From: Maneschy
Sent: Friday, September 14, 2001 8:59 PM
Subject: [VotoEletronico] En: Artigo jornal

 
-----Mensagem Original-----
Enviada em: Sexta-feira, 14 de Setembro de 2001 20:57
Assunto: Artigo jornal

 

PT e as urnas eletrônicas:

O que é isto, companheiro?

 

* Osvaldo Maneschy

 

Ao eleger o seu novo presidente nacional neste domingo (16/9) com urnas eletrônicas cedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o Partido dos Trabalhadores (PT) está dando o seu aval, sem discutir, a lisura das eleições gerais de 2002. Sabem por que? Porque o Brasil é o único país do mundo a ter um sistema eleitoral totalmente informatizado - do cadastro do eleitor à proclamação dos resultados – passando pelo ato de votar; e só o TSE — que projetou, desenvolveu e mandou fabricar as 354 mil urnas eletrônicas em uso no país (a um custo de US$ 1 bilhão) — garante que as eleições brasileiras são 100% seguras. Mais ninguém.

Cidadãos apartidários que entendem de informática – engenheiros, analistas e técnicos – garantem exatamente o contrário: a eleição no Brasil é 100% insegura. Porque a urna eletrônica não permite recontagem de votos ou qualquer tipo de aferição - elas desmaterializaram o voto dos brasileiros, tornando-o um registro eletrônico na memória volátil (RAM) da máquina. Registro que se apaga quando a urna totaliza votos e, este sim, é gravado na memória do equipamento – além de ser gravado em meio magnético (disquete) e impresso (boletim de urna). O voto mesmo some, desaparece – fica só o total.

Há cinco anos esses técnicos independentes discutem o voto eletrônico na Internet http://www.votoseguro.org por uma questão de cidadania e é importante ouvi-los. O Brasil precisa prestar atenção ao que eles dizem: as urnas eletrônicas brasileiras são inconfiáveis do jeito que funcionam hoje porque permitem fraudes inimagináveis na época em que os brasileiros usavam urnas de lona e cédulas de papel. A urna é um microcomputador e micros funcionam com programas. Como a Justiça Eleitoral não permite que esses programas sejam examinados, as urnas podem tudo.

Sob a aparência de modernidade e avanço, as eleições brasileiras deixaram de ser transparentes e os partidos políticos, além de perderem a capacidade de conferir resultados, foram totalmente alijados do processo de fiscalização – por não existir a menor possibilidade de recontagem e pelo fato de não terem acesso aos softwares.

Ano passado o PDT de Leonel Brizola tentou com base na lei em vigor, e não conseguiu, ter acesso aos programas-fonte usados nas urnas pelo TSE, gestor das eleições brasileiras. O Tribunal se recusou a fornecer argumentando que parte dos programas, exatamente a parte preparada pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), através de um órgão chamado Cepesc, era "de segurança nacional" e secreta.

Numa eleição a transparência é fundamental. A informatização total do processo eleitoral brasileiro – concluída ano passado – precisa ser melhor avaliada pelos companheiros do PT porque o que se ganhou em velocidade, perdeu-se em confiabilidade: computadores só fazem o que são programados para fazer. Se os programas são secretos tudo é possível, até a fraude. Isto vale inclusive para a eleição interna do PT.

É por isso que digo com todas as letras: é uma temeridade o PT estar usando urnas eletrônicas para eleger seu novo presidente. Vocês podem estar avalizando a fraude de 2002. É preciso que o PT preste atenção no que Leonel Brizola, presidente nacional do PDT, vem dizendo há tempos: sem imprimir o voto a urna eletrônica é inconfiável, como também é inconfiável o atual sistema de totalização.

Osvaldo Maneschy
Jornalista formado pela UFF, com pós-graduação em Políticas Públicas e Governo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Já trabalhou em rádio, tevê e jornais - entre eles "Jornal do Brasil" e "O Globo"; e já fez parte da Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas do Rio. Atualmente é Assessor de Imprensa da Defensoria Pública do Rio de Janeiro; além de integrar o Conselho da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Diretório Nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Também é assessor de imprensa do Forum do Voto Eletrônico.

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