Todos serão iguais perante a Lei...mas haverá alguns mais iguais que os
outros...
Mote perfeito para nossa época e nossos fatos...

O artigo abaixo é mais uma prova de que, de fato, e ao contrário do que
deveria ser, que o Congresso legislasse a favor do povo, limitando o
arbítrio do Executivo, o Congresso mais o Executivo atuais formam um conluio
perigoso para a nossa delicada democracia, um e outro apoiando-se mutuamente
para fazer tudo ao contrário do que desejaríamos.
Bandido, diz a propaganda oficial, é na cadeia.
Não no Senado.

Abraços
Luiz Cordioli


FERNANDO HENRIQUE, O 1º DA FILA PARA SENADOR VITALÍCIO

Proposta protocolada na Câmara concede o título de senador vitalício a
ex-presidentes da República.
Planalto já articula sua aprovação

O presidente Fernando Henrique Cardoso poderá tornar-se o primeiro senador
vitalício da República.
Está em marcha uma articulação silenciosa para preparar o terreno político
de uma emenda à Constituição que outorga aos ex-presidentes da República o
cargo de senadores vitalícios - com todas as prerrogativas dos demais
senadores, exceto o direito de votar, que poderia distorcer a
representatividade federativa do País.
Uma proposta de emenda constitucional nesse sentido foi protocolada na
Câmara, em novembro, pelo presidente nacional do PTB, o deputado José Carlos
Martinez (PR).
A proposição do parlamentar já está na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ), aguardando a indicação de um relator.
Segundo Martinez, isso deve acontecer em fevereiro, logo no início da
retomada dos trabalhos do Congresso - quando, na avaliação dele, o movimento
deverá ganhar fôlego.
"Não acredito que haverá problemas, porque há uma simpatia muito grande pela
idéia", afirma o deputado paranaense, observando que conseguiu em apenas
dois dias mais de 300 assinaturas de deputados apoiando a proposta.
Nas últimas semanas, circulou em alguns gabinetes do Congresso a informação
de que a articulação para a aprovação dessa emenda teria origem no próprio
Palácio do Planalto.
Em algumas conversas com correligionários políticos, o líder do maior
partido no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria confidenciado que o
presidente Fernando Henrique Cardoso lhe pediu há duas semanas para
articular entre os senadores a aprovação dessa emenda constitucional.
Um político tucano que ocupa um dos mais importantes cargos da República
confirma que o presidente não perde a oportunidade de demonstrar sua
simpatia pela idéia de ser senador vitalício.
Isso poderia explicar a curiosidade sobre a tramitação da emenda demonstrada
por assessores diretos do presidente, que nos últimos dias consultaram os
gabinetes de líderes governistas para saber do andamento da proposta de
Martinez.

'AVANÇO PARA A DEMOCRACIA BRASILEIRA'

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, deputado Arthur
Virgílio (PSDB-AM), nega a articulação palaciana, mas considera a eventual
aprovação dessa emenda um avanço para a democracia brasileira.
"Assim como o Parlamentarismo, mais dia ou menos dia essa mudança virá",
prevê Virgílio, que é autor de proposta semelhante no Congresso. "Não porque
seja boa para Fernando Henrique, mas porque é bom para o Brasil que o
Congresso usufrua do conhecimento e da experiência de pessoas notáveis como
ele."
A proposta, no entanto, já enfrenta resistências mesmo entre os aliados de
Fernando Henrique.
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), Lúcio
Alcântara (PSDB-CE), não considera o mandato vitalício uma boa idéia.
O senador cearense se diz favorável à concessão de todas as vantagens que
confiram dignidade aos ex-presidentes do País - aposentadoria, seguranças,
carros oficiais, salas para escritório e pagamento de assessores -, mas não
um mandato vitalício no Senado.
"Ele pode dar conselho fora, não aqui no Congresso"
Outros opositores do mandato vitalício para ex-presidentes observam que a
regra poderia estender o benefício a mandatários apeados do poder - como
Fernando Collor de Mello -, provocando constrangimentos.
Para evitar isso, Martinez teve alguns cuidados especiais.
No projeto, o deputado limitou a concessão de mandato vitalício apenas aos
ex-presidentes "que tiverem concluído seus mandatos e estiverem com seus
direitos políticos preservados" - o que exclui Collor.
Martinez estabeleceu na proposta, ainda, que a emenda não teria efeito
retroativo.
Isso deixaria de fora tanto o senador José Sarney (PMDB-AP) como o
governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB).
Mesmo com essas ressalvas, o presidente nacional do PT, deputado José Dirceu
(SP), afirma não ver com bons olhos a proposta do colega. "No Brasil, a
gente sabe como começa esse tipo de iniciativa, mas não sabe como termina",
justifica, suspeitando de que o objetivo da proposta seja apenas garantir
imunidade ao presidente após o final do mandato.
"É preciso fazer a reforma política e não inventar um novo senador biônico",
critica o deputado petista.

Nelson Breve JT/AE
Estado de São Paulo, 30 de dezembro de 2001, domingo, 1º Caderno, página A
5.
http://www.jt.estadao.com.br/editorias/2001/12/30/pol008.html

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