O Globo Plantão
Rio, 29 de Maio de 2002

Brizola critica processo eleitoral

BRASÍLIA - Descrente do processo eleitoral no Brasil, o presidente nacional 
do PDT, Leonel Brizola, afirmou esta quarta-feira que o governo, se quiser, 
pode eleger 'até um poste'. Brizola participa de um seminário sobre o voto 
eletrônico, organizado pela Câmara dos Deputados. Ele disse estar 
convencido de que houve fraude na apuração dos votos em 1989 e em 1994 e 
anunciou que vai convidar o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter 
para acompanhar o processo eleitoral e observar o pleito.

Brizola defendeu que os votos eletrônicos sejam impressos para que se tenha 
um controle maior da apuração. Segundo ele, a indústria brasileira ainda 
teria tempo hábil e condições de fabricar 'a maquineta' de impressão que 
seria acoplada às urnas eletrônicas. O povo brasileiro, de acordo com 
Brizola, está indefeso. Ele disse que em 1989 foi retirado do segundo turno 
das eleições, porque conseguiria derrubar Fernando Collor de Mello num 
debate. Brizola assegurou que Lula foi o vencedor da eleição em 1989 e em 
1994.

- Mas, como tirar essa verdade das urnas? - questionou, afirmando que houve 
fraude no processo de totalização.

Brizola disse ainda que o nível dessa campanha eleitoral, marcada por 
denúncias e acusações entre os candidatos, é prova de que o processo está 
'carente de idéias e princípios'.

- Estamos assistindo ao processo de deteriorização dos partidos e por isso 
a Frente Trabalhista exige coerência e é um exemplo para salvar a vida 
partidária no Brasil - alegou o ex-governador, que apóia Ciro Gomes (PPS) 
para a Presidência.

Em relação às articulações entre Ciro Gomes e a direção nacional do PFL, 
Brizola disse que a Frente Trabalhista não pode recusar apoios, desde que 
não imponham exigências.

O presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, descartou, porém, a 
possibilidade de o Brasil aceitar qualquer observador internacional:

- O Brasil não precisa de ser fiscalizado por ninguém.

Jobim também rebateu as acusações de Brizola de que a urna eletrônica não 
seria confiável. Ele mandou aos presidentes da Câmara, Aécio Neves 
(PSDB-MG), e do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), uma cópia de laudo divulgado 
pela Unicamp que assegura que o sistema de votação adotado é confiável.

Adriana Vasconcelos, do jornal O Globo, e GloboNews.com




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