----- Repassado por Eneida Melo/SERPRO em 25/07/2002 17:27 -----
                                                                                       
                    
                                                                                       
                    
                   "Heitor Reis"               Para:     "Lista Guerreiros"            
                    
                   <[EMAIL PROTECTED]         
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                   25/07/2002 02:03            Assunto:  
[PerfildoCandidatoaPresidente] Qual é a mais      
                   Favor responder a            importante eleição de 2002?            
                    
                   PerfildoCandidatoaPr                                                
                    
                   esidente                                                            
                    
                                                                                       
                    
                                                                                       
                    



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-----Mensagem Original-----
De: Álvaro Frota



A mais importante eleição de 2002 ?
=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=
Por Steve Cobble  (The Nation)
05/08/02
[The Nation é uma tradicional revista progressista dos EUA.]
[Tradução de  Max Altman]

É a do Brasil.

Sim, a corrida eleitoral para o Senado dos Estados Unidos é fundamental
para manter ou aumentar a margem da única cadeira senatorial
de Tom Daschle em confronto com Trent Lott. Sim, seria benéfico substituir
Dennis Hastert e Tom DeLay por Dick Gephardt e Nancy
Pelosi. E certamente seria gratificante reconquistar uma pequena parte de
justiça derrotando-se Jeb Bush, por ter ajudado e apoiado
a fraude de uma eleição.

Sem dúvida alguma, porém, a eleição mais importante deste outono para os
progressistas, para aqueles que se preocupam com a
crescente brecha entre ricos e pobres, para aqueles que se opõem aos
incontroláveis negócios das corporações, é a eleição
presidencial de 6 de outubro no Brasil.

A dianteira atual da corrida presidencial é de Lula, Luiz Inácio Lula da
Silva, o líder do Partido dos Trabalhadores do Brasil e
ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos. Lula concorreu à presidência
três vezes, e esteve sempre à frente nas pesquisas
eleitorais. Contudo, nestas oportunidades todas, foi derrotado pelos
recursos de seus opositores, pelas tentativas de difamação
pessoal, pelas táticas de amedrontamento e pela aberta chantagem da banca
internacional, que, com efeito, diz ao Brasil: se vocês
elegerem Lula, nós vamos estancar seus empréstimos, aumentar sua taxa de
risco e tumultuar sua economia. (Vejam o que aconteceu com
o Chile, 1971-73, para mais detalhes.)

Wall Street já está batendo estrondosamente o bumbo da taxa de
risco-Brasil. No entanto, um grande problema que Morgan Stanley,
Merrill Lynch e outros enfrentam é que a economia brasileira já se encontra
em sérias dificuldades, e o Partido dos Trabalhadores
não pode ser acusado desta situação.

Um segundo problema com que Wall Street se depara - embora para Wall Street
possa ser provavelmente uma inconveniência menor - é que
a lei brasileira não permite que os candidatos aceitem contribuições em
dinheiro proveniente do exterior (dos Estados Unidos) para
suas campanhas. Por conseguinte, a tradicional atitude dos empresários de
compra de eleições torna-se algo mais difícil no Brasil
este ano, a exigir intervenções mais "criativas".

É aí que entra a comunidade progressista dos Estados Unidos. Uma vez que
não podemos votar no Brasil, uma vez que não podemos
financiar os candidatos brasileiros e de vez que não dispomos de estações
globais de televisão para influenciar na campanha
eleitoral (Por que isto? Com todos os recursos monetários das Ongs,
fundações, Hollywood, sindicatos, associações de mulheres, de
meio ambiente de que dispomos, por que não podemos ter a nossa própria
Fox-Tv? Nossa própria CNN?, parece-me que nossa tarefa é
fazer de tudo para evitar que os executivos das companhias -  financeiras
ou não -  intervenham.

Intervenções externas no Brasil podem assumir diversas formas:

a) Wall Street sem dúvida continuará a utilizar seus mecanismos financeiros
em favor dos oponentes de Lula, tentando estabelecer o
pânico entre os eleitores brasileiros. Atores corporativos, tomados
individualmente, podem resolver ignorar a lei, como já o fizeram
no passado. (Veja a ITT no Chile, a United Fruit na Guatemala, a Enron na
India.)

b) George W. Bush pode se sentir influenciado a pronunciar um de seus
hipócritas discursos de censura sobre liberdade e democracia,
dizendo aos destinatários do discurso qual é o líder que ele deseja.
Recentemente, é claro, os discursos de Bush vêm sendo um
notório fracasso, especialmente aos olhos do resto do mundo. O problema
para os brasileiros é que este senhor W. está respaldado
pelos grandes especuladores privados, pelos grandes fundos internacionais,
pelos seus aliados no hemisfério que esperam pela ajuda
para as suas próprias dívidas e, finalmente, por um grande exército. (veja
Florida, Cuba, Palestina e Iraque para detalhes
adicionais.)

c) O assim chamado National Endowment for Democracy (Dotação Nacional pela
Democracia) pode utilizar o nosso dinheiro público para
subverter e solapar eleições justas e democráticas no Brasil, como acabaram
de ser apanhados em flagrante por ocasião do golpe de
estado na Venezuela. A NED levou a cabo alguns projetos a ela favoráveis ao
redor do mundo mas pouquíssimas vezes na tentativa de
mudar a imagem dos países, à custa de eleições livres e legítimas. A NED
opera principalmente sob os radares da mídia dos Estados
Unidos, embora pública e privadamente tenha instalado centros ligados aos
dois maiores partidos políticos. O International
Republican Institute (Instituto Republicano Internacional) em particular é
um ator agressivo no que tange aos assuntos
internacionais, com muito dinheiro à disposição, com dirigentes
profissionais de direita dedicados a defender ou causar problemas,
com ampla liberdade para dar assistência aos objetivos da política das
elites estrangeiras, com pouca ou nenhuma transparência ou
exame público. (veja Nicarágua 1990, Venezuela 2002 para detalhes
adicionais.)

Como poderia a comunidade progressista agir?

1. Nós poderíamos usar nossos recursos humanos para investigar o que o
mundo empresarial anda fazendo durante esta campanha
eleitoral. As organizações progressistas poderiam incontinenti pôr recursos
financeiros à disposição de entidades encarregadas de
políticas públicas  especializadas em política monetária, em publicidade,
em pesquisar estrutura de poder e em geral desvendar o que
a política externa dos Estados Unidos e das empresas privadas estão
secretamente tramando.

2. Deveremos fazer todo esforço possível a fim de tornar públicas as
intervenções dos Estados Unidos, trazendo à luz todas as
manipulações de bastidores. Se o eleitorado brasileiro manifestar-se
ofendido com uma eventual interferência americana em seu
processo eleitoral, a publicidade desta interferência pode tornar-se um
tiro no próprio pé das corporações privadas.

3. Devemos pôr nossas pesquisas e informações à disposição dos meios de
comunicação dos Estados Unidos, da América Latina e da
Europa, dos nossos amigos da imprensa eletrônica via Internet e de
proeminentes líderes americanos que podem nos ajudar a repercutir
o escândalo de eventuais intervenções clandestinas.

Uma dessas personalidades é o reverendo Jesse Jackson que esteve por
diversas vezes no Brasil, reuniu-se com Lula e outros
dirigentes do PT nas concentrações organizadas pelo Rainbow/PUSH, é popular
no Brasil (a nação com o maior número de eleitores
afro-descendentes depois da Nigéria) e cujo Projeto Wall Street pode até
ajudar a alocar especialistas em finanças que podem mitigar
os costumeiros ataques de Wall Street.

Um outro líder progressista é o presidente da AFL-CIO, John Sweeney, que
pode confrontar-se com aqueles que, em Wall Street ou no
governo Bush, estejam dispostos a subverter as eleições livres e justas do
próximo outubro no Brasil. Antevendo o cenário do
comércio internacional após uma campanha de Lula coroada de êxito, as mãos
de Sweeney estarão firmemente estendidas no próximo ano
quando estiver defendendo um comércio justo e contra a extensão da cada vez
mais incontrolável globalização/Nafta para as Américas/'
fast track'.

Além do mais, o Brasil detém uma das maiores economias do mundo (certamente
do Hemisfério Sul), ao lado de uma quase mítica estatura
cultural. Uma inabalável oposição brasileira ao irrestrito comércio
corporativo, combinada com os problemas empresariais atuais dos
Estados Unidos,  fará diminuir a velocidade da corrida em direção a uma
Nafta hemisférica, a Alca. Além do que se torna muito mais
provável que qualquer acordo comercial alcançado inclua sérias condições
trabalhistas e ambientais. A eleição de Lula se constituirá
simplesmente no mais forte golpe em favor de um comércio justo e da
diminuição da distância pobre/rico que possamos imaginar este
ano.

E o momento de agir é agora  Toda organização que se considere parte do
movimento geral contra a globalização liderada pelas
corporações, que trabalhe com as questões Norte/Sul, que financie ações em
favor do comércio justo e da democracia, deveria levar em
conta a urgência de prover de recursos as pesquisas e os grupos de
ativistas progressistas que possam assegurar que os Estados
Unidos não maculem o bom nome da democracia no Brasil, como fez
recentemente na Venezuela.

O nosso objetivo não é o de intervir nas eleições brasileiras e sim de
impedir que os executivos das poderosas corporações e seus
aliados intervenham para subverter a democracia brasileira neste outono.
Nós temos um pequeno papel a desempenhar neste espetáculo;
mas se agirmos imediatamente, estaremos em condições de prevenir que alguns
grandes "americanos mal-humorados" provoquem uma grave
injustiça.

Este não é apenas o ano do Penta para o Brasil. É o ano em que o povo
brasileiro pode mudar os rumos do hemisfério ocidental.

Nota de Álvaro Frota.

Lula não combate seus próprios inimigos, que são os inimigos do povo
brasileiro. Ao ínvés de preparar o povo pobre e a classe
trabalhadora para enfrentar Wall Strett (o nome da rua de Nova Yorque onde
ficam os grandes bancos imperialistas), não pagando a
dívida externa e boicotando a Alca, Lula prefere enviar José Dirceu aos EUA
para declarar que irá "manter os contratos" e acenar com
uma Alca "negociada".

Entretanto, isso não significa que os banqueiros e as grandes corporações
estadunidenses considerem Lula uma opção para seus
interesses no Brasil. Apesar de aliado a setores burgueses no Brasil, Lula
não é o candidato do imperialismo estadunidense.

Eu não vou votar no Lula e sim no Zé Maria do PSTU pois considero o mais
importante de tudo a mensagem que se dirige ao povo. Lula
nos diz que o elegendo, nada teremos a fazer senão esperar que ele irá
resolver tudo para nós. Um discurso tipo "Papai Noel" vai
premiar o "bom menino".  O PSTU divulga que sem luta não muda a vida e
afirma que o Brasil só irá resolver seus problemas se a
própria classe trabalhadora e o povo pobre brasileiro se organizar, se
conscientizar e lutar resolutamente. Lula prefere o atalho
que leva ao pântano, enquanto o PSTU se mantem no caminho mais difícil,
longo e tortuoso, mas que leva à libertação.

Apesar de tudo isso, é preciso ter muito claro que o imperialismo
estadunidense, longe de apoiar Lula, quer destruir Lula e o PT. É
preciso saber distinguir as coisas!

Aquele abraço!

Álvaro Frota.




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