Caro Francisco Santana,
Qualquer pessoa pode fazer pesquisas, não há lei que proíba, só não pode divulgá-la ou usar como material de propaganda eleitoral . O que é regulamentado é a pesquisa para divulgação pré eleitoral que precisa ser inscrita e aprovada previamente na Justiça eleitoral.
Mas a pesquisa só, qualquer um pode fazer, pessoa física ou jurídica de direito privado pode faze-la. É um direito do cidadão, assim como o cidadão pode divulgar em correspondências pessoais, palestras, chats etc.
Mas eu acho que não pode-se fazer propaganda em rádio, televisão, jornais, ou sites de empresas de comunicação, nem usar em material publicitário de campanha, sem ter permissão da Justiça. Sugiro consultar o site do TSE.
Estou afiliado em um partido apenas até as eleições deste ano, por uma questão de acordo. Mas não acredito em partidos, em nenhum deles, e não vejo nenhuma identificação perfeita com qualquer partido que conheço no Brasil. Já fui afiliado a outro partido, mas nunca fui militante, também fui convidado a entrar para o PT há muitos anos atrás, não aceitei, e recentemente fui convidado a entrar no PL, por um amigo militante, também não entrei, pelo menos ainda.
Mas não pretendo fazer parte de nenhum partido, pelo menos por enquanto.
Não sei se algum partido fará pesquisas de boca de urna, mas acho que deveriam.
O que seria necessário para legalizar a divulgação das pesquisas, eu não sei, porque se o TSE não dá direito de resposta a Ciro responder as ofensas que é caluniado diariamente na TV, duvido que haja lisura da Justiça Eleitoral para cumprir a Lei. Para o Serra tudo pode, para os outros não pode.
 
Jefferson Abreu
 
 
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Sent: Tuesday, September 03, 2002 9:04 AM
Subject: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Serra a Qualquer Preço.

Falha nossa. Esquecí a palavra pesquisa. Agora já corrigí.
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Sent: Tuesday, September 03, 2002 8:43 AM
Subject: Re: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Serra a Qualquer Preço.

Ao Jefferson Abreu
 
Gostaria de saber ao qual partido você está mais afinado e se esse partido tem condições de propalar (e cumprir) que vai fazer uma grande pesquisa de boca de urna no dia das eleições com recursos próprios, para avaliar se houve ou não fraude nas eleições.
 
Aliás, o ideal seria um "pool" de partidos.
 
O que a lei diz sobre isso? O que seria necessário, para legalizar uma entidade com direito a divulgar esses resultados?
 
Essa entidade poderia só ser só o cérebro da pesquisa. Os partidos em todo o país forneceriam militantes opara fazer esse trabalho.
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Sent: Monday, September 02, 2002 2:10 PM
Subject: [VotoEletronico] Re: [VotoEletronico] Serra a Qualquer Preço.

Nenhuma pesquisa tem exatidão matemática, você pode manipular como for conveniente para favorecer este ou aquele candidato. Em pesquisa que infelizmente não posso divulgar, por não ser uma pesquisa oficial etc, etc.
Tivemos o seguinte resultado, que repito é aproximado, porém sem qualquer indução ou manipulação.
Os eleitores que não querem votar em nehum destes são 30%
os que votam no Lula são 30%
os que votam no Ciro são 20%
os que votam no Garotinho são 16%
os que votam no Serra são 4%
Portanto, as "pesuisas encomendadas" tem por finalidade apenas convencer a opinião pública de que é possível "eleger" o Serra.
Eles criam este teatro todo, mantém o Lula em primeiro até colocar o Serra no segundo turno, depois "criam" um fato para explicar a queda do Lula e a falsa vitória do impostor. Com a ajuda das "ma´quinas de votar", que indevidamente são chamamdas de "urnas eltrônicas", mas deveriam se chamar "máquinas de fraudar eleições".
É o caos!
Jefferson Abreu
 
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Sent: Sunday, September 01, 2002 9:49 PM
Subject: [VotoEletronico] Serra a Qualquer Preço.

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Serra a Qualquer Preço.
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Laerte Braga
 
O Instituto Data Folha divulgou sua pesquisa já incluindo a primeira semana da propaganda eleitoral gratuita. Os resultados apontam queda de 7 pontos percentuais de Ciro Gomes e subida de 6 pontos percentuais de José Serra. Ciro tem 20% das intenções de voto e José Serra 19%. Lula continua à frente com 37% e vence a todos em simulações de segundo turno.
 
Os dados levantados pela pesquisa do Data Folha foram divulgados no “Jornal Oficial”, dito “Nacional”, no chamado horário nobre da televisão. A edição diária vai das 20horas às 20h30. Junto com os resultados da pesquisa “Data Folha” o jornal mostrou o levantamento feito pela “RBS” Rede Brasil Sul afiliada da “Globo”, sobre a disputa no Rio Grande do Sul, entre o petista Tarso Genro e o “neo-socialista” Antônio Brito. Brito tem 36% das intenções de voto e Tarso 30%. Brito vence no segundo turno conforme os dados divulgados.
 
Um sem número de especialistas já mostrou à exaustão ser possível exibir dados favoráveis a qualquer candidato, numa pesquisa. As pesquisas, antes de serem um instrumento para aferir vontade ou intenção de voto de um determinado contingente de eleitores, transformaram-se em peças fundamentais de campanhas, sobretudo em países como o Brasil, onde a disputa, mesmo que não pareça, ou não queiram, é entre elites, classes dominantes versus trabalhadores e camponeses.
 
E muito mais ação tipo vale tudo das elites para manter o controle dos negócios num país hoje transformado em colônia dos Estados Unidos.
 
Terminado o bloco de notícias do “Jornal Oficial” em que foram mostrados os resultados dos levantamentos citados, o bloco seguinte apresentou matéria ilustrada com imagens comoventes sobre trabalho infantil e importância da educação para a infância. A repórter, Sônia Bridi, começou assim: “municípios, estados e governo federal...” Municípios e estados são impessoais. União é o governo federal. A promessa para a semana seguinte é sobre as necessidades da saúde.
 
A “Globo”, com audiência média de 39%, pelo menos aponta o IBOPE, é a líder do horário e isso, liderança, é incontestável. A “Globo” está, mais uma vez, pautando as eleições e o eleitorado.
 
Um observador mais atento vai perceber, sem qualquer dúvida ou risco de erro, que as aparições de José Serra (dedicam o mesmo tempo a cada um dos candidatos principais, a lei manda que seja assim) são, sempre, em condições de muitas cores, festas, alegria, imagens amplamente favoráveis.
 
As de Ciro são tensas, sugerem as aflições de um candidato em “baixa” e, as de Lula, por enquanto, como que inodoras, assépticas.
 
Garotinho não conta. É um desastre total em tudo e por tudo. Ou quase tudo, está elegendo a mulher para governar o Estado do Rio. A impressão que se tem é que é candidato ao lugar do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, uma das maiores empresas do Brasil atualmente.
 
[COMENTÁRIO DE ÁLVARO FROTA: Faltou Laerte Braga dizer que para a Globo, assim como para o restante da grande mídia, o PSTU e o PCO simplesmente não existem. Mas parece que o próprio Laerte anda um pouco esquecido nesse aspecto...]
 
Imagem continua sendo tudo e vai ser assim até o dia das eleições. Pelo menos na “Globo”. A rede integra o conjunto de forças das classes dominantes e não tem nenhum escrúpulo em ser assim. Vende a idéia que é possível a qualquer um chegar ao topo. Desde que um bando de qualquer um não ameace os “negócios”.
 
Os meios de comunicação no Brasil cumprem um papel. Refiro-me aos grandes. O distinto público tem desde a comunicação global, voltada para um público que vai das chamadas classes médias média e baixa, até o imenso contingente dos chamados pobres, ou dos abaixo da linha da pobreza. Reparte esse filão com outras redes de tevê. É como você cobrir uma determinada área do oceano com uma rede imensa, da qual não escape nenhum peixe. Predação pura e dirigida.
 
Os jornais, num país onde o custo de um jornal torna-o impensável para a grande massa de pessoas (se um trabalhador comprar um jornal todos os dias irá pagar o equivalente a quase um quarto do salário mínimo, 46 reais aos preços de hoje), oferecem diversão variada. Cadernos de televisão com os filmes do dia, fofocas, quem casou e descasou, sobram os chamados jornalistas independentes, que acabam sendo indispensáveis para conferir o mínimo de credibilidade a cada um deles.
 
A “Folha de São Paulo” e o “Jornal do Brasil” são os que têm o maior número de independentes e é importante que lá estejam, pois permitem que muitos fatos mantidos ocultos por deliberação desses veículos, venham a público, ainda que em colunas. “O Globo” tem apenas o cronista, notável por sinal, Luís Fernando Veríssimo. Uma das principais comentaristas econômicas do grupo, Míriam Leitão, segundo o colunista José Simão, “Folha” tem que ser “privatizada”. Tal o despudor com que defende Malan, Armínio Fraga, os agentes de Soros e dos bancos internacionais.
 
Jornal de domingo é uma festa. O mais importante além dos cadernos de tevê, são os especialistas em auto ajuda, psicanálise de botequim, essas coisas. O leque estende-se desde dietas revolucionárias, passando por formas de aumentar o desejo sexual, até chegar ao ítem desempenho.
 
Há um único jornal a custo popular. É esportivo, voltado para o povão. Custa 1/6 de dólar. Vende feito água.
 
As revistas, a principal delas, "Veja" é voltada para um público que adora passar os domingos com furadeira furando tudo e redecorando o lar. "Home sweet home". São cucas amadores, homens do mercado de capital, pessoas bem sucedidas (se mulheres, no padrão atual, bunda grande; se homens, também no padrão atual, objeto de desejo das grandes bundas e vice versa).
 
O cerco é total. E essa totalidade sobrevive, em grande parte, de recursos públicos, seja de estatais, das chamadas campanhas governistas, ou de matérias pagas apresentadas sem a caracterização. Aquelas por baixo dos panos. É possível a um governador, ou a presidente, mesmo a um prefeito, inaugurar uma ponte num fim de mundo, onde sequer rio, riacho ou ribeirão exista e sair com destaque como obra de alguém que tem visão de futuro, é empreendedor, etc, etc.
 
Neste momento estão todos engajados na eleição de José Serra, mais precisamente, em levá-lo ao segundo turno. As condições objetivas já foram alcançadas. Todo um circo montado para criar a situação de empate técnico, dentre em pouco a virada de Serra, abrindo espaço para o ataque a Lula e... A urna eletrônica. Essa faz o resto do serviço. [AF: Vejam a esse respeito o artigo "O Pulo do Gato das Eleições-Eletrônicas", de Osvaldo Maneschy, divulgado por esta Circular Política]
 
Não existe democracia no Brasil. Só um simulacro. Um arremedo. FHC, na reeleição, em 1998, conseguiu ser presidente com “maioria absoluta” dos votos no primeiro turno, com menos de 1/3 do eleitorado. Milagres da matemática das elites. A [in]justiça eleitoral, presidida por [Nelson JoAbin] um compadre de José Serra fez algo inusitado: ao invés de conceder direito de resposta a Ciro cassou um minuto do programa de Serra. O inverso, deu direito de resposta a Serra. Qualquer poste, como diria Nelson Rodrigues, sabe que é mero apêndice do Executivo, que por sua vez é um instrumento das classes dominantes, dos novos donos.
 
O circo está montado. Com a eficiência de sempre. A dívida pública é da ordem de 61% do PIB. O desemprego cresce. A exclusão social é uma realidade que você percebe quando abre a porta de sua casa. Não são poucas as vezes que encontra a mão estendida de quem pede um “trocado” para comer. A violência, que resulta do quadro de desigualdade social, atinge níveis insuportáveis. Inaceitáveis. Mas não afeta a eles. Os de cima. Vez por outra, acidente, mero acidente. Quem morre nas mãos de bandidos é o povo.
 
O que causa angústia, forjada, estimulada, é saber se o dólar caiu ou subiu. Olhos grudados na telinha de quem, com toda a certeza, nunca viu uma nota de dólar. E provavelmente nem vai ver. Esse é o Brasil que FHC desmontou deliberada e pacientemente, como laranja do capital internacional. É o Brasil que Serra quer manter. Para eles. Por enquanto a briga é entre eles. Mas só por enquanto. Os caras não têm escrúpulo. São amorais.
 
É o Serra a qualquer preço. E não serão eles quem irão pagar a conta.

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