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POR UM BRASIL LIVRE DE TRANSGÊNICOS
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Número 128 - 06 de setembro
de 2002
Car@s Amig@s,
Terá início no próximo domingo (08/09) no Rio de Janeiro, o Primeiro
Simpósio Brasileiro sobre Avaliação de Segurança de Alimentos
Geneticamente Modificados.
O simpósio deverá ser um fracasso, pois toda a polêmica no meio
científico sobre os riscos dos transgênicos não será discutida em razão
dos críticos não terem sido convidados. O evento, que segue até
quarta-feira (11/09), está sendo organizado por iniciativa de órgãos do
governo brasileiro cujos dirigentes vêm publicamente defendendo a
liberação dos transgênicos no Brasil sem a necessidade de avaliações
rigorosas quanto à sua segurança: Ministério da Agricultura, Ministério
de Ciência e Tecnologia, Ministério da Saúde, Embrapa, CTNBio (Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança / MCT) e Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária / MS). Em verdade, de todos estes órgãos, os únicos
que não vêm fazendo propaganda dos transgênicos e pressão direta pela sua
liberação são o Ministério da Saúde e a Anvisa, a ele vinculada. Estes
dois órgãos têm “apenas” sido omissos, não cumprindo o seu dever de
fiscalizar os alimentos contaminados com transgênicos vendidos
ilegalmente no mercado brasileiro e não elaborando os critérios para a
avaliação dos riscos à saúde, conforme determinação judicial.
Estarão na mesa de abertura grandes “figurões”, como os ministros Marcus
Vinícius Pratini de Moraes, da Agricultura, Barjas Negri, da Saúde, e
Ronaldo Sardenberg, da Ciência e Tecnologia, além do presidente da
Embrapa, Alberto Duque Portugal e do representante da Organização Mundial
do Comércio (OMC), João Magalhães.
Neste simpósio não haverá espaço para o contraditório, tendo sido
convidados apenas os setores do meio científico que são convictamente
favoráveis à imediata liberação dos transgênicos para cultivo e para o
consumo -- embora ainda não haja consenso no meio científico quanto aos
riscos que eles oferecem para a saúde e o meio ambiente. Segundo
release divulgado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos, o
evento será fechado a convidados, “profissionais que atuam nas áreas de
ciência e tecnologia de alimentos, agronomia e afins, e que lidam com
regulamentação”. Também segundo o release, “o resultado das
discussões será reunido em recomendações técnicas que serão encaminhadas
aos setores pertinentes do governo brasileiro”.
Às vésperas de se iniciar o plantio de soja no Brasil (as variedades mais
tardias de soja começam a ser plantadas em setembro), e apesar de o poder
judiciário brasileiro exigir do governo federal e das empresas de
biotecnologia avaliação de riscos ao meio ambiente e à saúde e a
rotulagem dos alimentos transgênicos e derivados, fica no ar a clara
impressão de que o governo está tentando influenciar a política sobre o
tema e convencer que todas as questões que envolvem a avaliação sobre a
segurança dos produtos transgênicos já estão sendo devidamente
resolvidas.
É importante deixar claro que, em todo o mundo, estas questões estão
longe de esgotadas e que todos os estudos científicos já realizados até
hoje não apresentam resultados que indiquem que os transgênicos não sejam
prejudiciais.
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Nova consideração sobre a enquete da Campanha junto aos
presidenciáveis
O candidato à presidência da república Luis Inácio Lula da Silva
(PT) enviou esta semana à Campanha “Por um Brasil Livre de Transgênicos”
uma nova consideração sobre a enquete respondida no dia 29 de setembro
último, pedindo que fosse divulgada no Boletim semanal da Campanha:
“O senhor se compromete a coibir efetivamente os plantios ilegais
de transgênicos no País, aplicando rigorosamente a lei - multa e prisão
para os produtores rurais e comerciantes - indivíduos e empresas - que
plantarem transgênicos no Brasil à revelia da lei?
Essa questão merece uma explicação mais detalhada.Sem dúvida faremos
cumprir a lei. Em nosso governo não vai existir “lei que pega” e “lei que
não pega”. Entretanto, os agricultores que plantam esses produtos hoje
não podem sofrer com a negligência de governos anteriores. Nos primeiros
anos de mandato vamos priorizar campanhas educativas. Acreditamos que
elas terão bons efeitos. Se, depois disso, o problema persistir,
serão então aplicadas outras medidas efetivas.”
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Neste número:
1. Colin Powell discursa sob vaias na Rio+10
2. O desafio da fome na África
3. Cientista Chefe do Governo do Reino Unido critica: “A ajuda alimentar
para a África é um grande experimento com seres humanos ”
4. África se une contra os alimentos transgênicos e opta pela
auto-suficiência
Sistemas agroecológicos mostram que
transgênicos não são solução para a agricultura
Bahia exporta 15 toneladas de cacau
orgânico para Suíça
Evento:
III Seminário Internacional sobre Agroecologia, IV
Seminário Estadual sobre Agroecologia e IV Encontro Nacional sobre
Pesquisa em Agroecologia
Plebiscito sobre a ALCA
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1. Colin Powell discursa sob vaias na Rio+10
O secretário de Estado americano, Colin Powel, foi humilhado
em 04/09 na Cúpula da Terra, quando os delegados zombaram, vaiaram,
assobiaram, interrompendo parte do discurso com que tentava defender a
política ambiental de seu país.
Numa emboscada cuidadosamente engendrada, ativistas de organizações
não-governamentais não credenciadas e delegados governamentais do segundo
escalão lotaram uma galeria nos fundos reservada a jornalistas antes de
Powell subir à tribuna. (...)
As manifestações barulhentas contra o secretário de Estado provenientes
da galeria dos fundos começaram quando ele se referiu à fome na África e
ao milho geneticamente modificado que, disse, vinha sendo consumido sem
perigo no mundo inteiro. (...) “Que vergonha, Powell”, “Que
vergonha, Bush”, gritaram os ativistas do balcão, quando secretário de
Estado aludiu às mudanças climáticas, erguendo enormes cartazes verdes______________________________________________________________
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