PT terá batalhão de 700 mil fiscais nas eleições O Partido dos
Trabalhadores anunciou nesta terça-feira em Brasília que colocará nas ruas no
dia 6 de outubro um batalhão de 700 mil simpatizantes da Coligação Lula
Presidente para fiscalizar as eleições. O coordenador nacional de fiscalização
do PT, Joaquim Soriano, explicou que foi constituída uma rede de militantes nas
62 maiores cidades do país. "Já dividimos também o Brasil em 413 microrregiões
para que a fiscalização atinja todos os municípios e, a partir da próxima
semana, a principal atividade da rede será o treinamento para a fiscalização",
afirmou. Além dos fiscais - pelo menos um em cada uma das 350 mil seções
eleitorais e outro na porta do local de votação -, o esquema organizado pelo PT
é paralelo à fiscalização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O partido vai
sortear aleatoriamente 12 mil urnas para fazer uma auditoria. Nas seções
sorteadas será feita a comparação entre o boletim de votação (com os resultados
obtidos) fornecido obrigatoriamente pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o
boletim emitido pela urna, que será encaminhado pelos fiscais petistas à central
de fiscalização do partido, em São Paulo. Mesmo com o trabalho voluntário,
Soriano estima um gasto de R$ 250 mil com o esquema de fiscalização. "Isso
inclui treinamento, software e telefone", explicou. "Nossa estratégia é
receber, imediatamente após o encerramento da votação, uma cópia, por fax, de
todos os boletins de votação. Para isso, vamos contar com a colaboração dos
fiscais", explicou Soriano. Ele afirmou que o objetivo da fiscalização é
garantir a transparência da eleição e fornecer argumentos precisos e seguros
para que a assessoria jurídica da Coligação Lula Presidente, atue caso seja
detectado procedimento ilícito nas votações. Eleições Passadas - Soriano
informou que o PT concluirá no próximo sábado, dia 28, sua avaliação sobre as
eleições de 2000. "O estudo nos ajudará a detectar as regiões problemáticas e
seções que apresentaram comportamentos suspeitos." Ele adiantou que já foi
verificado que em algumas seções o relógio da urna foi adulterado. "O atraso no
horário de encerramento da votação pode ter ocorrido para permitir que
determinado número de eleitores votasse", argumentou. Foi detectado ainda
disquetes inutilizados em diversas seções e urnas que foram ligadas e desligadas
cerca de 50 vezes antes do início oficial da votação. Confiabilidade - Para o
coordenador de fiscalização do PT, o sistema de urna eletrônica é confiável, mas
também é vulnerável. "Já realizamos duas auditorias no sistema, fizemos
sugestões que foram acatadas pelo TSE, mas as urnas não são caixas mágicas que
se auto-processam. Elas são comandadas por seres humanos, e é ai que podem
ocorrer os procedimentos ilícitos", alertou. Soriano disse ainda que os fiscais
da Coligação Lula Presidente estarão atentos para evitar que interesses
político-partidários manchem as eleições.
|