O PT(a cúpula) acha. Veja a pg 7 do programa de Lula. Se os ianques tirarem as barreiras protecionistas Lula assina a ALCA.
----- Original Message -----
Sent: Sunday, September 22, 2002 3:31 AM
Subject: [VotoEletronico] ENC: [VotoEletronico] FC - Urna eletrônica assim é Golpe de Estado qua 17/04/02 11:15

    É isso. Os americanos do norte só enxergam a América Latina quando querem se sentir como seres superiores e mais afortunados que o resto da humanidade.
 
    É a tal de "Ideologia White Power", tipo de utopia ilusória e restrita aos conservadores americanos. A de se autoproclamar como o Povo escolhido por Deus.
 
    Nessa ilusão, que eles e os Israelenses até compartilham, hoje se inverte o papel da vítima e do algoz (agora, em relação aos Povos palestino e iraquiano, que nada fizeram contra os que o oprimem, dentro ou fora de seus países). Só que, depois da eleição de Bush, do 11 de setembro de 2001 e da nova política externa belicista anti-terror, apoiar golpes na América Latina não chega nem a horrorizar o Paul Krugman. Tal inocência pueril deste articulista é tão covarde quanto a do Povo alemão, cego de nascença para os seus então ideais bárbaros de conquistar o mundo pelas armas, assumindo um sonho de liderança mundial pela força violenta e pelo terror, instituídos oficialmente pelo Estado Nazista-Belicista (americano, israelense ou alemão, tanto faz). Essa política externa do Terceiro Reich, aliás, anda "inspirando"  muito essa tal nova doutrina do Governo Bush. E Nizan Guanaes, aquele filhote de Goebbels, junto com o Jobim e o intermediário de Condoleezza-Bush, em Paris? Tá me cheirando a um Golpe Parlamentarista. Um novo Plano-B, depois das eleições, com direito a FHC como Senador vitalício. Só isso explica o porquê de colocarem logo o satânico Dr. JO-Abin neste perigoso circuito.
 
    E ainda tem quem ache a ALCA uma coisa inofensiva... GIL.
 
-----Mensagem original-----
De: [EMAIL PROTECTED] [mailto:[EMAIL PROTECTED]]Em nome de Cordioli
Enviada em: quarta-feira, 17 de abril de 2002 11:15
Para: [EMAIL PROTECTED]
Assunto: [VotoEletronico] FC - Urna eletrônica assim é Golpe de Estado qua 17/04/02 11:15

Amigos,
Lendo o artigo do NYTimes abaixo, percebemos que aqui no Brasil não há mais necessidade de golpes de Estado armados.
É simples, aqui há urnas eletrônicas...
 
Reescrevo uma sentença do mencionado artigo, mudando o que é preciso, para adaptá-la ao nosso caso :
 
"Não resta dúvida de que a parte mais grave deste episódio é a traição a nossos princípios democráticos e a expressão "do povo, pelo povo e para o povo" não deveria ser seguida pelas palavras "desde que sirva aos interesses da política atual".
Sobre a última frase do autor:
"Mas mesmo que o golpe tivesse sido bem-sucedido, nossa atitude continuaria a ser tola. Tínhamos algo muito bom - uma nova atmosfera de confiança no hemisfério, baseada na partilha de valores democráticos. Como poderíamos desperdiçá-la por tão pouco?"
Comentário desse Eremildo : quer dizer que quando não for "por tão pouco", aí então o golpe de Estado é válido ?
 
Esse artigo complementa um outro, tomado por Maneschy ao saudoso Barbosa Lima Sobrinho, em 96, ( http://www.pdt.org.br/barbosa.htm ), que cita um discurso atribuído ao presidente americano Ulysses Grant, em Manchester, Inglaterra, no idos de 1873, apenas 129 anos atrás: " Durante séculos, a Inglaterra usou o protecionismo exacerbado para alcançar os seus objetivos. Não há a menor dúvida de que a esta postura deve o seu poderio atual. ... O crescimento do meu país faz-me acreditar que, dentro de duzentos anos, quando os Estados Unidos da América tiverem extraído do regime protecionista tudo o que ele pode dar, então lutará também a favor do livre comércio." (sic).
 
Vale tudo, como vemos...
O golpe de Estado marcado para o próximo Outubro está chegando.
E as urnas funcionarão como canhões...
 
Abraços
Luiz Cordioli
 
 
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The New York Times
Quarta-feira, 17 de Abril de 2002
 
Análise
Americanos não compreendem a América Latina
 
Paul Krugman
 
Um grande número de pessoas, entre as quais me incluo, concordaria que Hugo Chavez não é o presidente que a Venezuela necessita. Entretanto ele é o presidente eleito pela Venezuela - de forma livre, justa e constitucional. Foi por esta razão que todas as nações democráticas do Hemisfério Ocidental, por menos simpatia que tenham por Chavez, denunciaram o golpe ensaiado contra ele na semana passada.
 
Todas as nações democráticas, exceto uma.
 
Ou, conforme anunciou a BBC: "Longe de condenar a deposição de um presidente eleito democraticamente, autoridades americanas declararam que Chavez seria o responsável pela crise", e que estavam "claramente satisfeitas com o resultado" - ainda que o novo governo interino tenha suprimido o Congresso, o Judiciário e a Constituição. Estas mesmas autoridades presumivelmente ficaram menos satisfeitas com o fracasso da tentativa de golpe. E novamente a BBC: "O regresso do presidente Chavez deixou... Washington com um ar ligeiramente tolo". A conselheira nacional de segurança, Condoleezza Rice, não desfez esta impressão quando, surpreendentemente, recomendou ao presidente reempossado que "respeitasse os processos constitucionais".
 
Não resta dúvida de que a parte mais grave deste episódio foi a traição a nossos princípios democráticos; a expressão "do povo, pelo povo e para o povo" não deveria ser seguida pelas palavras "desde que sirva aos interesses americanos".
 
Porém mesmo se for considerada como uma "realpolitik", nossa atitude benigna perante o golpe venezuelano foi notadamente tosca.
 
É de nosso maior interesse que a América Latina rompa com seu tradicional ciclo político, no qual o mais rude populismo se alterna com ditaduras militares. Tudo o que importa para os Estados Unidos - comércio, segurança, drogas e tudo mais - terá um melhor destino caso tenhamos vizinhos estáveis.
 
Mas como esta estabilidade pode ser alcançada? Na década de 90 parecia ter surgido, finalmente, uma fórmula; poderíamos chamá-la de nova ordem mundial. A reforma econômica cessaria as tentações populistas; a reforma política extinguiria o risco das ditaduras. E na década de 90 - por sua própria iniciativa, ainda que com o incentivo dos americanos - a maior parte das nações latino-americanas deu início a um processo dramático de reformas econômicas e políticas.
 
O resultado final não parece nítido. Pelo lado da economia, aonde de início se abrigavam as maiores esperanças, as coisas não foram muito bem. Não há milagres econômicos na América Latina, e ocorreram alguns grandiosos desastres, sendo a crise argentina o mais recente. O melhor que se pode dizer é que algumas das vítimas do desastre - notadamente o México - parecem ter recuperado o equilíbrio (com um forte auxílio do governo Clinton, deve-se acrescentar) e seguido rumo a um patamar de crescimento econômico modesto, porém constante.
 
Entretanto os desastres econômicos não desestabilizaram a região. A crise mexicana de 1995, a crise brasileira de 1999, e até mesmo a atual crise monetária argentina não levaram estes países para as mãos de radicais ou de chefões. A razão se encontra no fato de que houve, do lado político, um resultado melhor do que se esperava. A América Latina tornou-se uma região de democracias - e estas democracias parecem ser extremamente robustas.
 
Portanto, enquanto os Estados Unidos talvez tenham esperado por uma nova estabilidade latina baseada em uma prosperidade vibrante, o que realmente houve foi a estabilidade a despeito das agruras econômicas, graças à democracia. As coisas poderiam ser muito piores.
 
O que nos leva ao caso da Venezuela. Chavez é um populista com perfil tradicional, e suas políticas tem sido incompetentes ou erráticas. No entanto ele foi eleito de forma justa numa região que aprendeu a importância da legitimidade democrática. O que os Estados Unidos esperavam ganhar com sua deposição? Sim, ele de fato abraçava um discurso anti-americano, e causava incômodos à nossa diplomacia; mas não representa uma grave ameaça.
 
E no entanto cá estávamos nós, recordando a todos dos tempos sombrios em que qualquer possível ditador de direita poderia contar com o apoio americano.
 
Na verdade, nos alinhamos a um grupo destacadamente incapaz de golpistas. Chavez se indispôs com um amplo espectro de seu povo; sua breve saída do poder teve início com uma greve geral comandada pelos sindicatos do país. Porém o curto governo golpista reunia representantes do grande empresariado e dos mais ricos - e parou por ali mesmo. Não surpreende que o golpe tenha malogrado.
 
Mas mesmo que o golpe tivesse sido bem-sucedido, nossa atitude continuaria a ser tola. Tínhamos algo muito bom - uma nova atmosfera de confiança no hemisfério, baseada na partilha de valores democráticos. Como poderíamos desperdiçá-la por tão pouco?
 
Tradução: André Medina Carone
 

 

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