Eneida, também fui mesário, mas não vi esta apostila. Se você ainda a tiver, pode me passar uma cópia?
Alguns comentários: Primeiro: eu mesmo copiei mais dois BU's, além dos cinco, e posso lhe afirmar que dava para copiar bem mais. Eu levei um e meu presidente de mesa levou outro consigo. Uma vez eu comentei, ainda em 2000, que achava estranho não achar quaisquer dados nos sites dos TRE's e do TSE sobre números de votos discriminados por zona eleitoral, por seção etc. Mais ainda; o Benjamin, se não estou enganado, me corrigiu dizendo que SÓ os candidatos recebem estes dados em um CD, porém me pareceu que eles recebem apenas os do TRE de seu Estado-Domicílio-eleitoral. O que sempre coloquei aqui no fórum (e muitos me criticaram) é que os votos de cada eleição, para cada um dos cargos em disputa, NÃO PODEM SE MISTURAR. Sei disto porque sou mesário desde 1996, e tenho experiência em saber, só de olhar o eleitor, que ele não vai conseguir votar. Houve uma eleição em 1994, se não me falha a memória, em que se votava em urnas para cargos majoritários e outras para cargos proporcionais. Eu vou mais além: cada cargo, uma urna! Aliás, ninguém assume o óbvio: é difícil, até para o SER HUMANO MÉDIO, não se confundir na hora de votar. Primeiro, porque o voto lhe obriga a memorizar uma seqüência de raciocínio QUE INFLUI INCLUSIVE NO RACIOCÍNIO E NA ESCOLHA DO ELEITOR. Depois, PORQUE AS PESSOAS SÃO OBRIGADAS A MEMORIZAR NÚMEROS, EM VEZ DE NOMES. Se não souber e errar tal seqüência, O ELEITOR (QUALQUER UM, POIS A PRÓPRIA MESÁRIA DA MINHA SEÇÃO TAMBÉM ME CONFESSOU QUE ERROU!) acaba votando numa legenda para deputado, em vez de dar um voto para o seu presidente! O PT, por isso mesmo, defendia a urna. Muito mais pela malandragem de se locupletar, e muito menos pela sua propalada ética, dizendo ABSURDAMENTE que, assim (com as urnas-e) O ELEITOR ERRA MENOS. Desculpe se ofendo os petistas, e já faço a ressalva que agora é Lula, sim (mas só agora!) Ou seja: se as pessoas não associam um número ao candidato, elas Unger. Mas acho que esta opção teria que ter sido "ensaiada" muito antes. E lembremos, ainda, que ninguém contatou o Enéas para ter o seu apoio. Aliás, lastimo que muitos dos profissionais, estudiosos e jornalistas da seara política estejam torcendo o nariz de inveja para ele. Chico Alencar, o mais votado do PT-RJ, foi de uma infelicidade ímpar, ao menosprezá-lo em uma mesa redonda na TVE-RJ. O resultado disto foi que o próprio Enéas, agora surfando a sua própria onda, poderia ter declarado seu voto no programa do Ratinho, que é a fonte onde o povo mais se informa sobre política. Enéas chegou até a dizer que não saberia dizer quem é o menos pior, se Serra ou Lula! Rescaldos, talvez, da desastrada e invejosa opinião do Chico Alencar. Outros comentários amanhã ou depois. Inté. GIL, de Volta Redonda, RJ. -----Mensagem original----- De: Eneida Melo [SMTP:[EMAIL PROTECTED]] Enviada em: Quinta-feira, 10 de Outubro de 2002 17:16 Para: [EMAIL PROTECTED] Assunto: [VotoEletronico] Re:Doce de criança <<<Outra ação sistemática: a dificuldade criada para a obtenção, por parte dos partidos políticos, do BU. Pelo menos no Rio de Janeiro. Em Santa Tereza, mesários jogavam para o alto (literalmente) a determinação do TRE para que os boletins fossem entregues. Apenas diziam que havia sido revogada (a determinação datava de 05/10/2002).>>> Fui presidente de mesa, e recebi um manual do TRE e uma apostila do cartório, que às vezes eram conflitantes. Essa apostila dizia, por exemplo, que não era necessário afixar uma cópia do BU na escola (contrário ao que dizia o manual), que deveria ser entregue essa cópia aos supervisores, que eles se encarregariam de afixar. Não houve, na minha seção, instrução de que os boletins não fossem entregues aos fiscais. Houve sim, uma recomendação de que não se imprimisse muitos BU's além dos 5 exigidos (3 em envelope lacrado, 1 entregue ao supervisor, e 1 entregue aos fiscais), porque não haveria papel suficiente na impressora, mas foi impresso, na minha seção, o BU para os fiscais. Os únicos fiscais que apareceram na minha seção (até a hora que fui liberada, pouco depois das 18:00) eram do PSB e apenas anotaram os resultados que interessavam, mas não levaram o BU. Quanto a problemas em relação ao Brizola, eu (opinião puramente pessoal) achei a campanha dele muito fraca. No Rio de Janeiro, era pra ver "Brizola para Senador" pra todo lado, mas vi muito pouca propaganda. Tive na minha seção um senhor humilde com uma cola na mão, em que o número do primeiro senador era 155, e o segundo era, visivelmente, um 122 alterado para 722 (colocaram um tracinho no 1). O eleitor digitava 722 e na tela não aparecia a foto, claro!, não existia candidato com número 122. Chegou a dizer que achava que era 122, mas agora estava vendo que era 722!!!! Ainda perguntei para ele se ele sabia o nome do senador que ele queria votar (aí eu diria para ele procurar na lista), mas ele disse que não sabia!!! Eu não podia dizer para ele votar no 122, mesmo sabendo que era esse que ele queria, se nem ele mesmo sabia nem o número nem o nome do senador que ele queria votar. Deu dó, mas ele anulou o voto ao digitar (pela quarta vez) o número 722 e confirmar. A apostila dizia também que não era necessário anotar NC ou NÃO COMPARECEU no lugar da assinatura dos faltosos, alegando pressa. Mas eu fiquei achando que podiam aproveitar esses e incluir votos, colocando uma assinatura qualquer nos lugares, e acabei aproveitando o tempo que eles ficaram consertando a impressora e imprimindo os BU's para anotar NC em todos os faltosos. Cordialmente, Eneida Melo "mcdebate" <[EMAIL PROTECTED]> Para: [EMAIL PROTECTED] Enviado Por: cc: [EMAIL PROTECTED] Assunto: [VotoEletronico] Re:[VotoEletronico] Doce de n.com.br criança 09/10/2002 10:13 Favor responder a voto-eletronico - Meu caro Maneschy, tudo bem? Uma pequena correção: o TSE este ano entregou, em CD-ROM, a relação de votos por urna. O arquivo veio num formato um pouco diferente do que eles haviam dito, mas deu para extrair. É bom que se diga que o prazo de impugnação já está esgotado. Este foi o verdadeiro sentido da proclamação do resultado pelo TSE, mesmo ANTES do final da apuração. O argumento usado pelo TSE foi o de facilitar a vida dos dois candidatos e permitir que a campanha fosse iniciada imediatamente. Os próprios candidatos (Lula e Serra) fizeram um acordo para só começarem a fazer campanha segunda-feira. O Jefferson tem razão quando diz que a fraude não se limita àquela existente no próprio sistema (embora esta seja a fundamental). No Rio de Janeiro, em Santa Tereza (sem desmerecer, não estou me referindo à perifeira de Varre-e- Sai) havia mesários fazendo a tal "colinha" que o TSE instituiu. Além de instituir a colinha, o TSE quis botar o Exército para prender (violando as atribuições constitucionais) quem estivesse fazendo boca-de-urna. Pois bem, houve caso de uma senhora (com jeito de não saber como votar, demonstrando insegurança) dizer que iria votar em Brizola e mostrou a colinha recebida para uma outra pessoa visualmente identificada com Brizola (boné, etc). Surpresa! Surpresa? O voto era para Crivela e Sérgio Cabral. Qual a materialidade da denúncia? Nenhuma. Outra ação sistemática: a dificuldade criada para a obtenção, por parte dos partidos políticos, do BU. Pelo menos no Rio de Janeiro. Em Santa Tereza, mesários jogavam para o alto (literalmente) a determinação do TRE para que os boletins fossem entregues. Apenas diziam que havia sido revogada (a determinação datava de 05/10/2002). E há caso de partidos que ficaram com a presidência da interpartidária regional (não estadual) e ficaram com todas as cópias dos boletins, impedindo o acesso aos mesmos por parte dos demais partidos. Apenas para esclarecer, não foi do pessoal do Serra. Aliás, no Rio de Janeiro, nenhum dos partidos que apóiam Serra demonstrou interesse em participar dos comitês, exceto do Estadual. Certamente eles já estavam bem representados por funcionários, quiçá juízes, da Justiça Eleitoral. Eu tenho muitos amigos brizolistas e outros anti-brizolistas (para quem não é do Rio, explico: esta divisão, ou seja, Brizola como referencial, é mais comum que vocês possam imaginar). Os brizolistas, evidentemente votaram em Brizola e muitos anti-brizolistas também! O que se via? Carros com adesivos de Lula, Bené e Brizola; Ciro, Jorge Roberto e Brizola; Lula, Jorge Roberto e Brizola. E qual o resultado? Brizola em sexto lugar! Neste caso (viu Jefferson? bem sei que você considera este um caso relevante para a fraude) qual a explicação política? E aí, surgem alguns analistas políticos tentando justificando o resultado. Não dá! Manoel Carlos **************************** De: Osvaldo Maneschy Para: Pedro Paulo Cc: Marcio Bicalho Sobrino , 'Gilberto Seródio' , Ricardo de Souza Franco Peixoto' , Voto Eletronico , Praxis Data: 09/10/2002 08:57 Assunto: [VotoEletronico] Doce de criança Pedro Paulo, as pesquisas induzem o eleitorado - ao contrário do que o Montenegro do Ibope afirmou ontem na "Tribuna da Imprensa". O que nao é nenhuma novidade em se tratando de processo eleitoral onde todos que decidem, desconversam quando questionados com razao. As pesquisas preparam o ambiente para a fraude informatizada. A fraude pode ser feita a partir do cadastro nacional de eleitores que inclui como eleitores aptos a votar cachorrro, elefante, lebre e gato; passando pelas urnas eletronicas de programas inauditáveis e fechando o ciclo - uma totalizaçao relampago onde as partes (por seccáo, zona eleitoral, municipio e estado) do todo são escondidas pela justiça eleitoral - que só mostra totais, sem revelar a origem dos votos. Somas que são imediatamente enfiadas goela abaixo da opiniao publica pela mídia subserviente e comprada (por qualquer um), em tempo real. Marcio, como diz o Brizola, estou vindo de longe desta historia. Como fiscal do PDT, acompanhado do Amilcar Brunazo Filho e da Dra. Aparecida Cortiz, passei 10 dias dos últimos dois meses enfiado dentro do TSE, em Brasília, acompanhando a apresentaçao para os partidos políticos dos programas da urna eletronica; como fiscal do PDT acompanhei de novo os dois (Amilcar e Cida) no processo de inseminaçao das urnas, nos polos de informática, aqui no Rio de Janeiro - quando o Amílcar descobriu que o programa vaudit.exe, o que verifica a integridade dos demais, estava ele com defeito; e fui fiscal do PDT, acompanhado de novo do Amilcar e da Cida - ambos contratados pelo PDT - para fiscalizar a totalizaçao dos votos, no TRE-RJ. E depois dessa andança toda, o meu depoimento - para voces e mais a torcida do Flamengo é que fiscalizaçao mesmo, controle do processo, nem pensar. A Justiça Eleitoral joga para a platéia e, se dependesse dela, pessoas desagradáveis como eu, Amilcar e Cida seríamos proibidos de entrar nas dependencias da Justiça Eleitoral. Como eles fizeram com Amilcar no domingo, quando os computadores estavam totalizando os votos usando o programa da Módulo. Mas eu sou um brizolista chato e Amilcar e Cida são dois caras mais chatos ainda, porque como eu na midia, sabem exatamente do que estão falando - quando o assunto é informática ou direito eleitoral. Bem ou mal, nós corremos atrás e estamos aqui para dar esse depoimento. Agora, fiscalizaçao mesmo disto tudo, nem pensar. Os partidos em geral são desmotivados pelas "pesquisas" ou são incompetentes mesmo. O PT disse, antes da eleiçao, que reuniuy 700 mil fiscais no primeiro turno - no país inteiro. Na hora da totalizaçao, aqui no Rio de Janeiro, nao tinha nenhum deles lá dentro. Nenhum. Aqui no Rio, exatamente porque as pesquisas diziam que o Brizola estava em quinto lugar e nós entendemos de eleiçao - estávamos vendo outra coisa nas ruas e na vontade eleitoral dos fluminenses. Por isto, o PDT foi o único partido realmente preocupado em checar a integridade da coisa. De cabo a rabo. Por isso acompanhamos a abertura dos programas de informática em Brasília, a inseminaçao das urnas em vários dos polos de informa'tica do RJ e a totalizaçao, no TRE-RJ, em si. E constatamos que é impossível fiscalizar. Porque a Justiça Eleitoral na maior parte do tempo age de má fé. E também faltaram braços para fiscalizar. Fomos muito poucos nesta tarefa, tinhamos que ter uma grande equipe treinada e apta a atuar no campo, impugnando todas as irregularidades - foram centenas, basta ler os jornais - que ocorreram no Rio de Janeiro. Nao tivemos gente suficiente, Jobim teve quase razão em dizer que nao houve impugnaçao. Mas ele não falou a verdade. É importante que pelo menos voces e os listeiros do voto eletronico - saibam que houve impugnaçoes aqui no Rio sim. Antes, na inseminaçao das urnas, e no dia da eleiçao - várias. Na sexta-feira, antes da votaçao, impugnamos toda a eleiçao. Mas só nós fizemos isto. Entre as impugnaçoes do dia das eleiçoes - mais nove, todas feitas pelo PDT - houve o caso de uma moça que foi votar e alguém já tinha votado no seu lugar. Aconteceram dezenas de casos assim, registrados pela imprensa e através de comentários de pessoas do PDT, em outros lugares do Rio de Janeiro Convesei com Amilcar e ele me explicou: isto não foi erro de digitaçao. Foi fraude descarada porque ninguém erra a digitaçao dos cerca de 10 números que correspondem aos de um título de eleitor. Casos semelhantes provocaram até uma matéria na televisao, no dia da eleiçao. O Ronaldo Mourão, candidato do PSDB, teve alguns eleitores seus, na região de Itaperuna, passando pelo mesmo problema. Em Niterói, por exemplo, terra do Jorge Roberto Silveira, candidado do PDT a governador, os juízes eleitorais se recusaram a entregar os boletins de urna, no final do dia, quando terminou a votaçao. Argumentando que só o fariam para o tal "comitê interpartidário". Como ele nao chegou a ser organizado, nao adiantou o pessoal do PDT pedir o boletim. O pior é que eu só soube disto a noite, na porta do TRE, quando conversei com muita gente - inclusive o Miguel Vitoriano, que estava lá como fiscal do Jorge Roberto Silveira. E nao entende lhufas de fiscalizaçao. O PDT de Niterói podia ter tomado providencias legais no ato, já que fornecer boletim de urna ao final da votaçao é obrigaçao da justiça eleitoral. Mas eles negaram, o PDT de Niterói bobeou, bilibiu. Dançou. Hoje tenho clareza absoluta do porquê deste arbítrio: impedir a fiscalizaçao. E Jorge Roberto Silveira, candidato a governador do PDT, onde o PDT governava há 16 anos e fez uma administraçao irretocável - modelo para o Brasil - foi derrotado pela candidata que ganhou as eleiçoes no Rio em primeiro turno. Se for conferir os BUs agora, com certeza eles - se a Justiça Eleitoral os fornecer- confirmarão a derrota de Jorge Roberto Silveira. Antes, se os tivéssemos recolhidos na hora certa, não sei. É mais fácil fraudar eleiçao no Brasil do que tirar doce da mão de criança. Basta estar com o rabo sentado na cadeira em frente ao computador que totaliza e saber o que fazer. Pedro Paulo gravada: > Meu caro MarcioTrambiques e fraudes sempre existiram e sempre > existirão. Basta que hajam duas pessoas, para que uma tente levar > vantagem e ficar com a parte do leão. Não há sistema perfeito, que o > evite.Mas o resultado das eleições não pode ser fraudado a ponto de > alterar o resultado. Tanto que as pesquisas mais ou menos antecipam os > resultados obtidos, com boa aproximação.SaudaçõesPP --- UOL Eleições 2002 - Todos os lances da disputa política http://eleicoes.uol.com.br/ ______________________________________________________________ O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________ ______________________________________________________________ O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________
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