Re-enviando texto recebido. Sinto não poder discordar do autor.

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Uma Agressão Suja Que Inicia a Terceira Guerra


Pedro Porfírio (Tribuna da Imprensa, 20/03/2003), Rio de Janeiro


Hoje, eu queria abrir meus pulmões para gritar contra a guerra insana e suja que um país arrogante e em crise está perpetrando contra outro, cujo crime maior é deter as maiores reservas petrolíferas do mundo (agora descobertas).


Queria bradar aos sete ventos minha indignação febril contra os abestalhados americanos que dão suporte a um presidente sem escrúpulos, para dizer que não poderá haver lágrimas se amanhã outra torre for detonada, levando de roldão inocentes, que inocentes são os meninos e velhos iraquianos, também inocentes e filhos de Deus, e serão vitimados pelos petardos milionários, despejados por homens fardados e portadores da bandeira imunda dos Estados Unidos.

Queria lembrar que esses bombardeios de rapina atingem por igual o coração da Organização das Nações Unidas. Impotente ante o desrespeito e o vilipêndio do país que a hospeda, a ONU deveria, no mínimo, fazer suas malas e ir procurar exílio em outro recanto menos hostil.

Hora de Enfrentamento

Queria advertir a Deus e ao mundo que essa atitude brutal e boçal de um governante despreparado é uma ameaça viva e ostensiva à segurança de todos os demais países da Terra, impondo aos governos ciosos de sua independência o isolamento político do todo-poderoso agressor. Isolamento esse que se traduz num rompimento formal de relações diplomáticas, comerciais, culturais e de toda natureza.

Queria dizer que essa agressão ao Iraque, que cedeu a todos os caprichos dos inspetores de armas, é o início da terceira guerra mundial, uma guerra peculiar, que se travará onde e quando menos se esperar, prolongando-se por além da própria destruição do país alvejado pelos foguetes de milhões de dólares.

Queria observar que mais do que a caça sedenta ao petróleo iraquiano, o que move os Estados Unidos da América do Norte é sua própria falência moral e existencial, sua crise camuflada sob os tapetes das grandes empresas de fraudadores e bandidos do colarinho branco, corruptos e corruptores perdidos na longa noite dos mascarados, proxenetas e infelizes, que não se resolvem enquanto viventes e mergulham no ópio, nas guerras e na espoliação dos outros como fulcros compensatórios.

Queria recordar que os Estados Unidos de Bush estão percorrendo o mesmo caminho de Hitler, começando por inviabilizar a ONU como ferramenta de paz, a exemplo do que aconteceu com a falecida Liga das Nações.

Queria ponderar que os próprios americanos estão nos indicando o que fazer, quando boicotam produtos franceses, porque seu governo, tomado da lucidez indispensável nessas horas, recusa apoio à invasão suja concebida para sustentar a cambaleante (embora pouco se saiba) economia de um país que já deu o que tinha que dar. Cada um deve fazer a sua parte, sem perder a cabeça e o respeito às leis, para expressar seu repúdio ativo e rotundo aos Estados Unidos da América do Norte.

Queria reiterar minha convicção de que o processo da guerra é impiedoso e impessoal. Ainda ofendidos pelo grande revés do 11 de setembro, quando o Pentágono e o World Trade Center, santuários do império em lama, foram alvejados, os ianques se deixaram envenenar pelo vírus da revanche contra tudo e contra todos. Habituados a verem os efeitos da guerra na terra alheia, estão hoje dominados pela síndrome do pânico agressiva, presas fáceis da manipulação solerte de uma mídia mercenária e controlada pelos mais vis interesses econômicos.

Queria que minha voz chegasse até as terras calcinadas do Oriente Médio, para transmitir a cada família ameaçada pelo arsenal imperialista a minha solidariedade de todo o coração, solidariedade que é, sem dúvida, de todos os brasileiros. À gente indefesa de Bagdá e de todas as cidades, aldeias e povoados da antiga Babilônia, gostaria de ter como oferecer um escudo protetor, alguma coisa, algum milagre que evitasse o morticínio anunciado.

Queria ser um gigante para defender os agredidos. Como isso não passa de uma vã fantasia, gostaria de transmitir aos meus leitores, aos amantes da paz e da autodeterminação dos povos, premissas essenciais para a sobrevivência de toda a humanidade, a minha exortação no sentido de que manifestem de alguma forma o repúdio à guerra imoral, encomendada pela indústria bélica e pelos magnatas do petróleo.

Um lençol branco nas janelas, simbolizando o desejo unânime de paz, uma carta para os jornais, uma manifestação de rua, uma demonstração real de descontentamento perante os representantes do império. Alguma coisa precisa ser feita para mostrar aos norte-americanos que não há dinheiro nenhum no mundo que nos transforme em vermes omissos e acovardados.

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