Olá,

Vejam a reportagem sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas que saiu no Washington Post em:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/articles/A42085-2003Aug10.html


O debate nos EUA continua esquentando e, inclusive, podemos identificar lá alguns personagens cumprindo papel bastante semelhantes ao que já tivemos aqui no Brasil.

Vejam o tal de Michael Brown, técnico que aprovou as máquinas de votar da Diebold (empresa que também forneceu a maioria das urnas-e e dos respectivos softwares ao TSE) no estado da Virgínia e, comprometido com o sistema que aprovou previamente e para não reconhecer o erro publicamente, agora tenta negar o óbvio e diz que a acusação de técnicos da Johns Hopkins University, de que havia fragilidades gravíssimas no sistema, não tem lógica.

É ou não é repetição do ocorrido no Brasil? Temos aqui também o caso de um técnico que publicamente aprovou a apoiou a segurança das urnas desde 1996. Agora insiste em esconder as verdades que sabe e mantém secretos os relatórios que tem sobre a fragilidade do sistema só para não revelar sua leviandade ao aprovar um sistema que nem sequer tinha analisado por completo (por que TSE mantinha secreto a maior parte dos programas).

Este Michael Brown é uma repetição de nossa hístória, um verdadeiro Bighouse americano.

Na reportagem de W. Post também encontramos o exemplo do técnico "super-ingênuo" Doug Jones, cientista da computação de Iowa, que foi chamado para avaliar o sistema da Diebold há cinco anos e que tinha encontrado as mesmas fragilidades agora apontadas mas que aprovou o sistema por que "eles tinham prometido que iriam corrigir". Agora, como uma "madalena arrempendida", percebeu que foi enganado.

Temos, aqui também, nosso caso dos técnicos representantes da Sociedade Brasileira de Computação, "super-ingênuos" que, convidados para avaliar o sistema do TSE utilizado em 2002, apresentaram sugestões de melhoria da confiabilidade e sairam dando declarações à imprensa de que confiavam no sistema mas, diante de dedobramentos posteriores, já não dizem o mesmo (por enquanto de forma privada, já que, passado mais de um ano, ainda não tornaram público o relatório para o SBC pois sentem-se constrangidos de revelar as incoerências do sistema que anunciaram confiar anteriormente).

A reportagem do W. Post ainda destaca a fragilidade do sistema da Diebold cujas " máquinas contém a mesma senha de segurança gravadas no próprio código".

Exatamente o mesma fragilidade que as urnas-E brasileiras mantém desde 1996 até hoje.

A única diferença que vejo entre o processo de lá e daqui, é que lá a grande e média imprensa tem dado algum destaque ao assunto, mesmo no meio das notícias de guerra e terrorismo, e aqui a nossa imprensa (com raríssimas excessões) continua ignorando a questão.

Amilcar

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