Professor Rezende,

Meus cumprimentos pelo belo e corajoso texto. Oxalá membros dos três
poderes o leiam e reflitam sobre a aventura em que estão lançando toda
a sociedade brasileira.

Roger Chadel

A respeito de [VotoEletronico] Seita do Santo Byte,
em 19/09/2003, 19:49, Osvaldo Maneschy escreveu:

OM> segurança computacional > textos > 
OM> http://www.cic.unb.br/docentes/pedro/sd.htm | Urna eletrênica: lei eleitoral

OM> A Seita do Santo Byte

OM> Prof. Pedro Antonio Dourado de Rezende 
OM> Departamento de Ciência da Computação 
OM> Universidade de Brasilia 
OM> 15 de Setembro de 2003

OM> ------------------------------------------------------------------------------
OM> --
OM> Dirijo-me aos cidadãos e cidadãs do meu país com mais um alerta, sob o peso
OM> de uma responsabilidade com que me investiu o presidente da República. A de
OM> representar nossa sociedade no órgão de Estado encarregado de normatizar
OM> sobre segurança na informatização dos seus processos, a ICP-Brasil.
OM> Nosso futuro democrático está sob ataque. Corremos o risco de virmos a ser
OM> governados por uma dinastia, com os que estão no poder vindo a eleger, com ou
OM> sem a verdadeira maioria dos votos, os seus sucessores, no segundo caso e com
OM> a devida cautela impunemente. Estamos retrocedendo às condições que fizeram
OM> eclodir a revolução de 1930. A nação, anestesiada, parece desconhecer o
OM> perigo que está correndo. Os meios de comunicação, com honrosas exceções,
OM> omitem-se, como se o assunto não fosse merecedor de nossa preocupação, ou com
OM> o verbo indo atrás da verba. 

OM> A razão desse alerta é a encruzilhada em que se encontra o nosso processo
OM> eleitoral, baseado nas urnas eletrônicas e na informatização completa do
OM> sistema, num momento em que os poderes da República testam novos níveis de
OM> fricção. Com esta informatização, não mudam apenas a maneira de se registrar
OM> e de se contar o voto de cada eleitor. Muda também a forma de se fiscalizar
OM> eleições, cuja eficácia é a matéria prima da confiabilidade em todo o
OM> processo. O direito de qualquer parte interessada em fiscalizar uma eleição
OM> passa a requerer novas disposições, técnicas e jurídicas, já que os meios
OM> para a fiscalização se transformam ainda mais radicalmente do que os meios de
OM> registro e contagem de votos. 

OM> Quando o voto era em cédulas de papel, a fiscalização não requeria mais do
OM> que um batalhão de observadores atentos à possivel burla dos interesses que
OM> representam, durante as várias etapas do processo: preparação, sufrágio,
OM> apuração e totalização. Eficácia se traduzia em quantidade de olhos atentos,
OM> pois qualquer ato falho de fiscalização poderia comprometer uma pequena
OM> quantidade de votos válidos. E pequenas quantidades, somadas muitas vezes,
OM> poderiam compremeter o resultado da eleição. 

OM> Com a informatização, a fiscalização passa a requerer mecanismos de auditoria
OM> com características radicalmente distintas dos mecanismos anteriores, pois
OM> agora o que precisa ser fiscalizado são processos informáticos, dos quais a
OM> tela do computador só mostra o que o autor do software quiser. Um batalhão de
OM> observadores, atentos agora ao que se lhes faz visível nessas telas, será
OM> quase certamente inútil. 

OM> O grande desafio, para quem, sob o pressuposto da honestidade e fidelidade de
OM> princípios, se põe a planejar a informatização do processo, passa a ser o de
OM> conceber mecanismos eficazes de fiscalização que não requeiram conhecimentos
OM> técnicos em demasia, quer dos fiscais, quer dos juízes, e que não comprometam
OM> outros aspectos da confiabilidade do sistema, enquanto atenuam novos fatores
OM> de escala no perfil dos riscos, próprios da informatização mesma. 

OM> Ninguém quer menosprezar ou denegrir os benefícios desta informatização, que
OM> agiliza o registro e a contagem dos votos. Mas alguém precisa lembrar ao
OM> leitor, e ao eleitor, que esses benefícios, como quaisquer outros, têm seu
OM> preço. E o preço, neste caso, é alto, pois, com a informatização completa, a
OM> eficácia fiscalizatória do processo eleitoral torna-se o nó górdio da
OM> modernização democrática. 

OM> Mesmo que os partidos possam, por exemplo, examinar o código-fonte dos
OM> programas que constituiriam o software do sistema eleitoral, se não puderem
OM> saber, por meios próprios, se tais programas são exatamente os mesmos usados
OM> nos computadores durante a eleição, todo o esforço fiscalizatório torna-se
OM> equivalente a um mero ato lúdico, como o de mágicos e palhaços no picadeiro
OM> de um circo. Mas com uma diferença extremamente perigosa, que é a descrença,
OM> ou o desconhecimento, da natureza lúdica do ato. 

OM> Qualquer informatização traz, como contrapartida a seus benefícios, um efeito
OM> amplificador de riscos, pois qualquer pequeno ato falho na fiscalização pode
OM> agora comprometer, em larga escala, a confiablidade do sistema como um todo.
OM> Este seria o verdadeiro desafio de uma Justiça Eleitoral ocupada com a
OM> modernização dos seus processos, pressupondo que sua missão não muda pelo
OM> simples fato de assim ocupar-se. 

OM> Mas, diante desse desafio, a Justiça Eleitoral brasileira vem tomando um rumo
OM> totalmente oposto ao que dela espera um cidadão de boa fé, que acredita na
OM> preservação da natureza democrática do nosso ordenamento jurídico, ao longo
OM> da aventura modernizante da nossa sociedade. Isto porque ela vem dando
OM> sinais, cada vez mais inequívocos, de sua disposição em forçar mudanças na
OM> natureza da sua missão, à guisa de uma auto-proclamada necessidade de
OM> comandar a modernização do processo que lhe cabe regular, executar e
OM> controlar,  processo que sustenta nosso regime democrático, pondo em risco,
OM> com tal guinada, a própria natureza deste regime. 

OM> Enquanto os países maduros em democracia caminham no sentido de buscarem a
OM> informatização eleitoral de forma a permitir ao eleitor verificar, por si
OM> mesmo, a correta tabulação do seu voto, o Brasil vai na contramão, com o
OM> agente responsável tentando suprimir qualquer possibilidade de conferência ou
OM> recontagem dos resultados, apelando, de formas tanto sutis quanto grotescas,
OM> para uma cega crença alheia em sua pretensa infalibilidade e isenção
OM> intestável. 

OM> Segurança computacional é assunto técnico especializado e complexo, e assusta-
OM> nos a falta de seriedade com que nossa votação eletrônica, pseudo-moderna,
OM> tem sido tratada, nos três Poderes, por desconhecedores da matéria. Ministros
OM> do TSE, autoridades em suas áreas porém leigos nas ciências afetas à
OM> computação, têm afirmado publicamente que nosso sistema é confiável, seguro,
OM> orgulho da engenharia nacional, enquanto, infelizmente, nada disso é verdade.

OM> Dizer que a eleição de Lula é prova da segurança de nosso sistema eleitoral e
OM> da lisura dos seus resultados é sofisma. Mais do que isso, é ofensa ao bom
OM> senso de quem conhece os meandros da informática e das sombras que se
OM> projetam da natureza humana. Lula pode ter sido eleito, noutra hipótese,
OM> através de um sistema inauditável que lhe atribuiu quarenta e um mil votos
OM> negativos na terceira hora de apuração do primeiro turno, devido à combinação
OM> de dois fatores: votos suficientes e uma certa relação entre riscos, na qual
OM> um deles mataria a galinha de ovos de ouro de um sistema inauditável, porém
OM> crível para a maioria da sociedade, regulamentado, projetado, operado,
OM> controlado e julgado em seus resultados por um mesmo e único agente.

OM> Nosso sistema é hoje intrinsecamente fraudável, e nenhuma quantidade de
OM> sofismas, falácias e ataques ao mensageiro desse alerta pode alterar tal
OM> fatalidade. Nada impede que o software do sistema possa ser furtivamente
OM> modificado para identificar ou alterar o voto de qualquer eleitor, já que a
OM> Justiça Eleitoral resiste, de maneiras cada vez menos nobres, à demanda
OM> fiscalizatória para que potenciais vítimas tenham -- e exerçam se tiverem a
OM> devida competência -- o direito de conhecer a lógica e o modus operandi desse
OM> sistema, e de, conhecendo, denunciar eventuais falhas. 

OM> Não há nada de mal que vejemos, como querem os otimistas, nosso sistema
OM> eleitoral tal qual plataforma de lançamento das modernidades democráticas,
OM> cobiçada pelo mundo afora. Mas seria imprudente ignorar, ancorando-se em
OM> arroubos de emocionalidade e tosco ufanismo, que por trás das maravilhas
OM> mostradas por holofotes e câmeras escondem-se erros, falhas, deficiências e
OM> vulnerabilidades no projeto, no controle e na fiscalização do mesmo, que
OM> podem levar nossa democracia a se desmoronar, queimando seus heróis numa
OM> grande fogueira. 

OM> Seria este alerta uma mórbida tentativa de aviltar a honrosa memória dos
OM> nossos heróis de Alcântara, para promover a cizânia? O autor não pode impedir
OM> que julgem seus motivos, mas pode oferecê-los do seu íntimo. Este alerta se
OM> deve à novidade do "registro eletrônico do voto", com o qual o TSE, e seus
OM> acólitos-legisladores, pretendem desbancar as medidas fiscalizatórias em
OM> vigor, prestes a ir às derradeiras e sorrateiras votações no Congresso
OM> Nacional. 

OM> De que se trata? Tal novidade pretende trocar o atual boletim de urna,
OM> contendo o registro eletrônico dos totais de votos sufragados por candidato
OM> na sessão eleitoral, por uma lista embaralhada de registros individuais
OM> desses votos. Só que pelo mesmo software, desconhecido das potenciais vítimas
OM> de eventuais burlas nele inseríveis, e praticáveis, quer seja sobre os totais
OM> dantes somados, quer seja sobre a lista de votos que agora se pretende
OM> embaralhar e registrar, antes que ganhem, totais ou listas embaralhadas, a
OM> luz da vista alheia, com ou sem assinatura digital. 

OM> Fiscalização de eleição informatizada é dos maiores desafios do nosso tempo.
OM> Auditoria de software não é o conhecimento de programas gravados em CD e
OM> armazenados nalgum cofre do Judiciário, como dá a entender meia página de
OM> anúncio pago pela Microsoft no maior jornal de Brasília, em dias corridos da
OM> semana passada. É o conhecimento e a validação da totalidade do software
OM> realmente envolvido, direta ou indiretamente, no registro e na contagem de
OM> votos de uma eleição verdadeira, por quem de legítimo interesse. O que
OM> aconteceria se o software que está no cofre, e o que está nos computadores da
OM> eleição, não forem idênticos, como mostrou uma perícia no processo de
OM> anulação da eleição de 2000 em Camaçari, Bahia? 

OM> Na situação atual, nada. Nada se prova e nada ocorre, pois a Justiça
OM> Eleitoral -- que julga seus próprios atos -- os anuncia idênticos, e pronto.
OM> Na verdade algo sim, bastante sutil, ocorre. O anúncio é oferecido como se
OM> fosse o mistério da eucaristia pós-moderna. A palavra mágica é "tecnologia".
OM> Quem absorve pelos olhos, de uma tela de computador em Brasília, o código
OM> fonte que emanda de uma óstia-CD, precisa crer que este ato transmutará o
OM> código visto em programa que estará executando nas urnas e tribunais
OM> eleitorais espalhados pelo Brasil, para nos salvar de todo o mal eleiçoeiro,
OM> e nos abençoar com uma apuração quase instantânea. Enquanto diáconos e
OM> acólitos, junto com outros políticos de fino trato, em coro cantam amém.

OM> De que serve a esses fanáticos jurarem de pés juntos que o sistema é 100%
OM> seguro, a cada insersão de novos penduricalhos tecnológicos inauditáveis na
OM> urna, como agora querem com firmware importado para assinatura digital? Trata-
OM> se de uma medida cara que não garante lisura nenhuma a terceiros, e que, sob
OM> a perspectiva de riscos desses terceiros, apenas introduz mais um elemento
OM> obscuro, mais um canto onde "botões macetosos" podem ser acoitados,
OM> recontaminando todo o sistema com mais obscurantismo. E elevando as despesas,
OM> contrariamente à justificativa com que se pretende introduzir mais essa
OM> mágica modernosa, ao invés de diminuí-las. De que servem as juras? Simples.
OM> Servem para manter a fé dos crentes da seita do santo byte, e a 
OM> incredulidade -- ou a hipocrisia -- dos demais. 

OM> Destarte, não há razão para que a urna eletrônica continue recebendo o número
OM> do título de eleitor para liberar o mecanismo de votação, se o voto deve ser
OM> secreto. Desta forma, o sistema é capaz de identificar o meu, o seu, o nosso
OM> voto, para aqueles que manipulam suas entranhas, o corpo espiritual da santa
OM> urna. O voto secreto no Brasil, hoje, é mera ficção: nós o teremos na medida
OM> em que os controladores do sistema o permitirem, na intimidade e no mistério
OM> da sua discrição. 

OM> Os que decidem que o sistema deve ser assim são pessoas que não entendem de
OM> segurança computacional. São pessoas que poderiam, no mínimo, afirmar, a
OM> partir do bom senso que os levam a conhecer a natureza humana e a 
OM> informática, esta nos limites da sua competência até aqui demonstados, que o
OM> sistema, assim, é seguro contra fraudes externas apenas, e apenas para quem
OM> detém o seu controle (se houver fraude bem feita, interna ou externa, estará
OM> no arbítrio de quem controla o sistema desvelá-la: se mal feita, terá sido
OM> acidente). Em outras palavras, o sistema é seguro, sim, mas apenas para
OM> aqueles que assim afirmam, qualquer que seja o seu verdadeiro propósito. Eles
OM> não mentem, desde que continuem omitindo o complemento verbal das suas juras
OM> de segurança. 

OM> Para o eleitor o sistema é, claramente, 100% inseguro, pois os programas do
OM> sistema podem ser ligeiramente alterados para "eleger" desde vereadores até o
OM> próprio presidente, com tais desvios podendo ser introduzidos por uma única
OM> pessoa, com acesso e conhecimento privilegiados e no devido momento,
OM> independente do espetáculo místico-midiático onde algum software é mostrado
OM> aos partidos sessenta dias antes da eleição, em meio a holofotes e câmeras de
OM> TV, à guisa de se "permitir a auditoria". 

OM> Iniciativas visando tornar arriscado o acesso furtivo que introduz burlas no
OM> software, para quem o acesso capaz de modificar software se justifica, ao
OM> contrário de iniciativas visando tornar obscuro os acessos justificados, para
OM> quem se prejudicaria com burlas no software, é o que falta para se ter um
OM> mínimo de "segurança do eleitor". O TSE jamais aceitou convites para debater
OM> tecnica e publicamente a segurança do sistema, pois sabe das suas 
OM> inseguranças internas. Nenhum estudo isento e independente sobre sua alegada
OM> confiabilidade, sem subjetivismos, foi feito até hoje. 

OM> O próprio estudo de um grupo da Unicamp (pago pelo TSE), parcial e pleno de
OM> ressalvas, recomendou vários procedimentos como condição para se estabelecer
OM> níveis recomendados de segurança para o processo, omitidos na propaganda
OM> sobre as maravilhas da urna, e agora defenestrados pelo projeto do senador
OM> Azeredo, caracterizando verdadeiro engodo a sua invocação em juras de
OM> segurança. Se o sistema algum dia cair sob o controle de pessoas desonestas,
OM> estas poderão eleger quem desejarem, e políticos interessados saberão onde e
OM> como sua eleição poderia ser garantida. 

OM> Doutra feita, confiar apenas nas pesquisas eleitorais é perigoso, pois
OM> sabemos que pesquisas podem, também, ser manipuladas. Os registros dos
OM> métodos de pesquisa no TSE, por exemplo, revelam que estas são "auto-
OM> ponderadas". Auto-absolvição? Além disso, se as diferenças entre candidatos
OM> for mesmo pequena, as pesquisas nada representam para efeito de validação de
OM> resultados. Confiar nas pesquisas como única salvaguarda, como pregou o
OM> diácono FHC ao declarar que "a mídia é quem fiscaliza as eleições", incitando
OM> a Justiça à desobediência ao artigo 66 da lei 9604/97 (então em vigor),
OM> apenas eleva o custo, e com ele as barreiras de entrada ao negócio, do
OM> ilícito através de possíveis e eventuais burlas no software eleitoral. E
OM> finalmente, se o risco de exposição de eventuais burlas for pequeno, este
OM> fato atrairá a cobiça de ambições fundas e escrúpulos rasos ao controle do
OM> sistema. 

OM> Não existe sistema informatizado imune a fraudes. A proteção possível será
OM> através da combinação equilibrada de salvaguardas técnicas, transparência e
OM> auditabilidade onde necessárias, contemplando suficientes direitos àqueles
OM> que possam ser prejudicados pelas possibilidades de burlas invisíveis,
OM> constituindo-se esses na sua cidadania. No caso em tela, os direitos dos
OM> candidatos e do eleitor. Mas esses direitos estão sendo pisoteados a
OM> achincalhados por quem, na posição de administrador dos mesmos, se faz de
OM> desentendido das tais possibilidades, enquanto posa de vestal. 

OM> São os mesmos que, no poder, não reconhecem, ou desdenham, as forças sociais
OM> que fizeram eclodir a revolução francesa, a revolução de 1930, e o movimento
OM> global contra a erosão do Direito provocada pelo fundamentalismo de mercado,
OM> dogma que prega o predomínio global do poder do capital como bem supremo.
OM> Este poder tem por missão, impessoal e instintiva, a destruição do conceito
OM> de bem público, e como bem público se pode classificar os direitos de
OM> cidadania. O fundamentalismo de mercado tenta transmutar os direitos de
OM> cidadania, nascidos da revolução francesa, em mecanismos legais de premiação,
OM> direta ou indireta, da avareza humana. 

OM> "Nenhum sistema é mais fiscalizado do que o nosso sistema eleitoral
OM> informatizado", proclamou, antes da eleição de 2002, como "prova" da total
OM> segurança e lisura do dito, uma autoridade eleitoral, das que reagem
OM> agressivamente a qualquer crítica ou à mera insinuação de inconsistência,
OM> como se fossem heresias. Pode ser que sim. Mas é verdade mais certa, e esta
OM> bem mais significativa, que nenhum sistema é mais mal fiscalizado, apesar do
OM> que diga a seita do santo byte. 

OM> Até aqui, a fiscalização desse sistema vem se constituindo em mero espetáculo
OM> lúdico, ou um ritual místico sem nenhuma eficácia ancorável na ciência da
OM> computação. Por mais pomposo que seja o espetáculo, ou por mais credulidade
OM> que inspire o rito, são, de qualquer forma, absolutamente incompatível com os
OM> valores em jogo, mesmo numa sociedade que mede seus valores pelo próprio
OM> espetáculo ou pelo vigor dos seus mitos. O episódio da sessão paralela de
OM> cinema, promovido por um privilegiado fiscal de partido em 9 de agosto, co-
OM> extensivo e concomitante ao ato final da "cerimônia de auditoria" do sistema,
OM> dois meses antes do primeiro turno de 2002, bem o ilustra. E as ilustrações
OM> não para por aí. 

OM> Segundo a diretoria técnica da empresa vencedora da correspondente licitação,
OM> o TSE teria especificado, para a eleição de 2002, para uma experiência
OM> voluntária "de teste" com a medida fiscalizatória do voto impresso, que as
OM> impressoras fossem fornecidas com um selo de lacre sobre a greta por onde os
OM> votos seriam ejetados. E que o TSE teria se esquecido de avisar aos técnicos
OM> que teriam que lacrar o saco de coleta de votos à impressora montada na urna,
OM> na montagem da "experiência", para que antes retirassem o selo de lacre da
OM> greta. Esqueceu-se. Resultado, conforme relatório que o TSE elaborou e enviou
OM> ao congresso, por iniciativa própria, sobre a tal experiência 
OM> voluntária: "Alta porcentagem de falhas", sem maiores explicações.

OM> O TSE licitou mais de 70 mil dessas impressoras, montou cerca de 50 mil delas
OM> em urnas eletrônicas, e distribuiu vinte e poucas mil nas sessões eleitorais
OM> escolhidas para a experiência. Essas sessões também tiveram, em sua maioria e
OM> em média, cadastros de eleitores inchados. Coincidência. O TSE também
OM> programou essas urnas para requererem um clique a mais no botão "Confirma",
OM> ou esperar três minutos antes de liberar o voto para o próximo eleitor. Mas
OM> esqueceu-se de avisar, através de sua milionária campanha educativa, aos
OM> eleitores "premiados" com o direito de ver seu voto insculpido em meio
OM> indelével, da necessidade desse segundo clique. Esqueceu-se. Resultado, no
OM> tal relatório: "Longas filas e eleitores confusos", sem maiores explicações.

OM> E finalmente, o tal relatório declara: a experiência mostrou que tal
OM> medida "nada acrescenta à segurança do sistema". Resta perceber que
OM> acrescentaria se pudesse ser usada. Por exemplo, na útima eleição do DF,
OM> totalmente "premiada" com a tal experiência, vencida por pequena margem e
OM> contestada no seu resultado eletrônico. Mas quem teve dúvidas sobre o
OM> resultado, contestou e solicitou a recontagem dos votos impressos junto ao
OM> tribunal regional, teve seu pedido negado por unanimidade "para não atingir a
OM> credibilidade das eleições". Afinal, era apenas um teste! 

OM> Até falsos boatos teriam sido injetados, em círculos políticos não premiados,
OM> dando conta de que tal medida fiscalizatória é perigosa pois o eleitor
OM> poderia, com ela, vender seu voto. Como seria isso possível, se ninguém pode
OM> ver votos alheios impressos, mesmo contestando no tribunal o resultado da
OM> eleição?  Vade retro! 

OM> Tampouco é verdade o que noticiou o telejornal da Record de 13/09, de que a
OM> impressão voto terá que ocorrer em todas as urnas, já na eleição de 2004, se
OM> a lei eleitoral em vigor não for revogada. Durante sua aprovação em 2001, o
OM> TSE fez lobby para incluir na lei dispositivo que lhe faculta escolher o
OM> ritmo em que tal medida viria a ser inplementada. O TSE, querendo, poderá,
OM> sem ferir a lei atualmente em vigor e com o mesmo orçamento da eleição de
OM> 2002, fazer a impressão dos votos nas mesmas sessões eleitorais "premiadas"
OM> naquela ocasião. Mas o TSE quer algo mais. 

OM> Quer, agora, justificando-se com este relatório, defenestrar as medidas
OM> fiscalizatórias estabelecidas autonomamente e a duras penas pela legislatura
OM> anterior, que, assustada com as repercussões do escândalo no painel do
OM> senado, enfrentou e venceu o mesmo lobby. Venceu mas não levou. E o eleitor,
OM> em vez de cobrar seus direitos, até agora vem dando a impressão de preferir
OM> aceitar passivamente, junto com a grande mídia, o papel de tolo nesse jogo
OM> infeliz, organizado por quem se propõe a "testar voluntariamente" medidas
OM> fiscalizatórias dos seus próprios atos, realizado através de uma triste e
OM> vergonhosa execração pública, como se democracia fosse sinônimo de
OM> conveniência. 

OM> Seria fruto de uma paranóia conspiracionista este alerta? Pode ser que sim.
OM> Mas se o for, será nisso mais honrado e saudável do que a vassalagem crédula
OM> ou interesseira, e do que a ingenuidade medrosa ou hipócrita. Pelo menos para
OM> a dignidade e, quiçá, para o futuro daqueles conceitos pelos quais ainda se
OM> luta. Conquistados com muito sangue por nossos antepassados, em carnificinas
OM> que precederam o período das luzes, das quais nasceram, como dignos gêmeos, a
OM> Cidadania e o Estado Democrático de Direito, e cujos ecos reverberaram na
OM> nossa revolução de 1930. 

OM> Todo jurista, juiz, advogado ou policial investigador sabe que a 
OM> possibilidade de ocorrência de fraude é inversamente proporcional ao risco de
OM> punição do infrator, da severidade e da extensão desta punição. Enquanto, em
OM> sistemas informatizados, o bloqueio à efetiva auditabilidade externa equivale
OM> à garantia da impunidade para quem o controla. Sendo a parte sobre a qual o
OM> cientista da computação tem vantagem de aprendizado em relação aos operadores
OM> do Direito, tal equivalência se faz motivo deste alerta. 

OM> Equivalência que pode ser resumida na constatação de que sistemas 
OM> informatizados sensíveis se tornam propensos à fraude, por parte daqueles que
OM> o controlam, na medida direta das dificuldades para sua auditoria externa e
OM> das vantagens que tais ilícitos oferecem. Desnecessário dizer mais sobre
OM> ambos, no caso. O que pretendem, então, aqueles que fingem em público
OM> desconhecer essa lei social do mundo hodierno, investidos que foram de amplos
OM> poderes para proteger a sociedade contra, dentre outros, os seus efeitos?

OM> Este alerta não é uma acusação, por parte de um irresponsável que não tem
OM> provas, da ocorrência de fraudes eleitorais. É uma acusação, por parte de
OM> quem representa a sociedade civil no órgão de Estado que regula a segurança
OM> na informatização dos seus processos, do cerceamento do direito de se obter
OM> tais provas, caso fraudes eleitorais ocorram. Mais precisamente, caso as mais
OM> fáceis formas de fraude ocorram. As provas deste cerceamento estão em
OM> projetos de leis, em processos e atas do Judiciário e do Legilativo, em
OM> resumo compiladas e referidas em dezenas de artigos espalhados por vários
OM> portais na internet, inclusive no site do autor. Examina-as, entende-as e
OM> valida-as quem quiser. 

OM> A Justiça Eleitoral quer vestir a si mesma com um véu de imaculada,
OM> sacrossanta e infalível confiabilidade, através da anulação do direito das
OM> partes interessadas fiscalizarem o processo eleitoral, à guisa da sua auto-
OM> proclamada necessidade de informatizar o processo com "contenção de gastos"
OM> e "mais modernidade". Quer anular esses direitos, depois de boicotá-los,
OM> promovendo, através de um estranho lobby conduzido pessoalmente por seus mais
OM> altos representantes, a substituição do artigo 66 da lei eleitoral em vigor
OM> (lei 9.504/97) e da medida fiscalizatória do voto impresso, por mais um jogo
OM> de espelhinhos e protinholas digitais furtivas. 

OM> Mais um balangandã de penduricalhos teconológicos inauditáveis dentro da
OM> urna, acoplado a uma linguagem capciosa dentro da lei, transformando o
OM> sistema eleitoral brasileiro em exemplo lapidar do tipo de caixa-preta contra
OM> o qual nos alerta o presidente da República. Para se ter idéia, o tal projeto
OM> foi originalmente encaminado pelo senador Azeredo com dispositivo que ditava,
OM> aos operadores do Direito, ser a assinatura digital inauditável no registro
OM> eletrônico de votos "para impedir o questionamento do período de votação".

OM> Doutra feita, não entendemos como juristas e legisladores que se fazem
OM> ilustres, aparentando acreditarem no que falam, ilocucionam vacuidades com
OM> tamanha convicção, em áreas que não dominam, áreas alheias ao seu campo de
OM> atuação, desdenhando o cerceamento aqui denunciado. Ou, pior, quando, pelo
OM> perfil profissional, deveriam dominar. Não entendemos como a grande mídia
OM> valoriza tais ilocuções, como se a segurança computacional de sistemas
OM> informáticos públicos fosse assunto de fé religiosa, ou de foro ínitmo sobre
OM> gosto individual ou ética atribuída a palpites do que seja modernidade.

OM> Em particular, às ilocuções de quem propôs a extinção da medida de auditoria
OM> via voto impresso, através do referido e famigerado projeto de lei, aprovado
OM> no Senado sem que os senadores ouvissem ninguém a respeito de fora do TSE, e
OM> depois enviado à Câmara, que tampouco se dispõe a ouvir quem quer que seja
OM> fora do TSE. Os fanáticos do santo byte acusam seus críticos de "lobbistas",
OM> e seus argumentos de "politizados", para descartá-los. 

OM> Descartada, doutra feita, a possibilidade de má fé, essas ilustres e
OM> poderosos senhores demonstram, ultimamente em debate nas respectivas
OM> comissões de Constituição e Justiça, completa ignorância do assunto, aliada a
OM> um acerbo conforto com a mesma, real ou fingida, argumentando sem entender
OM> daquilo que se propõe e se discute, valendo-se de argumentos que, repetidos
OM> de terceiros e fora de contexto, constituem falácias a se propagar em
OM> professões de cega fé que seriam cômicas, se não fossem trágicas. Trágicas
OM> porque não se pode distinguir a ingênua fé no santo byte, da preformance
OM> cênica interesseira misturada à sua romaria. 

OM> Por que agem assim a maioria dos nossos legisladores? Por que se esforçam
OM> tanto em nos convencer que a mera mudança do registro do voto de papel para
OM> bytes transforma aqueles que projetam, operam e controlam o sistema em seres
OM> angelicais? Estariam tendo visões alucinatórias, depois de alguma beberagem
OM> pelos ouvidos? 
OM> No dia 17 de Setembro a Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos
OM> Deputados acordou da cantilena dos fanáticos. Deliberou e votou por enviar
OM> requerimento à mesa da casa, solicitando que lhe seja permitido dar parecer
OM> sobre o referido projeto, antes de sua submissão ao plenário. 

OM> Elementos do mais alto escalão do Poder Judiciário vêm pressionando deputados
OM> e senadores para que aceitem, sem questionar, disparetes do jaez contido no
OM> projeto encaminhado por Azeredo, através de lobby cerrado, tons de desafio
OM> implícito, barganhas obscuras e insubstanciadas, imiscuindo-se na autonomia
OM> do Poder Legislativo, a pretexto de protegerem o sistema eleitoral
OM> contra "hackers", "despesas excessivas" e "velharias". A maioria dos
OM> pressionados diz amém, sagrando-se diáconos desta estranha seita do santo
OM> byte. 

OM> Por que o TSE não presta contas das despesas com a execução, "ofercida"
OM> através de seu sistema, de eleições na Argentina e na República Dominicana,
OM> antes de execrar, por seus "altos custos", as medidas fiscalizatórias
OM> conquistadas a duras penas pela legislatura anterior? Quem paga por tal
OM> generosidade, enquanto aqui se engalfinham muitos de seus atores, empenhados
OM> em contribuir para estrangular, até à medula, o erário na manutenção dos seus
OM> privilégios por tempo indefinido? 

OM> Por que altos magistrados pressionam o Poder Legislativo para que não seja
OM> promovida nenhuma audiência pública sobre tal projeto obscurantista, nem
OM> mesmo para que especialistas em segurança computacional sejam ouvidos,
OM> enquanto outros supremos magistrados acusam o presidente da República de
OM> imiscuir-se na autonomia do Poder Judiciário, com seu alerta sobre caixa-
OM> preta? 

OM> Dois pesos e duas medidas se reserva, assim, o Poder cujo símbolo seria o da
OM> escala única para administração da Justiça, expresso na figura duma balança
OM> auscultada por mão guiada por olhos vendados, até em estátua frente ao STF.
OM> Ao cobrir-se com véu de suposta imaculada e sacrossanta retidão, a Justiça
OM> Eleitoral se faz cega, e também surda, não mais à influência de interesses
OM> alheios sobre aquilo que lhe cabe judicar, mas ao nexo causal que guardam
OM> entre si a possiblidade de fraude e o risco de punição para o fraudador.

OM> Nexo que, no mundo capitalista, tem força de lei equivalente à da gravidade
OM> no mundo material, razão do alerta presidencial: fraudes ocorrem em proporção
OM> direta não só à facilidade da sua execução e ao valor que representam para o
OM> fraudador, mas também à dificuldade de se produzir provas da sua autoria. É
OM> como se marchassem esses ilustres senhores, lépidos e faceiros, ouvidos bem
OM> tapados rumo a um abismo, julgando-se assaz espertos por entenderem
OM> as "regras do jogo". Poder usa quem tem. 

OM> Ao promoverem intenso lobby a favor de legislação obscurantista, que destrói
OM> o direito de potenciais vítimas produzirem provas de eventuais ocorrências de
OM> fraude nas formas mais facilmente perpetráveis através do sistema eleitoral
OM> em uso, alguns supremos magistrados não só afrontam a autonomia do Poder
OM> Legislativo, mas o fazem com superlativo agravante: o desrespeito à memória
OM> cívica de recentes e vergonhosos episódios, como o do painel do senado e o da
OM> inexplicada votação negativa de Lula no primeiro turno. Ao mesmo tempo em que
OM> desafiam o presidente da República em sua orientação, como líder supremo da
OM> nação, para que se dê cabo de injustificadas opacidades no Poder Judiciário.

OM> O escândalo do painel do senado trouxe à tona, justamente, um mecanismo de
OM> fraude para quem controla o sistema poder fraudar sem ser incomodado.
OM> O "botão macetoso" teria sido encomendado, segundo a empresa fornecedora do
OM> sistema, pelo próprio senado, como parte nova (e oculta) do processo, para
OM> que funcionários da casa pudessem votar em deliberações senatoriais, em nome
OM> de senadores ausentes. Note-se que, para o público, dizia-se desse sistema
OM> haver sido projetado para impedir a ação de senadores "pianistas", que vez
OM> por outra votavam, sorrateiros mas sob o risco de flagrante por câmeras
OM> atentas, em nome de colegas ausentes. 

OM> Quem, na sociedade, estava atento, aprendeu do episódio uma boa lição da era
OM> digital. Uma lição sobre o papel da eficácia fiscalizatória como nó górdio
OM> daquilo em que nela se trasforma a cidadania. A expectativa de certos
OM> senadores, de que o sistema do painel de votação de sua casa nunca viesse a
OM> ser externamente auditado, desfez-se com a cizânia provocada por uma escalada
OM> na luta interna entre dois caciques, expondo com isso, à sociedade, a
OM> dimensão dos riscos a que nos expomos ao aceitarmos sistemas informatizados
OM> inauditáveis, como intermediários no controle do nosso destino coletivo.

OM> Ao fazerem lobby sobre o Legislativo para que nosso sistema eleitoral se
OM> transforme de vez, de fato e de direito, em modelar caixa-preta, autoridades
OM> do Poder Judiciário afrontam sobejamente não apenas a autoridade máxima da
OM> República, desafiando sua orientação de líder supremo da nação, para que
OM> nossa sociedade evite os perigos desta perniciosa forma de obscurantismo pós-
OM> moderno. Insultam também a inteligência do cidadão comum, apostando na sua
OM> incapacidade de aprender lições de cidadania que a História ministra.

OM> Como as lições do painel do senado, da votação negativa atribuída, por essa
OM> mesma caixa-preta, ao candidato Lula no primeiro turno em 2002, dos
OM> vergonhosos espetáculos da execração pública de uma medida fiscalizatória
OM> antes mesmo que vigisse, encenado pelo próprio fiscalizado, e da capacidade
OM> articuladora dos seus membros em defesa de particulares e mesquinhos
OM> interesses entrelaçados ao poder que representam, exibida durante a
OM> negociação da reforma da Previdência. 

OM> Afrontam os aprendizes da História na expectativa de que suas vozes sejam
OM> caladas, muitas vezes rotulando-as de retrógradas, paranóicas e 
OM> conspiracionistas. Na esperança de que a sociedade brasileira venha a aceitar
OM> passivamente a silhueta que pretendem desenhar sobre a instituição que
OM> representam, cobrindo-a com precário véu de imaculada e sacrossanta retitude,
OM> precário pois seu significado está sendo tecido com o fio de uma 
OM> indisfarçável inflação de autoridade. 

OM> Mas nem todo cidadão está disposto a confundir esta silhueta com o papel
OM> desenhado para o Poder Judiciário enquanto Janus, judicador e custodiante do
OM> processo eleitoral, em nossa Carta Magna. Nem todo cidadão está disposto a se
OM> calar diante desses abusos. O parlamentar que mereceu o nosso voto, merece
OM> também saber da nossa opinião e perplexidade a respeito. Os que se curvarem,
OM> entrarão para a História por uma outra porta, como entraram por distintas
OM> portas os que se enfrentaram na revolução de 1930. Quanto mais se muda, mais
OM> igual tudo fica. O discurso da modernidade é disfarce: o que eram livros de
OM> votação antes de 30, são hoje softwares. O futuro nos espera. 



OM> ------------------------------------------------------------------------------
OM> --

OM> v.4 15/09/03 (primeira v. publicada) Consultor Jurídico, 
OM> http://conjur.uol.com.br/textos/21595 
OM> v.5 16/09/03 título: Seita do Santo Byte 
OM> v.6 19/09/03 Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara pede para examinar
OM> projeto. 
OM> O autor: ATC PhD em Matemática Aplicada pela Universidade de Berkeley,
OM> Professor de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB),
OM> coordenador do programa de Extensão Universitária em Criptografia e Segurança
OM> na Inoformática da UnB, representante da sociedade civil no Comitê Gestor da
OM> Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira. 
 


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OM> autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
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OM> O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
OM> eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
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Grande abraço,

Roger Chadel

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