Milhares de pessoas saíram às ruas pela segunda vez, orquestradas pela oposição, principalmente pelo bloco Movimento Nacional de Oposição, cujo o líder é Mikhail Saakashvili. Foram protestos pacíficos, que impressionaram pela organização, força e números de participantes, cerca de 10 mil. E eles prometem um outro prostesto para esta próxima sexta-feira. Líderes da oposição na Geórgia exigem que o presidente Chevarnadze seja levado ao tribunal, caso ele não demita os responsáveis por fraudes na apuração que, segundo eles, estariam ocorrendo e, por isso mesmo, demorando com os resultados finais da apuração. Segundo os primeiros resultados parciais, depois de apurados 60% dos votos, de acordo com fontes oficiais, a coalizão governamental estaria com 2% de votos na frente da oposição.

Durante as impressionantes manifestações de rua, o líder da oposição, Mikhail Saakashvili, não deixou dúvidas sobre a sua determinação quando falou à multidão nas ruas: "eu gostaria de informar ao presidente que ninguém está do seu lado. O povo está aqui e a oposição também". Depois, ele complementou ainda com um desafio: "quem está do lado de lá? Apenas o presidente e 400 cães". Ele quer que os governadores, acusados de terem cometido fraudes nessas eleições, peçam demissão e que os resultados naqueles distritos sejam invalidados. Se isto não ocorrer dentro de 24 horas, afirmou Saakashvili, então o presidente Chevarnadze deve ser levado a julgamento por crimes contra o povo da Geórgia.

Os Estados Unidos, assistindo a tudo com muita cautela e interesse, preferiram emitir um comentário aparentemente neutro, através do departamento de Estado, com as seguintes palavras: "fraudes em eleições negam os direitos dos cidadãos da Geórgia de exercer o seu direito de voto, segundo a Constituição do país". Mesmo apesar da simpatia da diplomacia norte-americana para com o presidente Chevarnadze, o mais pró-ocidental de todos os políticos daqueles países do Cáucaso, nada pode ser feito. Quem terá que desenrolar o problema e arrumar uma solução para o país é mesmo Eduard Chevarnadze - qualquer passo em falso, pode significar o fim de sua carreira política.

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