O TSE sempre argumenta que a impressão é um retrocesso. Para ser coerente, deveria acabar com a impressora interna, sujeita aos mesmos custos e defeitos que a externa. Parece-me que deveríamos ajudar o TSE a acabar com estas velharias: com isso, o problema apontado pelo Pedro (apenas 600 urnas, de 1153, imprimiram a zerézima em Brasília). Se não existisse a impressora, não haveria zerézima, e não teria havido este despropósito. Outra queixa de muitos fiscais: certos mesários se recusam a entregar uma cópia do boletim de urna. Sem a impressora, não haveria boletim de urna, e ninguém pediria uma via! Além do que, prá que imprimir um boletim de urna (este retrocesso!) se a urna é infalível? Estes fiscais não sabem que não há necessidade de se conferir? Esse pessoal incrédulo é um pé no saco! Afinal o grande irmão, ops, o ministro do TSE já não garantiu que a urna é infalível, que os resultados são corretíssimos?
A respeito de [VotoEletronico] O rei está nu, em 08/12/2003, 19:48, [EMAIL PROTECTED] escreveu: psn> O rei está nu psn> 07.12.2003 | Em 2004 os brasileiros vão digitar o número psn> de seus candidatos na urna eletrônica pela quinta vez. E, mais psn> uma vez, o pleito será a prova de recontagens. Segundo o Tribunal psn> Superior Eleitoral, o eleitor não tem o que temer: com base em psn> análise da Unicamp que os técnicos carregam qual troféu, o psn> sistema foi declarado infalível. É mérito de exclusividade psn> tupinambá, o primeiro sistema digital infalível jamais produzido. psn> Noutras partes do mundo, tal coisa não há. psn> Aliás, também não existe no Brasil. Veja-se o caso das psn> últimas eleições no Distrito Federal. Segundo um relatório psn> confidencial que analisou os números do TSE, em 1.153 urnas psn> distribuídas por Brasília e cidades satélites, apenas 600 psn> emitiram a zerésima de seção. Agora, o que diz o próprio TSE a psn> respeito de segurança: "Após as 7h30, o presidente da mesa psn> comanda a emissão da zerésima que se destina a comprovar que a psn> urna não contém qualquer voto". Trocando em miúdos, ninguém sabe psn> se metade das urnas no DF estavam zeradas no dia do Segundo psn> Turno, em 2002. psn> Em outubro deste ano, ao aprovar a nova Lei Eleitoral, o psn> Congresso Nacional sepultou a oportunidade de ligar uma psn> impressora a cada urna. Seria a contraprova. O eleitor digita psn> seus votos, a máquina cospe-lhe às mãos um papel. Ele confere se psn> está tudo certo e deposita o folheto numa urna daquelas antigas. psn> Se há dúvidas posteriormente a respeito dos resultados de uma psn> seção, zona, cidade ou mesmo estado, reconta-se. A soma dos psn> papéis tem de ser igual ao resultado do computador. Se não for, psn> há um problema. psn> O argumento de quem é contra a impressão segue dois psn> caminhos. Um, o custo. Segundo contas do TSE, as impressoras psn> sairiam por 300 milhões de reais à Justiça Eleitoral. Ninguém psn> refez as contas para conferir se está certo. De qualquer forma, o psn> argumento é ineficaz. O objetivo da democracia não é ser psn> econômica, é representar a vontade da população. psn> Outro argumento é que o papel seria um retrocesso. A psn> apuração eletrônica é rápida e ágil, em horas sabe-se o psn> resultado. Quem gosta desta linha retórica cita o fiasco das psn> eleições norte-americanas na Flórida. Independentemente das psn> falhas de lá, a minuciosa recontagem, a troca de liminares psn> judiciais e a longa espera de mais dum mês são um exercício psn> cívico, não um atraso. Representam a obsessão por ter o resultado psn> correto, não o rápido. Justamente porque a totalização eletrônica psn> dos votos é mais ágil, devia-se aproveitar o tempo entre a psn> proclamação do vencedor e sua diplomação para que quaisquer psn> dúvidas fossem eliminadas. psn> Voltando-se ao caso de Brasília e adjacências: Joaquim psn> Roriz (PMDB) foi reeleito governador por uma diferença de 12.623 psn> votos – 1,24% dos eleitores – contra Geraldo Magela (PT). Mas psn> veja-se o que as próprias urnas eletrônicas dizem: de todas elas, psn> apenas 145 consideraram que os Boletins de Urna que produziram psn> estavam irretocáveis. Só 121 autotestes foram concluídos com psn> sucesso. Todos esses testes que as maquinetas fazem em si mesmas psn> são oficiais e servem para eliminar dúvidas. Se num universo de psn> mais de mil urnas só 145 dizem que produziram boletins psn> escorreitos, o que resta são mais que dúvidas, são problemas. O psn> Distrito Federal carecia de recontagem. Mas o próprio TSE, embora psn> tivesse os dados brutos, não chegou a produzir um relatório psn> minucioso sobre os resultados. Apressou-se, isto sim, para dar um psn> total rápido. Quem analisa os mesmos números, agora, se apavora. psn> Mas a versão oficial é que o sistema é a prova de falhas – psn> é digital. É computador, moderníssimo. Os parlamentares se psn> convenceram disso em outubro, quando aprovaram a emenda à psn> legislação eleitoral proposta pelo senador Eduardo Azeredo psn> (PSDB). Ela institui o uso de assinatura eletrônica, que não psn> deixa de ser um avanço, mas foge da questão da contraprova psn> impressa. No fim, o que querem dizer é que o povo deve confiar na psn> boa fé de quem está envolvido no processo. Mas, e as palavras são psn> de um dos mais importantes economistas do mundo, Paul Krugman, psn> "não há nada de paranóico em sugerir que quem opera política, se psn> tiver a oportunidade, pode usar truques sujos". Em sua coluna no psn> “New York Times” da última terça-feira, Krugman dissertava psn> justamente sobre a importância do voto impresso. psn> O próprio autor da lei, senador Eduardo Azeredo, não tem lá psn> passado dos mais irrepreensíveis. Elegeu-se governador de Minas psn> em 1994 entornando uma quantidade fora do comum de dinheiro nos psn> dois últimos meses de campanha. Terminou o mandato com os psn> direitos políticos cassados por um par de anos pela Justiça psn> Eleitoral. Inelegível pelo crime de abuso de poder econômico. psn> Só que o Brasil é moderno, tem fé pública a máquina psn> digital. Se em outubro nos livramos da cédula impressa, lá onde psn> os computadores pessoais foram inventados fez-se o contrário. Em psn> novembro agora, o Estado da Califórnia decidiu que às urnas psn> eletrônicas devem-se incluir impressoras. Eleição sem recontagem psn> possível, eles crêem, não é democrática. A Califórnia está psn> quebrada, falida pela má gestão pública. Mas, "conforme o estado psn> progride com nova tecnologia, todos os californianos precisam ter psn> certeza de que cada voto depositado é um voto contado", explicou psn> o secretário de Governo Kevin Shelley. psn> É uma certeza que os eleitores do Distrito Federal não psn> tiveram em 2002 – e de volta à análise dos números do TSE: os psn> técnicos encontraram 5.440 votos confirmados que não foram psn> computados no final. Muita coisa pode explicar este sumiço. psn> Computadores estão sujeitos a erros – e erram muito. Resolver uma psn> eleição não é problema elementar. psn> O rei está nu. Desde 1996, criou-se um ambiente em torno da psn> urna eletrônica no qual quem discute suas falhas é taxado de psn> ludita. A eleição digital é um avanço, mas a eliminação do psn> direito de recontagem é um retrocesso. O processo democrático não psn> devia depender de aceitar-se de boa fé que honestos são todos os psn> envolvidos – até porque o passado recente mostra fraude psn> acontecendo sempre que possível. psn> Ninguém que trabalhe com segurança digital tem coragem de psn> dizer de cara limpa que qualquer sistema é a prova de falhas. Ou psn> roubo. psn> [EMAIL PROTECTED] psn> ______________________________________________________________ psn> O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu psn> autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao psn> representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E psn> O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas psn> eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos psn> sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. psn> __________________________________________________ psn> Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico psn> http://www.votoseguro.org psn> __________________________________________________ -- Grande abraço, Roger Chadel -------- //// Delenda est TSE |---//---| | / | Quem garante que seu voto vai para seu candidato? |--------| www.votoseguro.org -------- Extraido de minha coleção de taglines: Qualquer idiota é capaz de pintar um quadro. Mas só um gênio é capaz de vendê-lo. /"\ \ / Campanha da fita ASCII - contra mail html X ASCII ribbon campaign - against html mail / \ ______________________________________________________________ O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________