Recuperar a imagem do Judiciário junto à população gaúcha,
lutar contra a proposta de reforma do Poder que deve começar a tramitar em
Brasília no próximo ano e fortalecer a atuação do juiz de 1º grau, que
está no interior do Estado. Estas são as principais metas do desembargador
Carlos Rafael dos Santos Júnior, eleito ontem, por apenas 12 votos de
diferença, para a presidência da Associação dos Juízes do Rio Grande do
Sul (Ajuris) para o biênio 2004-2005. Segundo Carlos Rafael, os gaúchos
precisam saber que existe uma campanha de “enxovalhamento” do Judiciário,
com a intenção de macular a imagem dos magistrados diante dos brasileiros.
Ele citou como exemplo a Operação Anaconda, que teria como principal
objetivo incentivar o apoio à reforma - a qual “só serviria para piorar o
serviço prestado à população”. O novo dirigente, de 46 anos e que
atualmente é vice-presidente administrativo da Ajuris, afirmou ainda que o
Tribunal de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal
Federal têm estrutura suficiente para o atendimento da demanda, mas o
mesmo não ocorre na primeira instância, principalmente no interior do Rio
Grande do Sul. “Precisamos dar uma melhor estrutura nesta instância”,
diz. A disputa com Túlio de Oliveira Martins, da chapa “Participação e
Independência”, foi acirrada. Carlos Rafael, da chapa “Valorização”
recebeu 500 votos contra 488 do concorrente. Ele substituirá José Aquino
Flôres de Camargo e assumirá no dia 3 de fevereiro. Ontem, na sede da
Ajuris e no Palácio da Justiça, na Capital, os eleitores tiveram a
oportunidade de voltar em urna eletrônica. Mas o movimento foi baixo, já
que mais de 70% do eleitorado já tinha votado em cédulas de papel - entre
os dias 1 e 5. No total foram 555 votantes do Interior e 561 em Porto
Alegre. |