Olá,

Vejam em:
http://www.theregister.co.uk/content/6/35381.html

O Pentágono decidiu abandonar definitivamente o seu projeto experimental de voto eletrônico pela Internet (voto-I), que seria utilizado nas eleições deste ano para colher o voto de mais de 6 milhões de eleitores, depois de ter recebido um relatório de um grupo de estudo especialmente criado para avaliar a confiabilidade do sistema.

O relatório e mais informações podem ser vistas em:
http://www.servesecurityreport.org/
http://www.theregister.co.uk/content/6/35078.html

O Grupo de Estudo concluiu que a Internet como é hoje em dia, não oferece condições mínimas de confiabilidade para basear eleições eletrônicas. A decição foi de encerrar o projeto (e não tentar "melhorá-lo") e aguardar a criação no futuro de novas estruturas e condições de segurança efetiva em redes de computador.

Apesar do estudo não ser um estudo específico sobre as máquinas de votar eletrônicas sem comprovante do voto (voto-E) também esta tecnologia foi criticada como insegura pelos autores do relatório.

Comparar o que vem acontecendo nos EUA com o Brasil, em relação a questão do Voto-E e do Voto-I, é muito instrutivo.

Lá, os responsáveis pela legislação eleitoral, os responsáveis pela execução do processo eleitoral e os responsáveis pelo julgamento dos processos são sempre entidades diferentes, caracterizando a tripartição de poderes, essencial à democracia moderna.

Como consequência disto, avaliações independentes e isentas tem sido feitas e IMEDIATAMENTE DIVULGADAS, como os relatórios do MIT/CALTECH, o do Califórnia Electoral Task Force, o dos técnicos da Johns Hopkins University e agora este relatório do Pentágono. Ainda, como consequência natural da independência dos poderes, os sistemas eletrônicos de votação (pela Internet ou não) que não permitem a conferência externa da apuração têm sido sistematicamente banidos. Os Estados da Califórnia, de Michigam e de Nevada já proibiram máquinas de votar sem voto impresso conferido pelo eleitor e outros Estados e até o Congresso Nacional estão no mesmo caminho. Agora é o próprio Pentagono que decidiu abandonar o voto pela Internet.

No Brasil, caminhamos no sentido inverso. O TSE, que acumula os três poderes no processo eleitoral num só órgão e num grupo fechado de pessoas, pratica o obscurantismo e dificulta qualquer avaliação independente e a divulgação dos relatórios sobre seu sistema de votar com máquinas que não permitem a conferencia da apuração. A imprensa, a comunidade acadêmica em geral e toda a sociedade brasileira ficam desinformadas e não vêm o risco que as sujeitam. Um sistema eleitoral cuja apuração não pode ser conferida.

Os relatórios técnicos, que apontam falhas e fraquezas no sistema eleitoral informatizado do TSE utilizado em 2002, feito pelos professores do COPPE/UFRJ (para o PT) e pelos professores da UFMG e da UFSC (para a SBC) tem sido MANTIDOS SECRETOS por interferência direta do grupo de pessoas que controlam o voto-E dentro do TSE.

O relatório dos professores da Unicamp (não é um relatório da UNICAMP como entidade) sobre o sistema de 2000 foi todo manipulado por ação direta do TSE que interferiu no contrato que o Senado fazia com a UNICAMP, eliminando os quesitos apresentados pela Subcomissão do Voto-E do Senado e impedindo o acompanhamento da perícia pelos assistentes técnicos independentes que o Senado chegou a nomear mas não puderam trabalhar. (existem provas materiais desta interferência do TSE no contrato do Senado com a Unicamp)

Em outras palavras, no Brasil, em máteria eleitoral, não existe a tripartição de poderes, provocando distorções e vícios no processo eleitoral que ficam evidentes para qualquer pessoa de boa índole que se dispuzer a analisar a questão com isenção e sem pressão (como a que os juizes do TSE exercem sobre os legisladores, demonstrada em www.votoseguro.org/textos/PLazeredo.htm ), resultando daí que viveremos a absurda situação de ter uma eleição eletrônica em 2004 cuja apuração não poderá ser conferida por ninguém e a grande maioria dos eleitores nem se dá conta disso !!!
[ ]s
Eng. Amilcar Brunazo Filho - Santos, SP
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Nos currais eleitorais o coronel entregava o voto fechado num
envelope ao eleitor desavisado para que o depositasse na urna.
Quando alguem pedia para saber qual era o voto, o coronel dizia:


"Você está querendo me comprometer?
  Não sabe que o voto é secreto?"

Conheça em:
http://www.votoseguro.org/textos/PLazeredo.htm
a nova Lei do Voto Virtual às Cegas que proibe você de saber o
conteúdo do próprio voto e lhe insere no curral eleitoral Brasil

Você vai continuar quieto?

Não fique, assine o Manifesto pelo Voto Seguro em:
http://www.votoseguro.com/alertaprofessores

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O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
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