Eng Amilcar Brunazo Filho,
 
congratulações pela sua paciência e admirável tolerância,  virtudes raras nos dias atuais. 
Pararabéns!
Permaneça assim e o país ganhará. 
A presença de opositores "civilizados" contribui.
Aquele fraternal abraço
Ademar Castelani
 
De: [EMAIL PROTECTED]
Para: "Mozart Hasse" [EMAIL PROTECTED]
Cópia: [EMAIL PROTECTED],"Vitor" [EMAIL PROTECTED]
Data: Mon, 24 May 2004 06:08:31 -0300
Assunto: [VotoEletronico] Concluindo
   
> Mozart,
> Vou comentar a suas sugestões.
> Minha respostas seguem após as suas colocações.
>
> Amilcar Brunazo Filho wrote:
> > > Por exemplo, o que se poderia fazer para que um eleitor mediano (que não
> >conhece informática, não conhece eu e não conhece você) possa ter certeza
> >que seu voto foi gravado na memória da urna corretamente depois que digitou a
> >tecla CONFIRMA?
>
> At 20:56 23/05/04, Mozart wrote:
> >Através de auditoria estilo "caixa-preta": pega-se uma das urnas da
> >eleição (escolhida depois da carga pelos partidos), simula-se alguns votos
> >nela como se fosse de fato dia da eleição, e aí verifica-se o que foi
> >gravado no boletim de urna e no disquete.
> >Totalizou direitinho, não há do que reclamar. Totalizou errado, cabeças rolam.
> >Para os perfeccionistas, pode-se romper os lacres e verificar a
> >integridade de arquivo por arquivo, para evitar o ataque de programas
> >estilo stealth (que escondem a própria presença).
> >Filma-se, assinam-se dúzias de papéis e declarações, colhem-se assinaturas
> >das testemunhas e publica-se nos quatro cantos do mundo. Pronto, eleição,
> >limpa, eficiente e confiável demonstrada sem nenhuma merda de impressora
> >de voto para atrasar a divulgação do resultado.
> >Se quiser fiscalizar a totalização, avisa-se o TSE depois da totalização
> >final para que ele estorne os votos das urnas de mentirinha.
> >Se tem algum jeito de burlar o sistema usando esta metodologia, por favor
> >me indique claramente onde seria.
>
> Mozart, este processo de votação simulada no dia da eleição em urnas já
> preparadas, que voce sugere, já existe por imposição de lei e chama-se
> Votação Paralela. Foi introduzido na Lei 9.504 (art. 66, parag. 6) pelo
> substitutivo do Sen. Tuma ao projeto de lei do Sen. Requião aprovado em
> 2002. Os assessores técnicos do Tuma, que incluiram este artigo na lei
> foram justamente o Walter Del Picchia e Eu! O pai da idéia foi o Moacir
> Casagrande do PT. Eu e o Del Picchia acatamos a idéia e incluimos no
> projeto de lei.
> Por aí, você já pode ver que quando você vinha com o milho eu já estava
> voltando com a pipoca!
> A regulamentação da lei (definir os detalhes dos procedimentos a serem
> realizados) cabe ao legislativo eleitoral, ou seja, ao TSE. A execução do
> teste cabe ao executivo eleitoral, ou seja, ao TSE. E o julgamento das
> eventuais problemas surgidos cabe ao judiciário eleitoral, ou seja, ao TSE.
> Assim, em 2002, o TSE regulamentou a Votação Paralela com regras que
> tornaram o teste inócuo, veja:
>
> 1- amostragem insignificante (apenas 54 urnas-e sorteadas dentre 400
> mil) - motivo: alto custo do teste. O PT (fiscal "independente") entrou
> com petição ao fiscalizado para que extendesse o teste para no mínimo 360
> urnas-e. A essência da petição foi negada, permitiram apenas que 300 urnas
> a mais fossem sorteadas antes da eleição para ficarem guardadas e usadas em
> possíveis testes DEPOIS das eleições. (teste depois das eleições é inútil,
> por isto a petição deve ser considerada negada);
>
> 2- O rito de votação inclui procedimentos complexos, com impressão de cada
> voto simulado ANTES de ser digitado nas urnas, cantar o voto 3 vezes,
> permitir aos fiscais ver a digitação (lenta), filmagens de todo o processo
> por 3 câmaras de vídeo, etc. Com isto, cada voto simulado demorava 5
> minutos conforme medições que voluntários do Voto-e fizeram em quatro
> Estados, o que resultou numa quantidade de votos simulados inferior a 140
> votos e numa taxa de abstenção média superior a 60%. A taxa de abstenção
> REAL média das eleições de 2002 foi de 17%. O PDT (mais um fiscal
> "independente") entrou com petições ao fiscalizado, seis meses antes das
> eleições, para que o rito fosse simplificado, alertando para este problema
> da taxa de abstenção fora do real. Petição negada pelo fiscalizado!
>
> Assim, bastava que o fraudador preparasse as urnas para só trocar votos a
> partir do 160º voto inserido que o teste seria burlado, dando um falso
> positivo enquanto nas seções eleitorais a votação seria fraudada.
>
> E não me venha com aquele argumento falso de que isso não importa porque se
> o programa fosse adulterado seria pego por outros processos (assinatura
> digital). O teste de Votação paralela foi criado justamente para se
> verificar se os programas foram adulterados, porque esta é uma
> possibilidade real, e é pura falácia dizer que não importa o teste poder
> ser burlado já que o programa não pode ser adulterado!
>
> Em 2002, o PDT do Rio impugnou o teste realizado por causa deste problema
> que tornava o teste inútil. A Justiça Eleitoral argumentou que o réu (o
> executor do teste, ou seja, ela própria) cumprira a lei (que ela própria
> escrevera) e recusou a impugnação, deixando claro que a o mérito da
> questão, se o teste era válido ou inútil, simplesmente não interessava!
>
> Para este ano de 2004, o TSE editou a Resolução 21.720 com pequenas
> melhorias (amostragem um pouquinho maior e rito um pouquinho mais ligeiro)
> mas acho que o resultado apresentará os mesmos problemas
>
> > > Ou ainda, como o Registro Digital do Voto, que foi criado por lei para a
> >próxima eleição e que eu afirmo que ressucitou o voto-de-cabresto, pode ser
> >usado para dar mais segurança ao eleitor?
> >
> >No mínimo adiciona redundância para evitar perda de dados por falhas de
> >hardware. Comparar o boletim de urna com o que tem nele pode ser uma
> >ferramenta adicional de checagem de integridade.
>
> Para verificação de integridade não serve. O programa que adulterar o BU em
> tempo real, pode perfeitamente adulterar os registros digitais do voto. A
> verificação estaria comparando documento falso contra outro documento falso!
>
> A única utilidade do Registro Digital do Voto, como sugeriu o Sen. Azeredo,
> seria permitir estudos, pós-eleições, da composição do voto, porém o TSE,
> rejeitando mais uma petição do PDT, não regulamentou a lei sobre como
> estes dados serão disponibilizados e o termo "Registro Digital do Voto"
> simplesmente não parece em NENHUMA das resoluções do TSE deste ano!
>
> O Secr. de Informática do TSE argumenta que nas seções eleitorais onde
> quebrar as urnas-e e não houver substituição (em torno de 0,5%) não haverá
> como disponibilzar os Registros Digitais então o TSE não deveria dispor o
> resto! Pode?
>
> > > (não se esqueça de incluir em suas sugestões, como conseguir que o TSE as
> >adote)
> >
> >Propor de forma civilizada citando prós e contras, comparando com a
> >situação atual,
> >SEM SENSACIONALISMO. Não assino nem sei quem assina, então não posso garantir.
>
> O que você chama de "forma civilizada"?
> A lei que conseguimos aprovar no Congresso foi derrubada depois de forte (e
> anti-ético) lobby do TSE, a emendas que preparamos à nova lei foram
> impedidas de ser apresentadas pelos parlamentares que nos apoiavam e as
> petições (mais que razoáveis) que preparamos aos partidos políticos são
> seguidamente rejeitadas.
>
> Os recursos que foram utilizados para derrubar a lei do voto impresso, como
> impedir a apresentação de emendas por parlamentares, a pressão de juízes
> sobre seus réus, adulteração dos registros eletrônicos do processo e
> aceitação de documentos fora de prazo com data falsa (tudo devidamente
> explicado na página do Voto-E) pode ser considerado "forma civilizada"?
>
> E o poder do TSE (o fiscalizado) rejeitar as petições dos partidos (os
> fiscais) é sensato e civilizado?
>
> > > Só não aceito o princípio do obscurantismo (manter informações
> >secretas) como fórmula para confiabilidade eleitoral.
> >
> >Desculpe, permanecemos discordando sobre este ponto. A forma como a urna
> >funciona me força a tolerar este princípio neste caso. Sim, é uma honrosa
> >exceção.
>
> Não vou nem responder.
> Eleição nacional com apuração secreta! Só na cabeça de ...
>
> >Atenciosamente,
> >Mozart Hasse
>
>
> [ ]s
> Eng. Amilcar Brunazo Filho - Santos, SP
>
> Em Defesa da Cidadania
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> eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
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