Maneschy,
por favor forneça os endereços dos 2 artigos do Eliakim de Araújo sobre o
Caso Proconsult, para que eu possa colocar um atalho para eles na página do
Jornal do Voto-e.
Procurei estes artigos no Globo e não encontrei.

O mesmo pedido vale para o Paulo Gustavo, sobre o artigo do Paulo Amorim

--
[ ]s
Amilcar Brunazo Filho


--------- Mensagem Original --------
De: [EMAIL PROTECTED]
Para: [EMAIL PROTECTED]
<[EMAIL PROTECTED]>
Assunto: [VotoEletronico] Proconsult II
Data: 28/06/04 00:03

>
>
>
>
> RESPOSTA À TV GLOBO
>
> Publicada em: 27/06/2004
>
>
> Ao contrário do Diretor-Executivo de Jornalismo da TV Globo, que leu com
> “desalento” meu artigo &quot;Globo se rende a Brizola&quot;, li sua
&quot;Resposta a Eliakim&quot;
> (publicada em www.comunique-se.com.br) com satisfação, pois, apesar de
longas
> e minuciosas explicações e da alegada “pesquisa em documentos”, o texto de
> Kamel acabou por confirmar na prática tudo que afirmei baseado em jornais
e
> revistas da época, em minha memória e no meu testemunho, que pode ser
> ratificado por dezenas de profissionais que estavam na Globo e na Rádio JB
nos
> idos de 1982.
>
> Na ânsia de defender o indefensável, Kamel acabou enredando-se numa teia
de
> datas e informações para tentar justificar as falhas no sistema de
apuração da
> TV Globo e da Proconsult, empresa contratada pelo TRE para informatizar a
> apuração. A divulgação dos resultados com atraso provocaram reações
indignadas
> de Leonel Brizola e dos pedetistas, que suspeitaram do envolvimento da
> emissora numa tentativa de fraude na contagem de votos. Todo esse
&quot;imbroglio&quot;,
> que se convencionou chamar Escândalo Proconsult, nunca foi devidadamente
> esclarecido e creio que nunca o será. Somente uma rigorosa investigação
poderá
> determinar se houve ou não a tentativa de fraude e a quem interessaria
mudar o
> resultado da vontade popular nas urnas em benefício do candidato apoiado
pelo
> regime militar.
>
> Para que o leitor julgue o que de fato aconteceu, recorro ao texto de
defesa
> da Globo, da lavra do próprio Ali Kamel. É ele quem aponta algumas
> irregularidades ocorridas na apuração dos votos em 1982. Transcrevo suas
palavras:
>
> 1. “O Globo desenvolveu um sistema próprio, sem qualquer vinculação com
> Proconsult. Estávamos ainda na pré-história da informática. Esse esquema
> revelou-se de pouca valia para a TV Globo, pois ela só tinha informação
fresca
> uma vez ao dia, e bem tarde. O esquema poderia funcionar para um jornal
> impresso, mas estaria fadado a dar errado para uma emissora de televisão”.
>
> 2. “A Rádio Jornal do Brasil, montou esquema mais modesto e, por isso,
mais
> ágil. Com um detalhe: em vez de anotar os votos em cada candidato a
vereador,
> em cada candidato a deputado estadual, em cada candidato a deputado
federal,
> em cada candidato a senador e em cada candidato a governador, de cada
partido,
> o estagiário se concentrava apenas nos votos dados aos candidatos a
senador e
> governador. E repassava os dados por telefone público. Como se tratava de
uma
> rádio “all news”, tinha-se a necessidade de dados o tempo todo. Para isso,
foi
> montado um esquema que permitia totalizações freqüentes”.
>
> 3. “No dia 17 de novembro, já era patente que algo ia errado com a
apuração
> dos votos. O ritmo era lento, os votos contados eram em sua maioria do
> interior e Moreira Franco aparecia, na contagem oficial, à frente de
Brizola”.
>
> 4. “No terceiro dia da apuração, no dia 18 de novembro, Leonel Brizola
> convocou a imprensa internacional para uma entrevista. Em vez de responder
aos
> repórteres, bem ao seu estilo Brizola começou a entrevista fazendo uma
> pergunta: “Os senhores não acham estranho que no terceiro dia de apuração
só
> haja 200 urnas apuradas”? Depois, Brizola se disse “apreensivo, preocupado
e
> angustiado em relação à possibilidade de fraude na apuração”. E afirmou:
“Só a
> fraude ameaça a nossa vitória”. E criticou o trabalho das Organizações
Globo,
> dizendo que ao divulgar números diferentes de outros veículos de
comunicação,
> ajudava a criar um ambiente favorável à fraude” (as aspas estão do texto
de
> Kamel).
>
> 5. “No dia 24 de novembro, o Senador Saturnino Braga, da tribuna do
Senado,
> fez um discurso acusando a Proconsult de tentar fraudar as eleições, com o
> apoio das Organizações Globo. No dia seguinte, Iran Frejat, que era o
> responsável pelos trabalhos de apuração do Globo, tendo sido o responsável
> pelo modelo de cobertura e pela central de computadores do jornal,
escreveu
> uma carta aberta a Saturnino, rebatendo as acusações”.
>
> 6. “No dia 27 de novembro, o Jornal do Brasil denunciou que, juntamente
com a
> Rádio Jornal do Brasil, havia sofrido pressões da Proconsult, por meio de
seu
> vice-presidente, Arcádio Vieira, para mudar os resultados que vinha
> divulgando. O JB informou que recusara oferta de Arcádio para que usasse
os
> números da Proconsult e que demitira seu gerente de Métodos e Sistemas,
Tadeu
> Lanes, que se mostrara receptivo aos argumentos do executivo da
Proconsult”.
>
> 7. “O TRE, no mesmo dia, pediu abertura de inquérito na Polícia Federal e
> aprovou a realização de uma auditoria técnica na Proconsult. Dois dias
depois,
> a divulgação de boletins do TRE sobre as eleições no Rio foi suspensa.No
dia
> sete de janeiro de 1983, a Polícia Federal divulgou suas conclusões sobre
o
> inquérito da Proconsult. No relatório, está dito que “a Proconsult não
> praticou fraudes na computação dos votos”, cometendo apenas “pequenas
falhas”
> (as aspas são do texto de Kamel).
>
> Repito: os trechos acima transcritos ipsis litteris foram todos tirados do
> relatório do diretor de jornalismo da Globo. São a prova cabal das muitas
> irregularidades que macularam o processo eleitoral de 1982. É claro que
não
> houve a fraude, que foi abortada a tempo pela reação de Brizola e de seus
> eleitores. Mas o próprio Kamel admite que houve a tentativa, como se pode
> deduzir de sua conclusão:
>
> “Se a Proconsult é inocente ou não, infelizmente ninguém pode dizer com
> certeza. Eu desconfio que os indícios apontem para a tentativa de fraude.
Se o
> esquema de totalização de votos do Globo se mostrou ineficiente, as
manchetes
> do jornal dando a vitória a Brizola e o acolhimento irrestrito e imediato,
> pela Globo, em horário nobre, das denúncias de Brizola foram um antídoto
> contra a fraude”.
>
> Creio que nada mais é preciso dizer sobre o sistema de apuração montado
pela
> TV Globo e pela Proconsult. As informações arroladas pelo próprio diretor
da
> Globo são auto-explicativas. Para encerrar o assunto Eleições 82, gostaria
> apenas de transcrever trecho do artigo Proconsult - um caso exemplar, de
> autoria de Procópio Mineiro, então chefe de jornalismo da Rádio Jornal do
Brasil:
>
> “No finalzinho da noite desse primeiro dia, recebi o primeiro de uma série
> cada vez mais tempestuosa de telefonemas, que se estenderiam por mais seis
> dias, do responsável pela Proconsult, Arcádio Vieira. Como matemático,
> analisava minha apuração e concluia que a vitória final seria de Moreira
> Franco por &quot;uns 60 mil votos&quot;. Os argumentos, porém, eram pouco
matemáticos:
> falavam na elevada proporção de votos que seriam (seriam!) anulados na
> conferência final antes da entrada dos dados no computador. Ou seja, os
mapas
> procedentes das juntas apuradoras iriam ser alterados, porque os pobres
> (eleitores do Brizola) não teriam competência para preencher com correção
a
> cédula, muito complexa, pois a eleição envolvia também a escolha de
senadores,
> deputados estaduais e federais, prefeitos e vereadores. Somado tudo, daria
> vantagem de 60 mil votos para o candidato do regime militar.
>
> Basicamente foi esta a cantilena do homem da Proconsult nos infalíveis
> telefonemas, que chegaram às ameaças nos últimos contatos. Foi uma semana
> tumultuada: de um lado nós, da Rádio JB, com os números somados dos mapas
do
> próprio TRE dando vitória a Brizola; do outro, a Proconsult, com seu
dirigente
> falante, e o Sistema Globo, afirmando a vitória do Moreira, com o suporte
> bombástico da televisão.
>
> A Rádio JB dera um flagrante inesperado: revelara os números reais - o
> pronunciamento da maioria do povo - antes que a combinação dos &quot;60
mil&quot; se
> materializasse. No final da semana, enquanto Brizola se anunciava vencedor
com
> base nos números da Rádio JB, o Sistema Globo recompunha seus números,
> aproximando-os da verdade. Um mês depois, imerso em crise, o TRE
apresentou
> seus números: eram os nossos com diferenças de milésimos”. (publicado no
site
> www.votoseguro.org)
>
> Era o que eu tinha a dizer sobre a resposta do diretor de jornalismo da TV
> Globo ao meu artigo “Globo se rende a Brizola”. Espero ter contribuído
para
> aclarar assunto tão nebuloso. Deixo que os leitores a analisem as
informações
> e, se possível, tirem uma conclusão
>
> Quanto ao favorecimento da Globo ao então candidato Collor, fiquei sabendo
> pela resposta de Kamel que não foi só um Globo Repórter a alavancar a
> candidatura Collor em 89. Kamel informa que foram dois: um em abril de 87
e o
> outro em setembro do mesmo ano. Em ambos o tema era Os marajás do
> Funcionalismo Público e em ambos Collor ganhou espaço suficiente para
expor
> suas “idéias moralizantes” (grifo meu) que eram seu mote de campanha. Como
> Kamel não era funcionário da emissora naquela época, seria de suma
importância
> que ele investigasse qual a orientação editorial que o editor-chefe desses
> programas recebeu da direção das Organizações Globo. É ingênuo acreditar
que
> tais programas ofereciam uma visão geral do funcionalismo em vários
estados.
> Em televisão, pode-se perfeitamente passar a mensagem que se deseja em
poucos
> minutos, mesmo que o programa tenha uma hora. A Globo sabe disso muito
bem.
>
> O que não ficou claro nas explicações de Kamel é se a Globo se pautava
pela
> Veja, ou vice-versa. Mas o que pode-se inferir é que as duas empresas de
> comunicação estavam de mãos dadas no mesmo projeto de levantar o tema da
caça
> aos marajás, exatamente a bandeira de Collor. Coicidência, não?
>
> Agradeço a gentil atenção do Diretor-Executivo de Jornalismo da Globo e
devo
> dizer-lhe, por derradeiro, que a minha memória e o meu testemunho pessoal
> valem mais do que mil fitas e documentos que - quem trabalha em televisão
sabe
> disso muito bem - podem ser editadas ou exibidos apenas parcialmente e de
> acordo com os nossos interesses. PS. Peço desculpas aos meus leitores
> tradicionais pelo tamanho da coluna de hoje. Tive que alongar-me pelo
excesso
> de informações recebidas da TV Globo. Da minha parte, considero o assunto
> encerrado e não pretendo voltar a ele seja qual for a postura da emissora.
> Sobre o autor: Foi noticiarista da Radio Jornal do Brasil, Âncora dos
Jornais
> da Globo, da Manchete e do SBT. Ancorou o primeiro canal internacional de
> notícias em língua portuguesa. Vive em Miami, onde tem uma produtora de
> jornalismo e publicidade.
>
> Assine o manifesto pela segurança
> e transparência do voto eletrônico em:
> http://www.votoseguro.com/alertaprofessores
>
>
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> Esta mensagem foi verificada pelo sistema de antivírus e
>  acredita-se estar livre de perigo.
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> O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
> autor, conforme identificado no campo &quot;remetente&quot;, e nao
> representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E
>
> O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas
> eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos
> sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas.
> __________________________________________________
> Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico
>         http://www.votoseguro.org
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O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu
autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao
representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E

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