Acho que haviam pedido a integra do artigo.
Vale esclarecer que eles dao acesso a qq um, basta se cadastrar,
nao precisa ser assinante do globo, nem da globo.com (por enquanto).

Benjamin Azevedo

[EMAIL PROTECTED] wrote:
O Globo On Line
Data : Quarta-feira, 28 de julho de 2004

64
Rio, 28 de março de 2004 Versão impressa
A ascensão de um negociador no ABC

Soraya Aggege

Entre maio de 1978 e o fim de 1979, no fervilhar das greves do ABC paulista, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve uma série de encontros secretos com representantes do governo militar e da indústria. Os diálogos, a maioria travada madrugadas afora, na discrição de chácaras, apartamentos e hotéis, tinham como objetivo aplacar radicalismos, negociar melhorias trabalhistas e evitar repressão. Eram secretos para evitar a linha dura dos militares, temida pelo general Golbery do Couto e Silva, e a imprensa.

— Em 1978, 1979, a ditadura queria transformar Lula num porta-voz para a abertura negociada. Mas depois os setores progressistas da Igreja o convenceram e ele aceitou a esquerda para formar o PT e se afastou dos militares — conta Paulo Vidal Neto, uma espécie de padrinho de Lula em sua primeira fase no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e amigo do governador Paulo Egydio Martins.

Amigo e atual assessor de Lula no Planalto, Frei Betto, que havia sido preso por militar na ALN (Ação Libertadora Nacional), diz que era avesso a esses encontros de Lula com o regime.

— Por causa dos encontros, havia um setor da direita que achava que Lula faria o papel de Lech Walesa (líder metalúrgico do Solidariedade) na Polônia. E outro, da esquerda, que achava que ele trabalhava para o SNI. Na verdade, a luta dele contra a ditadura era secundária. Foi feita contra a política econômica da ditadura — afirma Frei Betto.

O Dops catalogara mais de cem fichas sobre Lula desde 1969, mas naquele tempo ele não era levado a sério pelo regime. Em 1978, a vigilância se torna constante. O movimento sindical espanta os militares. Eram cem mil, 200 mil pessoas nas greves e assembléias. Lula ganha importância.

<<inline: 1x1.gif>>

<<inline: 1x1.gif>>

Reply via email to