Quarta, 15 de setembro de 2004.
Especialistas apontam problemasUrna segura, só no
papel. O trocadilho serve para ilustrar com precisão o que
pensam os especialistas em eleição eletrônica no Brasil. O
principal alvo das críticas é a falta da confirmação impressa
do voto – uma espécie de cédula que deveria ser emitida no
momento do voto e, logo em seguida, depositada numa urna
comum. Contendo todos os dados sobre o candidato escolhido, a
cédula serviria como prova numa eventual recontagem de votos
por suspeita de erros e fraudes, e também para o trabalho dos
auditores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um dos maiores estudiosos do assunto, o engenheiro paulista
Amílcar Brunazo Filho defendeu – em artigo anexado ao projeto
Segurança no processo eleitoral brasileiro, do
ex-senador Roberto Requião –, que outra falha é a falta de
pessoal para fiscalizar a carga, o teste e o lacre de todas as
urnas habilitadas. Na maioria dos casos, a verificação é feita
pelos cartórios eleitorais.
Outro problema é a segurança dos dados armazenados nas
urnas. Por ser acessível a quem manipula os disquetes, a
informação pode ser adulterada.
Os especialistas alertam para a falta de testes e
certificados de validade dos softwares, como constataram
professores da Fundação Copetec, da UFRJ, que analisaram as
eleições de 2002.(João Antônio Barros)
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