Resposta ao comunicado (reproduzido abaixo) do TRE-RJ. Solicito redistribuir esta resposta à imprensa. -------------------------
O TRE-RJ mais uma vez recorre a desinformação para iludir a opinião pública a respeito da eficácia do Teste de Votação Paralela, que apresenta como "uma demonstração da lisura do processo". 1) o teste não foi "determinado pela Justiça Eleitoral", como afirmado, e sim é determinado por lei. Coube a Justiça Eleitoral regulamentá-lo e, ao assim proceder, estabeleceu regulamentação que tornou o teste ineficaz. 2) A função original do teste de votação paralela, antes de ser deturpado pela regulamentação do TSE, era verificar por meio de uma votação simulada em condições idênticas a uma votação comum, se os programas de votação e apuração das urnas eletrônicas não haviam sido trocados. Posso afirmar que este era o objetivo da lei porque fui eu mesmo que redigi o artigo para incluí-lo no susbstituivo do Sen Tuma, que veio a ser aprovado e tornado lei. 3)A regulamentação do TSE tornou o teste ineficaz por dois motivos: a) determinou uma amostragem insignificante (2 urnas testadas em cada estado); e b) estabeleceu procedimentos que provocaram uma taxa de abstenção simulada superior a 60% em todas as urans testadas em todo o Brasil. Esta taxa de abstenção simulada, completamente fora do real (em 2002 a taxa real de abstenção foi de 17%) tornou-se um indicador de que a urnas estava sob teste permitindo que um programa devidamente adulterado descobrisse estar sob teste e abortasse a fraude provoando um FALSO POSITIVO no teste. 4) Por este motivo, de natureza técnica, o Teste de Votação Paralela do TRE-RJ, no primeiro turno de 2002, foi impugnado pelo PDT. 5) No processo desta impugnação a Justiça Eleitoral comparecia como normatizadora do teste (legislativo), executora do teste (executivo), ré da impugnação e julgadora da mesma impugnação onde era ré. No julgamento, a JE não rebateu o argumento técnico apresentado, acatando-o como justo, mas julgou improcedente a impugnação porque ela, JE, teria cumprido os termos regulamentados por ela própria. !! ?? 6) É muito importante notar que o TRE-RJ, em seu novo comunicado, esconde da opinião pública a argumentação técnica sobre a ineficácia do teste por ela regulamentado, uma vez que não tem argumentos para refutá-la, e, comportando-se como um "gerente de marketing' inescrupuloso, recorra à propaganda enganosa. [ ]s Amilcar Brunazo Filho - representante técnico do PDT junto ao TSE - redator do artigo de lei que instituiu o teste de Votação Paralela - autor da impugnação ao teste, não refutada, no TRE-RJ em 2002 --------- Mensagem Original -------- Data: 24/09/04 17:04 > site www.tre-rj.gov.br > em 23.9.2004 > > TRE do Rio garante transparência na segurança das urnas eletrônicas > > Após quatro dias, o processo de preparação das urnas transcorre sem problemas nos 26 Pólos Eleitorais. Mesmo assim, o TRE do Rio adotou medidas para aumentar a transparência em relação à segurança da votação eletrônica. As urnas passaram por uma auditoria ainda nos Pólos de carga, semelhante à votação paralela, prevista no artigo 79 da Resolução TSE n.º 20.997, e > realizada apenas no dia e horário oficiais da votação. Nos dois primeiros dias, 15 urnas foram auditadas, a pedido de fiscais dos partidos ou por iniciativa dos juízes. Ao final, ficou demonstrado que as urnas registraram corretamente os votos digitados. > > Outro procedimento adotado foi a conferência das assinaturas digitais dos programas pelos partidos políticos. Essas assinaturas garantem que os programas inseridos nas urnas correspondem àqueles verificados pelos partidos, em Brasília. Além disso, o secretário de informática do Tribunal, André Luís Araújo, vai fazer uma palestra para 150 delegados e agentes da Polícia Federal, sobre detalhes da segurança das urnas. A idéia é capacitar a Polícia Federal para atuar em ações preventivas e investigativas na repressão a fraudes eletrônicas. A palestra vai ocorrer às 9h, na sexta-feira, dia 24, na Escola Judiciária Eleitoral. > Estrela das eleições brasileiras desde 1996, a tecnologia da urna eletrônica eliminou uma cansativa etapa do processo eleitoral. A apuração manual dos votos, seguida do preenchimento dos extensos mapas eleitorais, sempre foi confusa, lenta e marcada por denúncias de fraude. Apesar dos avanços na agilidade e na moralização das eleições, a urna eletrônica passou a sofrer ataques de um segmento de políticos e técnicos de informática, que reclamavam da impossibilidade de recontagem dos votos. Para eles, isso deixaria as máquinas de votar sob suspeita. > > Por isso, em 2002, o Tribunal Superior Eleitoral determinou uma auditoria pública de verificação do funcionamento das urnas, por meio de uma votação paralela. Realizada com sucesso em todo o país, a auditoria comprovou a segurança do processo eletrônico de votação. A votação paralela ocorreu por amostragem em cada unidade da Federação, no mesmo dia e horário da votação oficial. Na véspera de eleição, no Rio de Janeiro, 29 urnas eletrônicas foram sorteadas, na presença de representantes de partidos políticos. > > Dessas urnas, quatro foram deslocadas para a sede do Tribunal, uma de seções eleitorais da capital e três do interior. As 25 urnas restantes foram retiradas dos locais de votação e guardadas nas zonas eleitorais. Os representantes do partidos simularam o voto pelo sistema tradicional, em cédula de papel. Depois os votos foram digitados nas quatro urnas selecionadas por sorteio. Cada passo do processo é filmado e transmitido em telões, para acompanhamento dos representantes e fiscais dos partidos. Ao final, a contagem dos votos manuais coincidiu com a totalização eletrônica, o que demonstra lisura no processo. ______________________________________________________________ O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________