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Urna eletrônica pode ter ajudado Bush na Flórida
Cox News Service - 19/11/2004
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/cox/2004/11/19/ult584u394.jhtm

Cox News Service 

19/11/2004
Urna eletrônica pode ter ajudado 
Bush na Flórida
Quatro anos depois, o sistema de votação do 
Estado é contestado

Mike Williams

Os moradores da Flórida 
que se sentem aliviados com o fato de a eleição presidencial 
ter transcorrido sem nenhum grande problema talvez precisem reavaliar 
essa crença, segundo pesquisadores especialistas em estatística 
da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Uma equipe do Centro 
de Pesquisas Analíticas da universidade analisou os resultados 
da Flórida e constatou a existência de "anomalias" em vários 
condados nitidamente democratas que usaram urnas eletrônicas. 
Nesses condados o presidente Bush recebeu mais votos do que o 
previsto pelo modelo estatístico dos pesquisadores. 

"Embora 
os resultados do estudo --caso sejam corretos-- não fossem capazes 
de reverter o resultado da eleição, eles funcionam como um alarme", 
afirma Michael Hout, diretor do centro, observando que as discrepâncias 
apontam para possíveis problemas com as máquinas de votação eletrônica.

"Nós 
convocamos membros do tribunal eleitoral para verificar se houve 
realmente um problema", acrescenta.

Os estudantes de Berkeley 
deram início ao estudo pouco depois da eleição de 2 de novembro, 
preocupados com a enxurrada de especulações na Internet segundo 
a quais problemas com o processo de votação, e até mesmo fraudes 
ostensivas, poderiam ter feito com que Bush fosse injustamente 
eleito, diz Hout.

Aplicando modelos estatísticos aos resultados 
eleitorais da Flórida, eles descobriram que Bush recebeu entre 
130 mil e 260 mil votos a mais do que o número previsto pelos 
modelos, com base na informação demográfica e no histórico de 
votações passadas.

O número surpreendente de votos em Bush 
foi mais notável nos condados de Broward, Miami-Dade e West Palm 
Beach, que são há muito tempo considerados redutos eleitorais 
democratas, e que também usaram urnas eletrônicas pela primeira 
vez em uma eleição nacional.

Bush venceu na Flórida por mais 
de 380 mil votos (num universo de aproximadamente 8 milhões de 
votantes). O grupo de Hout também examinou os resultados de Ohio, 
um outro Estado bastante disputado onde o resultado foi quase 
um empate, mas não descobriu discrepâncias. 

Na Flórida, os 
pesquisadores de Berkeley descobriram que seu modelo previu precisamente 
os padrões de votação em condados que usaram máquinas de escaneamento 
ótico, mas que vários dos condados que usaram as novas urnas 
eletrônicas exibiram "um padrão robusto de discrepância estatística", 
afirma Hout. 

A votação eletrônica tem sido atacada pelos 
críticos, que questionam a sua precisão. Nesta quinta-feira (18/11), 
o Projeto de Verificação da Eleição disse que a sua análise de 
problemas de âmbito nacional com anomalias nas máquinas revelou 
irregularidades em número suficiente para gerar preocupações 
quanto ao seu uso em futuras eleições. 

Membros de um grupo 
que representa os fabricantes de urnas eletrônicas, no entanto, 
defenderam as máquinas e disseram que o número limitado de problemas 
ocorridos em 2 de novembro é facilmente corrigível. 

A Flórida 
se tornou um centro de polêmica após a eleição presidencial de 
2000, quando problemas com as urnas que usam cartões perfurados 
geraram uma avalanche de processos na justiça eleitoral e um 
atraso de seis semanas para que se declarasse o vencedor.

Os 
legisladores da Flórida aprovaram novas leis eleitorais exigindo 
que os condados trocassem as máquinas de cartões perfurados por 
aquelas de tecnologia mais avançada.

No calor da eleição de 
2004, vários grupos foram à Justiça questionar as urnas eletrônicas 
adotadas por 15 dos mais populosos condados do Estado, argumentando 
que as máquinas poderiam estar sujeitas a violação, além de não 
deixarem registros em papel que poderiam ser usados em caso de 
recontagem de votos.

Os juízes, no entanto, concordaram com 
as autoridades estaduais que disseram que as máquinas foram usadas 
com sucesso em várias eleições. Hout diz que os problemas com 
as urnas eletrônicas da Flórida poderiam ser o resultado de defeitos 
de software ou sujeira nas telas eletrônicas, embora tenha deixado 
claro que o seu grupo realizou apenas estudos estatísticos e 
que outros especialistas deveriam procurar as causas precisas 
das anomalias.

"Somos apartidários", explica. "Não somos um 
comitê de ação política nem um lobby, e sim um grupo de pesquisadores 
que descobriu algo que, na nossa opinião, é importante". 

Tradução: 
Danilo Fonseca 

Paulo


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