Bom dia a todos.
Prof. Walter, entendo que o cerne da questão se encontra nos itens 3 e 4 de sua mensagem e que podemos resumir na singela pergunta:O que fazer?
Creio que o deslumbramento com o poder, afastou Lula de suas prioridades e dos compromissos assumidos com gerações; aí reside a responsabilidade daqueles que com mais "traquejo social" não pressionaram o Lula mostrando os perigos dos sucessivos convescotes e discursos, como se ainda estivesse em campanha.
É evidente que não concordo com o governo em boa parte, mas também não posso admitir que só haja desastre; os quadros são bons, capazes e têm experiência administrativa(Patrus, Cristovam, Lessa, Tarso) mas a CORTE(Gushiken, Palocci/Meirelles et caterva) isola o presidente, como o próprio Sarney, que nunca foi neófito, constatou quando era presidente da República:entre a sanção de um documento e a ação proposta decorria um tempo médio de 90(noventa) dias no Planalto.
Imaginem um governo que precisa ter cara de honesto, além de obviamente ser honesto?
Desculpe mas tenho dúvuidas em relação as pesquisas, pois têm a mesma má-formação congênita das estatísticas: mesmo com todos os métodos de Coorte e outros mais, sempre é possível as manipular e cá para nós, não causa certo estranhamento o "Jornal Nacional" falando de pesquisa do "DataFolha", não? 
É a isso que me refiro, quando falo de obscurantismo e da atuação conjunta das " podres elites" ou, parafraseando Caetano, "podres poderes".
Quanto a questão das fezes, a psicologia pode ter teorizado e interpretado, mas ao colega que propos "dar a descarga" devo dizer que só esse movimento, importante sem dúvida, não resolve a situação caso não desvendemos as possíveis causa da retenção ou não retenção fecal; senão os consultórios seriam grandes vasos sanitários e tudo estaria resolvido, aqui e no planeta e o que vemos é exatamente o contrário. 
Quanto ao "Lobo Mau", quem viveu viu, quem não viveu pode ter uma idéia ao "olhar" as manchetes da carnificina no Iraque e Afeganistão, claro sem esquecer Vietnã e Colômbia...............
Como alguns de nós sobrevivemos à 64/68, precisamos retomar o hábito de pesquisar na imprensa alternativa, como à época, para obter informações minimamente coerentes, já que a verdade.......bom, depende do jornal, do horário do telejornal, pois mesmo que seja na mesma emissora o "país" é tratado duma forma ou doutra e depende sobretudo da repeitabilidade e confiabilidade dos articulistas.
Como o assunto pode parecer um pouco fora do nosso tema, mas creio que nos diz respeito, pois foi um dos motes das intervenções externas realizadas aqui e na América Latina nas décadas de 60/70; portanto tomo a liberdade de anexar quatro arquivos, inclusive um de hoje 27.11.04 da Tribuna da Imprensa, aqui do Rio e os outros do noticário de 40 anos atrás.
Atenciosamente,
Maximus Santiago
Niterói.
 

22 anos depois, a trama contra Brizola

Roberto Marinho, Armando Nogueira, Roberto Irineu, autores da fraude, apoiados pela Proconsult

Provocado insensatamente, o jornalista Paulo Henrique Amorim resolveu contar, 22 anos depois, a verdadeira história do maior escândalo eleitoral do Brasil. E o caso que ficou conhecido como Proconsult. O objetivo do Paulo Henrique Amorim não era apenas refazer os fatos desse episódio, mas também desmontar o frágil e incrível "livro" comemorativo dos 35 anos do Jornal Nacional.

O jornalista contratou uma equipe de pesquisa para levantar todas as etapas da tentativa de fraude. Obteve 90 por cento do que pretendia. Só não conseguiu a fita do programa "Show das eleições", exibido pela televisão Globo em 1982. Maria Alice Fontes, gerente do Centro de Documentação, afirmou: "A fita solicitada não está em nosso acervo". Teria sido destruída?

Luiz Carlos Cabral, em seu depoimento de agora, sustenta: "A TV Globo e O Globo tentavam criar para Moreira Franco, um `clima de já ganhou'". Roberto Marinho deu ordens para apurar primeiro os votos do interior, onde Moreira Franco levava vantagem, e assim criar um ambiente de vitória antecipada. Afirmou: "Eu falei a Roberto Marinho que isso não adiantaria nada, apenas Moreira Franco sairia na frente. Quando os votos fossem atualizados, Brizola ganharia. Roberto Marinho ficou uma fera e começou a acusar a todos de incompetentes".

Os levantamentos e depoimentos obtidos por Paulo Henrique Amorim apontam irrevogavelmente para os principais culpados, que ele aponta diretamente e sem qualquer dúvida. Roberto Marinho, seu filho Roberto Irineu, Bonifacio Sobrinho (famoso como Boni), então diretor-geral da Rede, e Armando Nogueira, na época diretor de jornalismo. No Globo, o único acusado, responsabilizado e que comandou tudo no jornal é Evandro Carlos de Andrade.

Paulo Henrique Amorim, que durante 10 anos trabalhou no Jornal Nacional, conhece muito bem a Rede por dentro. E em 1982 era o editor-chefe do Jornal do Brasil. Se não fosse o Jornal do Brasil de 22 anos atrás, Brizola não tivesse tomado posse. Homero Icaza Sanches, o autor da denúncia, disse a Brizola: "O esquema TV Globo-Globo, SNI, Proconsult vai detoná-lo". Conhecida a denúncia, Homero teve briga feia com o Boni e foi demitido diretamente por Roberto Marinho.

O jornalista Paulo Henrique fez pesquisa impessoal e completa. Ouviu Cesar Maia (que na época não era nem de longe o aventureiro de hoje), recolheu o depoimento do jornalista Pedro do Coutto (contratado pelo JB para as projeções eleitorais - é um especialista), do procurador do Ministério Público, Celso Fernando Barros, do analista de sistema Glauco Prado Lima e do jornalista Pery Cotta, que na época estava na Rádio JB. Trabalho sem falhas e sem omissões.

Paulo Henrique faz uma revelação que terá grande repercussão: "Moreira Franco participou de todo o esquema, ao lado do banqueiro de bicho Castor de Andrade". O bicheiro foi sempre misteriosa presença na computação de votos. E sempre esteve muito perto de Roberto Marinho.

Ameaçado duramente por Roberto Marinho (que deixou claro que iria demiti-lo), Luiz Carlos Cabral respondeu: "Estou sendo leal, doutor Roberto. Não adianta manobrar a eleição, quando secarem os votos do interior Brizola ganha a eleição. E quem está comandando as projeções e apurações no JB é o Pedro do Coutto, que não pode ser enganado, já deve ter percebido tudo".

Sentindo que Roberto Marinho, Armando Nogueira e Roberto Irineu despencavam no abismo da própria mistificação, o Boni suspendeu o "Show da eleição". Roberto Irineu se jogou violentamente contra o Boni mas não conseguiu nada. Era filho do dono mas não tinha o menor prestígio. O ambiente, a tensão, o confronto entre Boni e Roberto Irineu começou bem antes. Boni foi contra a compra da TV Monte Carlo, defendida por Roberto Irineu. O prejuízo, na época, foi de 140 milhões de dólares. Roberto Irineu jamais esqueceu isso, e o doutor Roberto, um argentário, passou a tratar o filho com o maior desprezo.

A hostilidade Roberto Irineu-Boni chegou ao máximo quando o filho contratou Dona Marluce Dias ("o desastre Marluce", como é conhecido lá) e demitiu o Boni. Só que o Boni continuou sem fazer nada, mas ganhando a mesma fortuna de antes.

PS - Há tanta coisa para contar, depoimentos e pesquisas notáveis. De qualquer maneira, a partir de ontem tudo pode ser visto na internet.

 

Hanna: dilema para CB
"Enquanto centenas de parlamentares depositam suas esperanças na ação de uma CPI - para ver a descoberto as ligações do grupo Hanna Minning Co., truste internacional de minérios, com a Consultec (leia-se Roberto Campos, Otávio Bulhões, Mauro Thibau etc.), o presidente Castello Branco poderá decidir-se hoje, ao visitar o porto de Tubarão (oito quilômetros de Vitória), da Cia. Vale do Rio Doce, a negar ao grupo estrangeiro licença para exportar, com exclusividade, as riquezas minerais brasileiras".

Hanna: dilema para CB
"Enquanto centenas de parlamentares depositam suas esperanças na ação de uma CPI - para ver a descoberto as ligações do grupo Hanna Minning Co., truste internacional de minérios, com a Consultec (leia-se Roberto Campos, Otávio Bulhões, Mauro Thibau etc.), o presidente Castello Branco poderá decidir-se hoje, ao visitar o porto de Tubarão (oito quilômetros de Vitória), da Cia. Vale do Rio Doce, a negar ao grupo estrangeiro licença para exportar, com exclusividade, as riquezas minerais brasileiras".

Milan quer Garrincha

 

Ministro propõe venda do Brasil aos americanos

Manchete da TRIBUNA DA IMPRENSA de 25 de novembro de 1964

Campos leva ao CSN plano para liquidação do País

"(...) Vejamos a proposta que o ministro Roberto Campos (Planejamento) submeterá ao Conselho de Segurança Nacional, e `que é a negação completa de tudo o que ele vem afirmando diariamente, é a confirmação de tudo o que temos afirmado e reafirmado: não virá para o Brasil um só dólar. Todos os financiamentos serão dados para projetos específicos, desdobrados em prazos que vão de 4 a 8 anos, só para equipamentos comprados nos Estados Unidos'. Dólar, erva viva, nenhum um só tostão. Eis a proposta na forma que será levada ao CSN, textualmente. Se for essa a proposta, o Brasil fechará, e o pouco que resta das empresas brasileiras será entregue aos Estados Unidos. É uma promessa de venda e não uma operação de financiamento". /// Vejamos: 1 - O Banco Mundial dará ao Brasil, em 4 anos, US$ 76 milhões, em equipamentos, para projetos específicos; 2 - O governo americano, através da Aliança para o Progresso (AID), dará US$ 200 milhões, divididos em 6 anos, em equipamentos específicos; 3 - Se o FMI autorizar e der ao Brasil a famosa `luz-verde', o governo (americano), também em 6 anos, dará ao Brasil mais US$ 300 milhões, também em equipamentos e para financiamentos de projetos". (Fatos & Rumores).

 

 

 

Agripino contra Hanna
Parlamentares do Bloco da Resistência contra a multinacional Hanna Minning Co. pedirão, hoje, ao senador João Agripino para acompanhar o presidente Castello Branco em sua viagem ao Espírito Santo, a fim de explicar-lhe porque são contra a entrega de um porto de minérios, em Sepetiba, no Rio, àquele truste. Esta semana, em Brasília, a UDN vai indicar os nomes de seus representantes na CPI que investigará as ligações da Hanna com os ministros Roberto Campos e Mauro Thibau, do Planejamento e Minas e Energia.

Doutel contra a Hanna
O deputado Doutel de Andrade, líder do PTB na Câmara, pronunciará, amanhã, no plenário, veemente discurso contra a concessão de um porto de minérios à Hanna Minning Co., quando provará que "a medida acarretará a liquidação imediata da Cia. Vale do Rio Doce e da Cosigua". Porque "serve apenas para beneficiar uma empresa estrangeira que opera dentro de um mercado já conquistado pela economia nacional". Na ocasião, Doutel dirá que "Roberto Campos é uma espécie de bruxo terrível que parece ter enfeitiçado o marechal Castello Branco".

    
----- Original Message -----
Sent: Thursday, November 25, 2004 7:58 PM
Subject: [VotoEletronico] Degeneração neoliberal / Acordos espúrios


A todos
 

Estou enviando mensagem não propriamente sobre o sistema eleitoral, mas fortemente relacionada, pois o atual governo e aliados comprometeram-se ao promover a revogação da lei do voto impresso, tornando o sistema eleitoral mais obscurantista (na ordem: Azeredo, Sarnei, Greenhald, João Paulo, Dirceu, Lula). Essa discussão (referente à política interna) é importante para as futuras decisões sobre a continuação de nossa luta por eleições seguras. Aproveito para render homenagem aos congressistas de vários partidos (PT e PC do B, inclusive) que entenderam a gravidade da situação e nos deram seu apoio. Abaixo alinhavo algumas observações sobre o escrito pelo Prof. Maximus; talvez ajudem em futuros posicionamentos.
 

1.Entendo os argumentos do Prof. Maximus e comungo com parte do que escreveu. Só não fica clara qual a tática proposta. Defender o governo? Em tudo? Em que intensidade? Se o rumo que tanto nos desagrada persistir, o único argumento é que poderia ser pior? Criticar é fazer o jogo das forças obscurantistas? Ou é o próprio governo que o está fazendo? Ou tudo se passa como se os tais que ficaram meio século no poder, lá continuassem?

2.Se essa 'confusão na condução política' fosse por pura incapacidade, eu até que me conformaria. Mas acho que há uns x% de deslumbramento/imaturidade com o poder e y% é pura adesão aos colonizadores, com todas as conseqüências sociais perversas (x e y a determinar). Só sei que este governo está mais entreguista que o anterior! E a impressão é que a urna-e faz parte do plano global.

3.Também gostaria de 'resgatar o que fez o Lula ser eleito'. Toda a esquerda adoraria. E boa parte do PT também. Mas como? O poder concorda com tal resgate? A incoerência da nomenclatura no poder desarvorou a todos. A maior parte da esquerda está indignada e todo o mercado, nacional e global, agradavelmente surpreso. Esse governo não quer saber de acordo com aqueles que poderiam resgatá-lo; na verdade parece desprezá-los. Dúvida perversa: Teremos que defendê-lo para evitar algo pior ainda?

4.Os conservadores estão sempre (bem) articulados. Vive-se em precário equilíbrio dinâmico com eles. Qualquer vacilada, os salvadores renascem (é claro que - com honrosas exceções - em proveito próprio, se não não seriam conservadores). E é aí que reside minha maior queixa/preocupação. Com essa incoerência (leia o que fala(va) o Mercadante!), com esse abandono dos discursos progressistas e, em muitos casos, da moralidade, eles estão perdendo a moral e o necessário apoio dos pensantes que acreditaram neles. E desfaz-se o citado equilíbrio. 

5.Conclusão: meu vaticínio, infelizmente, continua valendo; esse governo, se não ficar logo claro (para todos) que não é de esquerda, vai comprometê-la pelo menos por três gerações. A opção lulista é claramente pelos conservadores, e pelas alianças fisiológicas. Ao dividir o poder com eles, torna-se um deles. É o caso da laranja podre.

6.Como curiosidade: numa reunião com importante jurista, ele falou em 'esquerda'. Brinquei: '- Esquerda do Lula?'. Resposta dele: '- O Lula é de extrema direita!'. Ainda não cheguei a tanto, mas na eleição em S.Paulo de 2000 fiz (cans)ativa campanha para a Marta para prefeita. Pois agora fiz contra. Não por ela, que atuou bem em áreas pontuais, mas por que sua eleição seria interpretada como aprovação pela nomenclatura governamental. O Mercadante deu a entender que, no futuro, contava com os 10 milhões de votos que teve em S.Paulo. Pois pode dar baixa em um: no meu.


Abraço


Walter Del Picchia - S.Paulo/SP

(Obs.: Nossas eleições não têm a mínima confiabilidade; só acredito que o Serra venceu, porque o Datafolha ainda merece crédito, e previu sua vitória)        

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Maximus escreveu:


> Bom dia a todos.
> Acho que está ocorrendo uma grande confusão na condução política do
> governo e com certeza, como velho brizolista, não foi para isso que votei
> no Lula.
> Mas creio ser importante resgatar uma história dos tempos do Allende,
> quando durante um comício um cidadão meio "borracho" gritava:"Es un
> gobierno de mierda" e tanto bradou que foi perguntado por algum
> circunstante se deveriam então "derrubar" o governo.
> Resposta:"Es un gobierno de mierda, pero és mi gobierno"
> O Lula pode ter se perdido, sim, mas precisamos resgatar o que nos fez
> elegê-lo presidente, pois as forças do obscurantismo se articulam
> claramente, especialmente nos meios de comunicação, para inviabilizar ao
> governo, nos querendo fazer acreditar que são os "escolhidos" pela
> providência divina para salvar o país.
> Assistir aos discursos que vêm sendo pronunciados no Senado pela malta que
> "cresceu" na "Banda de Música" da UDN e sustentou o golpe e os governos
> militares em proveito próprio e acham que agora "são" oposição e portanto
> têm solução para tudo, realmente é de dar engulhos!
> Meio século no poder e nada fizeram, que não tivesse uma contrapartida
> pessoal, e querem em dois anos que se conserte o estrago que ficou.
> Vale a pena reler algumas notícias de jornal enfocando quarenta anos
> atrás, em especial na "Tribuna da Imprensa" aqui do Rio (www.tribunadaimprensa.com.br) ; para ficarmos num tema palpitante e
> atual, vale checar as notícias sobre os escândalos da CONSULTEC e da HANNA MINING CORPORATION, que envolviam alguns dos "salvadores da pátria" atuais ou a seus ascendentes à época.
> Já assistimos ao filme em preto e branco e o revemos agora a cores e som
> dolby estéreo!
> Reafirmo:"Es un gobierno de mierda, pero é mi gobierno"
> Maximus Santiago.
> Niterói

======================================
> ----- Original Message -----
> From: Walter Del Picchia
> To: [EMAIL PROTECTED] ; [EMAIL PROTECTED]
> Sent: Wednesday, November 24, 2004 7:15 PM
> Subject: [VotoEletronico] Degeneração neoliberal / Acordos espúrios
>
>
> Listeiros
>
> Enviei à rede PDT (redepdt arroba hotmail.com), a mensagem abaixo.
>
> Abraço
>
> Walter Del Picchia
>
> SE A URNA NÃO IMPRIMIR, SEU VOTO PODE SUMIR.
>
> =================================== ---------------------------
> Mensagem Original ----------------------------
>
> Assunto: Degeneração neoliberal / Acordos espúrios
> De: "Walter Del Picchia"
> Data: Qua, Novembro 24, 2004 7:02 pm
> Para: [EMAIL PROTECTED]
> --------------------------------------------------------------------------
>
> O artigo abaixo ajuda-nos a responder à questão: 'Para onde estão
> levando o Brasil?'. E com este sistema eleitoral altamente
> fraudável, não podemos contar nem com uma eventual correção de
> rumos em próximas eleições. Proteste! Comece assinando o apoio ao
> Alerta Contra a Insegurança do Sistema Eleitoral Informatizado (em
> www.votoseguro.com/alertaprofessores ).
>
> Walter Del Picchia - Escola Politécnica da USP - S.Paulo
>
> ------------------------------------------
>
> Financial Times
>
>
> 24/11/2004
> Lula negocia para fortalecer a coalizão neoliberal
> Presidente quer base para votar a reforma trabalhista, entre outras.
>
> Raymond Colitt
> Em São Paulo
>
> O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, está preparando nesta semana a
> segunda fase de uma mudança de gabinete elaborada para consolidar a sua
> "aliança arco-íris" e aumentar a eficiência do seu governo.
>
> Lula oferecerá cargos no gabinete aos seus aliados, procurando garantir
> uma maioria  confortável no Congresso para a aprovação da sua agenda de reformas. O  centrista  Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), o maior no Senado, e  o de  centro-direita Partido Progressista (PP), o quarto maior na Câmara dos  Deputados,  vão obter um outro ministério cada, disseram nesta terça-feira (23/11)  assessores  presidenciais.
>
> Segundo analistas políticos, os dois partidos querem ministérios que tenham não  apenas orçamentos elevados, mas que proporcionem também exposição pública para incrementar a visibilidade das legendas em antecipação às eleições gerais de 2006. "Queremos a fatia que nos cabe no governo federal", disse José Borba, parlamentar do PMDB.
>
> Lula se engajou pessoalmente em lobbies junto a congressistas do PMDB
> durante  jantares privados a fim de dissuadi-los de abandonarem a sua aliança 
governista. O  PMDB votará a proposta de deixar o governo em 12 de dezembro. 

> Nesta semana, membros do gabinete do Partido dos Trabalhadores (PT), de
> Lula, foram informados de que terão que ceder poder aos aliados para que
> seja construída uma coalizão mais sólida.
>
> "O PT não será um obstáculo aos esforços do presidente para obter uma maioria
> parlamentar, ainda que isso signifique abrir mão de espaço político",  disse José
> Genoíno, o presidente do PT. O partido espera relançar a sua agenda de
> reformas, que está encalhada na Câmara dos Deputados há meses, devido em
> grande parte às campanhas eleitorais municipais de outubro.
>
> As suas duas prioridades são uma lei de falência e uma de parceria entre
> os setores  público e privado, dando mais garantias a credores e investidores. No
> ano que vem o governo apresentará propostas para abolir caras e
> incômodas leis trabalhistas e  sindicais, disse ao Financial Times o líder do PT no Senado, Aloízio Mercadante.
>
> As mudanças consistem também em um expurgo dos membros do governo
> considerados ineficientes, especialmente os da ala esquerda, que foram
> nomeados por terem apoiado Lula na sua campanha pela presidência.
>
> Neste mês, meia-dúzia de funcionários-chave do governo deixou seus
> cargos. Carlos  Lessa e Darc Costa foram defenestrados na semana passada dos cargos de  presidente e vice-presidente, respectivamente, do grande Banco Nacional > de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
>
> Ambos defendiam políticas econômicas nacionalistas e intervencionistas e
> se chocaram repetidamente com os ministros mais inclinados ao  neoliberalismo, liderados por Antônio Palocci, ministro da Fazenda.
>
> Em uma demonstração a mais de apoio aos neoliberais, a liderança do PT
> rejeitou no  último fim de semana os apelos da dissidência do partido para que
> mudasse a política  econômica.
>
> A liderança argumentou que as recentes derrotas eleitorais na disputa pelas
> prefeituras de São Paulo e Porto Alegre não se deveram à ortodoxia econômica, mas sim à falta de coalizões.
>
> "A política econômica do governo está mostrando resultados, e não vamos
> substituí-la de forma alguma pelo populismo", garantiu Mercadante.
>
> Tradução: Danilo Fonseca
====================================

______________________________________________________________ O texto acima e' de inteira e exclusiva responsabilidade de seu autor, conforme identificado no campo "remetente", e nao representa necessariamente o ponto de vista do Forum do Voto-E O Forum do Voto-E visa debater a confibilidade dos sistemas eleitorais informatizados, em especial o brasileiro, e dos sistemas de assinatura digital e infraestrutura de chaves publicas. __________________________________________________ Pagina, Jornal e Forum do Voto Eletronico http://www.votoseguro.org __________________________________________________

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