Do tricô para a notícia séria
Paulo Henrique Amorim faz livro dizendo que a Globo ajudou em fraude contra 
eleição de Brizola
Ana Lúcia do Vale
O jornalista Paulo Henrique Amorim, 62 anos, tem um lema à frente do Tudo a 
Ver, na Record: faz qualquer coisa para não chatear o freguês das tardes da 
emissora. “Quem não gosta de discutir sobre o biquíni da Ana Hickmann?”, 
brinca ele, que insere suas pinceladas sobre economia entre uma futilidade e 
outra. Mas Paulo sabe falar bem sério ainda, como nos tempos de editor e 
correspondente internacional de jornais, revistas e de emissoras como a 
Globo, onde ficou 12 anos. No livro Plim, Plim – A Peleja de Brizola Contra a 
Fraude Eleitoral, que sai pela Conrad Editora no fim de julho, atira contra a 
Globo. 

“É uma tentativa de esclarecer pontos obscuros na eleição para governador de 
1982. A versão oficial vaticanizada pela Globo merece reparos”, diz Paulo, 
que escreveu o livro em resposta ao Jornal Nacional – A Notícia Faz História, 
lançado ano passado em comemoração aos 35 anos do JN. 


Em seu livro, Paulo mostra que houve tentativa de fraude para que Moreira 
Franco ganhasse a eleição contra Brizola, diz que a fraude nunca foi apurada 
e garante que a Globo preparava a opinião pública para aceitá-la. “O livro da 
Globo deveria estar na seção de teologia das livrarias, porque o Roberto 
Marinho é tratado como Deus. Queria trazer o Doutor Roberto do céu para a 
Terra”, situa ele, que diz não ter rancor. “Só se fala da Globo para elogiar, 
mas é uma empresa, como outra qualquer que produz macarrão. Posso falar da 
Manchete também, onde trabalhei”, compara. 


Para o livro ficar pronto, ele teve ajuda da jornalista Maria Helena Passos e 
uma equipe de cinco pessoas. Esse trabalho lhe deu a idéia da Fundação Brasil 
Limpo, que pretende lançar este ano, financiando jornalistas na produção de 
livros. “Hoje em dia, está muito difícil de fazer reportagens longas”, 
constata. Paulo já tem os assuntos dos primeiros livros: como o regime 
militar moldou a indústria da TV e o processo de privatização no governo 
Fernando Henrique. 


Na Record, diz que tem liberdade. “Essa lenda que não se pode falar do Papa 
aqui é besteira. Nunca tive problemas. Mas é claro que a minha liberdade está 
dentro dos limites do bom senso”, explica ele, bem-humorado. “Procuro ser um 
profissional disciplinado, mas não sou burro e tenho memória. Não sou escravo 
do regime: eles andavam descalços, sou trabalhador que usa sapatos”, brinca. 



Vida inteligente fora da Globo


DINHEIRO. “Eu não preciso da Globo. Saí de lá por dinheiro, quando recebi uma 
boa proposta da Band. E agora estou muito bem na Record.” 


MEXE-MEXE. “O padrão de jornalismo da Globo é arcaico. O telejornalismo de lá 
não mudou nada desde o Armando Nogueira (ex-diretor de jornalismo) e perdeu a 
qualidade de texto. Decidiram deixar assim.” 


PADRÃO. “Espero que o trabalho da Ana Paula Padrão no SBT mostre que existe 
vida inteligente fora da Globo.” 


NACIONAL. “Jornal das oito não precisa ser igual ao Jornal Nacional. É feito 
a fórmula da água: H2O sempre, mas pode-se colocar açúcar na água”, ri. 




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