Em 2002, quando o Zé Dirceu foi re-eleito para a presidência do PT, foram 
utilizadas as urnas eletrônicas do TSE na eleição.

O motivo anunciado era que o PT iria "demonstrar ao eleitor brasileiro a viabilidade 
de suas propostas de segurança e confiabilidade das votação eletrônica".

O motivo verdadeiro era que já havia um acordo de partição de áreas de poder 
entre a cúpula petista (Lula, Zé Dirceu, Silvio Pereira) e o Nelson Jobim e 
este pediu àqueles que validassem sua estratégia para acabar com o voto 
impresso conferido pelo eleitor como meio de conferência da apuração dos votos 
nas urnas-e.

Naquele momento já estava aprovada a Lei 10.408/02 que obrigava o TSE a colocar 
o voto impresso nas urnas-e a partir da eleição de 2004. O primeiro passo da 
estratégia do Jobim para derrubar esta lei já tinha sido dado ao incluir nela 
dispositivos que a desfiguravam por meio de emendas aprovadas com o apoio 
fundamental do Sen. Hugo Napoleão (PFL-PI) que em troca do serviço prestado ao 
min. Jobim, recebeu deste o governo do Piaui 15 dias depois em processo 
relatado pelo Jobim no TSE. Entre os dispositivo espúrios introduzidos pelo par 
Jobim/Napoleão estavam o burlável teste de votação paralela (apresentado como a 
panacéia geral) e a votação manual em separado, excrência criada pelo 
Jobim/Camarão para sabotar o teste de impressão de 5% dos voto durante as 
eleições de 2002.

As tais "propostas de segurança do PT" nada mais eram que o tal "teste de votação 
paralela" que eles afirmavam ser suficiente para dar confiabilidade a apuração eletrônica dos 
votos virtuais sem comprovação material que permitisse auditoria.

Diante desta posição do PT, solicitei à cúpula do partido que permitissem que três 
membros do Fórum do Voto-E, eu (Amilcar), o Márcio Teixeira e o Evandro Oliveira (petista 
de carteirinha), pudessem acompanhar esta "demonstração" como observadores 
externos.

A resposta escaspista e sofismática que recebi do Secr. Sílvio "Land-Rover" 
Pereira foi que o PT deles era auto-suficiente e não precisava de observadores externos 
em sua demonstração de confiabilidade em eleição eletrônica, acrescentando ainda que eu 
seria processado pelo PT por ter feito ameaças a vida do Lula.

É claro que nunca fui processado pelo PT principalmente porque nunca fiz ameaças ao Lula. 
Era apenas uma tática diversionista dos acordantes PT/Jobim para evitar que durante seu 
"show do voto-e" houvesse alguém para apontar que o rei estava nú.

Minha réplica, de que somente observadores externos independentes poderiam dar 
transparência ao processo eleitoral petista, nunca foi respondida. O PT do 
Lula/Zé Dirceu optou inegavelmente pelo obscurantismo eleitoral.

O resultado da "demonstração da confiabilidade das urnas-e" feita pelo PT foi 
um fiasco. Para começar não fizeram o teste de votação paralela na forma oficial como era 
proposto. Para acabar... não conseguiram acabar a apuração eletrônica de votos que teve 
que ser feita por meios manuais.

Mesmo assim a sanha do Jobim para acabar com o voto impresso conferido pelo eleitor 
continuou e em 2003 a Lei 10.740/03, do voto virtual às cegas, foi promulgada com a ajuda 
"logistica" do Azeredo (PSDB), Demóstenes Torres (PFL) e Sarney (PMDB) no 
Senado e do Greenhalh e João paulo Cunha, ambos do PT, na Câmara.

Hoje ocorrerá uma nova eleição no PT, onde o futuro daquela cúpula (Zé Dirceu/Genoímo/Pereira/J.P.Cunha) que apoiou o fim do voto impresso conferido pelo eleitor será decidido. Só que não serão utilizadas as urnas eletrônicas do TSE.
O que isto significa?

             Amilcar Brunazo Filho

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