Tony e demais Falo por alto de coisas que aprendi com Newton da Costa, ainda que não queira compromete-lo com o que disser. Usamos a lógica clássica (LC) porque ela nos parece mais fácil e mais intuitiva, ainda que isso seja difícil de justificar. Em princípio, não haveria qualquer problema em iniciar com uma lógica não-clássica, mas operacionalmente seria desaconselhável. Pense no seguinte caso, mencionado por da Costa. Tome a Lógiça intuicionista BH. Podemos dar uma semântica para da na própria lógica intuicionista, mas como alerta dC, isso teria um valor (em princípio) meramente matemático, pois seria quase que ininteligível. Mas podemos dar a ela uma semântica "clássica" (fundada em uma teoria de conjuntos usual, baseada na Lógiça clássica). Isso sim poderia nos esclarecer o significado dos conceitos, justamente porque estamos mais acostumados com ela. Segundo dC, sempre necessitamos desse "entendimento intuitivo", algo construtivo (ele fala disso em seu Ensaio sobre os Fundamentos da Lógica, que deveria ser lido e relido), e para isso em geral nos valemos (por enquanto, ao menos) da lógiçw clássica. Mas quem sabe no futuro isso mude. O que acham? D
------------------------------------------------------ Décio Krause Departamento de Filosofia Universidade Federal de Santa Catarina 88040-900 Florianópolis - SC - Brasil http://www.cfh.ufsc.br/~dkrause ------------------------------------------------------ Em 09/04/2012, às 14:11, Tony Marmo <marmo.t...@gmail.com> escreveu: > Aos mestres, colegas e amigos, > > Existe uma tradição, mesmo em centros onde lógicas não-clássicas são > estudadas aprofundadamente, de iniciar o estudo da lógica por uma > apresentação à lógica clássica. > Depois, conforme a escola de pensamento seguida, estudam-se outras lógicas > e apresenta-se inclusive a ideia de que a lógica clássica pode ser vista > como um caso particular de outras lógicas. > > A pergunta que faço é a seguinte: por que não começar os cursos de > introdução por uma lógica ou por uma perspectiva não-clássica. Por exemplo, > por lógicas multi-valentes e mostrando como os sistemas bi-valentes são > casos particulares? Ou então pela lógica intuicionista? Ainda que faltem em > um ou outro caso textos mais acessíveis, deve ser possível confeccioná-los. > > O que acham? > _______________________________________________ > Logica-l mailing list > Logica-l@dimap.ufrn.br > http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l _______________________________________________ Logica-l mailing list Logica-l@dimap.ufrn.br http://www.dimap.ufrn.br/cgi-bin/mailman/listinfo/logica-l